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terça-feira, março 22, 2011

Medicina.:.Síndrome do X Frágil



Síndrome do X Frágil

O ponto frágil do cromossomo X foi descrito em 1969 pelo Dr. Herbert Lubs, quem o descobriu em uma família com dois irmãos com atraso mental.
Nos finais da década de 70, esta condição foi denominada pelo Dr. Grant Sutherland da forma como hoje é conhecida. Enquanto que as primeiras publicações médicas a esse respeito, apareceram no final dos anos 70, foi nos últimos dez anos que esta síndrome chamou a atenção da comunidade científica.
Em maio de 1991 se obteve a seqüência do gen responsável por esta doença que foi chamado FMR-1 (Fragile X Mental retardation 1 Gene (Verkerk, et al, 1991).

Sítio Frágil

Em células cultivadas de alguns indivíduos existem sítios específicos nos cromossomos que apresentam uma falha de coloração, tendo um aspecto de constrição. Esses sítios foram denominados sítios frágeis. Eles parecem ser locais nos cromossomos suscetíveis a quebras cromossômicas. Estão presentes nas preparações normais, tendo que ser evidenciados alterando o meio no qual as células estão sendo cultivadas.
Existem 17 sítios frágeis mapeados no genoma humano que ocorrem em metáfases exatamente nos mesmos pontos em qualquer individuo. O grupo mais comum de sítios frágeis é induzido por um meio de cultura pobre em ácido fólico, e portanto são chamados sítios sensíveis ao folato, são herdados como caracteres mendelianos codominantes, indicando uma seqüência de DNA única no sítio frágil.
Muito embora se suponha que os sítios frágeis sejam locais de quebra cromossômica, até agora só um distúrbio humano, a síndrome do X frágil, foi associado à ocorrência de um sítio frágil.

Freqüência

Segundo as estatísticas de diversos autores, somente na Argentina o número de pessoas afetadas é de 1.200.000, cifra certamente surpreendente, e que inclui todas as formas e causas do retardo mental. Deste total, segundo o ilustre geneticista inglês, Dr. Leonel Penrose, ao redor de 300.000 pessoas padeceriam a Síndrome do X Frágil.
Define-se a síndrome do X frágil (SXF) como uma condição genética hereditária, devido à presença de uma alteração molecular ou quebra no ponto q27,3 ou q28 do cromossomo X, a qual associa-se a problemas de conduta e aprendizagem e de diversos graus de atraso mental.
Afeta 1 em cada 660 homens, enquanto que sua incidência é de 1 de cada 2.500 mulheres. Esta diferença deve-se ao fato de que os homens têm apenas um cromossomo X, podendo este ter, neste caso, o ponto frágil. Ao contrário, as mulheres têm dois cromossomos X e um deles é normal, podendo desta forma substituir a função do cromossomo alterado.


Bases Moleculares

A alteração fundamental desta síndrome a nível molecular se dá no gene FMR1 que se encontra danificado estruturalmente. A mutação consiste em um maior número de repetições de uma seqüência de ADN, com relação aos indivíduos normais, que apresentam de 6 a 54 cópias. Nos portadores desta alteração, esta seqüência se repete de 55 a 230 vezes, e nas pessoas afetadas se amplia em 4000 cópias.
O resultado da completa mutação, é o desaparecimento do gene, com a conseqüente ausência do seu produto protéico (FMRP). Esta proteína se apresenta em muitos tecidos e em maior abundância no citoplasma dos neurônios. Ela é de vital importância ao nível da sinapse, que é o lugar de contato dos neurônios, porque regula a síntese de proteínas, importantes para a função dendrítica.
Sendo as dendrites e suas prolongações as regiões neuronais de contato sináptico por excelência, não é difícil compreender porque uma alteração neste nível seja, em grande parte, a causa do atraso mental que sofrem os indivíduos afetados pela SXF.

Características Clínicas

Os sintomas que costumam estar presentes no homem, são diferentes na mulher.
Freqüência da síndrome no homem: 1 de cada 660 nascimentos. Os sintomas no homem são:
Região frontal algo protuberante.
Rosto alongado
Orelhas aumentadas, freqüentemente com implantação baixa.
Palato ogival
Leve prognatismo (projeção da mandíbula para a frente)
Macroorquidismo (aumento do tamanho testicular), em 80% dos casos.
Disfunção na fala, ecolalia (repetição relativamente automática de frases ou palavras dirigidas ao doente), perseveração (continuação e repetição involuntária de uma resposta de conduta depois de começada), gaguejo e, às vezes, explosões em que criam frases curtas.
Conduta que vai de amigável a violenta.
Costumam apresentar autismo infantil. Padrão de personalidade passivo-retraído muito grave que se evidencia na primeira infância e se caracteriza por mutismo, indiferença interpessoal e atos repetidos sem sentido.
Pobre contato ocular (vista perdida).
Onicofagia (roem unhas), em muitos casos desde uma idade muito precoce.
Hipotonia (falta de tônus muscular). Às vezes, é o sintoma que leva à consulta inicial. Quer dizer que a criança não tem força para manter-se sentada ou pôr-se de pé, outras vezes tem dificuldade para mamar no peito ou para sugar a mamadeira.
Atraso intelectual de leve a profundo.
Convulsos (20%). Quando são tratadas cronicamente com anticonvulsivos, costumam sofrer um impacto na neuroquímica do cérebro, já que os anticonvulsivos diminuem o valor sérico do ácido fólico, com conseqüente agravamento do quadro.

Características mais Comuns no Quadro Clínico da Síndrome X Frágil

Retraso intelectual de leve a profundo.
Hipotonia.
Macro-orquidismo, ou aumento do volume testicular.
Implantação baixa das orelhas.
Retraso na aparição da fala.
Problemas de atenção e conduta.

A Síndrome do X Frágil na mulher

É freqüente encontrar crianças do sexo feminino com esta síndrome que são clinicamente normais, sendo geralmente a causa da consulta, as dificuldades na aprendizagem ou na conduta.
Neste sentido, devemos ter presente que a mulher que tem 4% ou menos das células afetadas, costuma ter coeficiente intelectual normal. Por outro lado, as crianças de sexo feminino, na sua maioria são assintomáticas. Além disso, estatisticamente só um terço delas apresentam um moderado atraso mental.
No caso de crianças do sexo feminino é importante levar em conta a Síndrome do X Frágil não só como fator de alterações da conduta da aprendizagem, mas também, para fazer um correto assessoramento genético.

O diagnóstico

Sabendo quais são as suas características clínicas, e o que é SFX, podemos ter uma aceitável orientação, para formar um diagnóstico.
Os motivos da consulta podem ser vários e não somente os relacionados com alterações do coeficiente intelectual.
Um dos problemas que o medico enfrenta é o de encontrar-se com os pais que trazem a seu filho para consulta, com problemas de atenção, problemas de conduta, hipercinesia ou falta de tônus muscular. A pergunta que fazem ao médico, e que é motivo da preocupação, é saber o que tem o seu filho e qual é o seu prognóstico.
Freqüentemente a resposta é que a criança está amadurecendo bem; tudo é questão de tempo. Enquanto isso, a criança costuma a ser medicada, recebe apoio psicológico ou algum tipo de estimulação, mas o tempo passa e a criança não melhora. O pior é que, além de uma falta de progresso, os pais se deparam com o fato de que verdadeiramente não sabem o diagnóstico de seu filho. Isto se soma à justificada angustia familiar.
Com o decorrer do tempo se nota déficit intelectual, sobretudo com o ingresso a escola. Esta situação torna-se cada vez mais grave e torna-se crônica, gerando uma conduta familiar, com um grande sentimento de frustração.
Mas as situa coes costumam ser cada vez mais confusas. Algumas vezes, soma-se o fato de que a criança tem alguma má-formação ou nasceu de um parto que, por alguma dificuldade, exigiu o uso de fórceps.
Em outras oportunidades, o paciente sofreu de um determinado grau de anoxia (falta de oxigênio ou ficou azul) ao nascer, ou nasceu envolto no cordão umbilical. Sem dúvida, as lesões produzidas por anoxia ou por traumatismos mecânicos podem ter um papel importante, e até mesmo decisivo, no atraso da maturação que a criança apresenta. No entanto, estes problemas no parto podem ser conseqüência do estado do feto antes do nascimento, e não a causa dos problemas que originam a consulta.
Por último, devemos mencionar que em muitas ocasiões as crianças são tratadas com anti-epiléticos. Estes são usados como tratamento da doença original, que não é. Além disso, se a criança tem um cromossomo X frágil, os anti convulsivos pioram o quadro poque diminuem os níveis de acido fólico; é por isso que, na duvida, é conveniente fazer um estudo cromossômico para descartar a fragilidade do cromossomo X.
Para evitar essas situações devemos ter em conta que fazer o diagnóstico o quanto antes, é de crucial importância. Este deve ser clinico e citológico. Muitas dessas crianças têm boas possibilidades terapêuticas, mas o seu futuro depende do diagnostico correto.

Critério diagnóstico

Começo antes dos 30 meses
Falta progressiva de resposta às pessoas
Déficit importante no desenvolvimento da fala
Se a falta está presente, aparecem características particulares como ecolalia e linguagem metafórica
Respostas incoerentes a diferentes aspectos do meio ambiente: resistência às mudanças ou apego a objetos animados e inanimados
Não há alucinações ou incoerência.

Devemos levar em conta que nos casos em que são encontradas algumas características descritas na historia clinica, é necessário um exame cromossômico. Isso permitirá descartar ou confirmar a presença de um cromossomo X Frágil.
Também pode ocorrer que a apresentação clínica seja compatível com a SXF mas seu cariótipo, ou seja o resultado do estudo cromossômico, seja normal. Neste caso deve ser feito um estudo de biologia molecular que deverá esclarecer a dúvida. Desta maneira, um cariótipo normal não é suficiente para descartar uma SXF e, frente a dúvida, se faz um exame molecular.
Em primeiro lugar, o motivo pelo qual se realiza o exame cromossômico, deve-se a que o quadro clínico poderia estar vinculado a outro tipo de alterações cromossômicas que só podem ser detectadas em exames destas características.
Para completar o diagnostico, é importante realizar um exame de neurotransmissores com o objetivo de saber que tipo de alteração bioquímica deve ser corrigida.

Tratamento

Há mais de 15 anos o Dr. Le June utilizou o ácido fólico para tentar reverter a síndrome. Está prática baseou-se no fato de que o ponto frágil é dependente do ácido fólico. Isto significa que em presença desta substancia era possível observar in vitro, que baixava a percentagem de células com o ponto frágil.
Acreditou-se que também era possível reverter alguns aspectos do quadro clinico, mas isto não ocorreu. O que se conseguiu nesta experiência foi diminuir a percentagem de pontos frágeis visíveis no microscópio óptico.
Na atualidade, as possibilidades terapêuticas destes pacientes mudaram de uma maneira substancial. Focalizando o problema adequadamente, aparecem mudanças de intelecto, na expressão e na atenção. Na maioria dos pacientes, esta melhoria se nota em poucos meses. Parecem mais adultos, falam melhor e prestam mais atenção, sentem-se partícipes e não só um apêndice do grupo familiar. Por outro lado, a família e os amigos, ao observarem sua melhoria agem de forma normal, e isto faz com que eles se sintam muito melhor. Ao contrário da atitude anterior que, sem perceberem em muitos os casos, deixavam-o de lado.
Baseado nas experiências anteriores e nas próprias pesquisas. O Dr. Herman Bleiweiss começou a utilizar neurotransmissors no tratamento.
Foi no Congresso de Psiquiatria de 1989, realizado na Grécia, que apresentou este novo tratamento. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Medicina.:.Mecanismo da Alergia

Mecanismos da Alergia

As proteínas, os ácidos nucléicos, alguns polissacarídeos e outras moléculas de grande peso molecular (macromoléculas), oferecem, devido à sua grande complexidade, uma enorme variedade de compostos. Cada organismo fabrica suas próprias macromoléculas imprimindo nelas " um carimbo ", que faz delas diferente das fabricadas por outros organismos. Isto permite ter uma identidade e defender-se das invasões estranhas. O sistema imunológico é o encarregado de cumprir essas funções.
Esse sistema imunológico é capaz de reconhecer suas próprias macromoléculas e identificar o ingresso de macromoléculas estranhas chamadas de antígenos. Neste último caso fabricam-se proteínas destinadas a unir-se às invasoras anulando-as, estas proteínas são os anticorpos. Esta reação mutua é sumamente específica e constitui um mecanismo de defesa.
Os anticorpos são e natureza protéica , pertencem ao grupo das globulinas e são chamados de imunoglobulinas. As imunoglobulinas humanas são divididas de acordo com suas características físico-químicas em IgG, IgA, IgM, IgF, IgD, e IgE. Nas Alergias os anticorpos pertencem principalmente aos grupos IgE, IgM e IgG, esta última, chamada reagina, é a responsável pela Alergia de tipo II.
Algumas substâncias não macromoléculas, chamadas haptenos, de peso molecular não muito alto e de estrutura química relativamente simples, podem induzir a elaboração de anticorpos. Isto deve-se a um mecanismo indireto onde o hapteno une-se previamente a uma proteína ou macromolécula. De esta união obtém-se o antígeno através de uma ligação estável e geralmente covalente.
O sistema imunológico pode falhar e não cumprir com sua obrigação ou até voltando-se contra o indivíduo. Isto pode acontecer de duas maneiras, funcionando de forma insuficiente (imunodeficiência) ou exagerada em relação a substâncias que normalmente são bem toleradas pela maioría, isto se conhece pelo nome de Alergia. Então, a Alergia é a reação antígeno-anticorpo, mas esta não é a causa imediata das manifestações, estas produzem-se pela liberação ou ativação de substâncias biológicas sumamente ativas. As mesmas causam uma série de mudanças na musculatura lisa , nas paredes dos vasos, no sangue e em diversas glândulas que dão como resultado a sintomatologia própria da reação alérgica.



Mecanismo de Alergia medicamentosa
Alergia Medicamentosa

Chamamos Alergia a um estado adquirido de capacidade de reação alterada. Tem como característica ser específica para determinado estímulo onde está involucrada a reação antígeno-anticorpo. Quando o estímulo é um medicamento passa a chamar-se " Alergia medicamentosa ".
As Alergias medicamentosas correspondem a 10% de todas as reações adversas. A Alergia pode ser distinguida de outras formas de toxicidade medicamentosa em diversos aspectos. Em primeiro lugar, é necessária a exposição anterior ao fármaco ou a um composto estreitamente aparentado para provocar a reação. Em segundo lugar, a gravidade da resposta é freqüentemente independente da dose. Em terceiro lugar, a natureza do efeito desfavorável é função não do fármaco injurioso mas do mecanismo de imunização compreendido. E, finalmente, a reação é imprevisível; usualmente ocorre em pequena porção da população às vezes em pacientes que foram previamente tratados em inúmeras ocasiões sem contratempos.
Os fármacos diferem enormemente em potencial antigênico. Certos compostos (cafeína e epinefrina, por exemplo) jamais causam Alergia medicamentosa; outros (feniletilidantoína, por exemplo) manifestaram-se demasiadamente alergênicos para uso humano. Com fármacos comumente implicados clinicamente em reações alérgicas (penicilina, sulfonamida, quinidina, etc), a incidência de tais respostas é de 5%. Além dos agentes de alto peso molecular (insulina, dextrano, polipeptídeos), os fármacos não são antigênicos no estado livre, mas devem ser ligados a moléculas transportadoras endógenas, como dito anteriormente, a fim de gerar respostas imunológicas. Porquanto estes terapêuticos são não raro quimicamente inertes, eles geralmente requerem ativação por metabolismo ou por luz solar (foto-Alergia) antes de servir de haptenos na formação de antígenos.
As características da Alergia às drogas são:
Reações diferentes da ação terapêutica normal da droga.
Independente da dose. Quantidade mínimas, muito abaixo da dose terapêutica, podem ocasionar os sintomas.
É necessário uma exposição anterior à droga ou a outra substância com ela relacionada imunologicamente. Existe um período de sensibilização entre a primeira exposição e aquela que desencadeará os sintomas.
Surgem sintomas definidos e clássicos, geralmente ocasionados também por outras etiologias. As reações às drogas mimetizam praticamente todos os quadros.
A mesma droga pode produzir reações variadas no mesmo indivíduo. Entretanto, cada droga tem preferência para produzir um limitado número de reações.
As reações são reversíveis (com a parada do uso da droga cedem os sintomas), recorrentes ( os sintomas voltam com a medicação) e imprevisíveis ( os sintomas podem variar em graus de intensidade, tornando-se graves ou mesmo fatais(.
As reações podem ser ocasionadas por outras substâncias de estrutura inicial semelhante ou após transformações no organismo.

São fatores importantes nas sensibilizações às drogas:
A dose do antígeno, quanto maior a quantidade da droga administrada, maior a possibilidade de sensibilização.
Duração da terapêutica, quanto maior o tempo de uso da droga, maior a probabilidade de se instalar a sensibilização.
Via de administração, as reações e suas freqüências variam com a via de administração indicada.
Capacidade reacional individual.





Classificações da Alergia Medicamentosa

As reações alérgicas em geral, podem ser classificadas de acordo com o tempo em que elas levam a mostrar sua sintomatología em:
Imediatas: surgem 30 minutos após a administração do fármaco e não apresentam infiltração celular. Manifestam-se principalmente com a dilatação dos vasos e edemas, mas também pode apresentar Reações anafiláticas (Shock), reações do tipo Arthus, urticária, angioedema, rinites, asma, etc.
Não imediatas ou retardadas: começam depois de duas horas. Não estão relacionadas diretamente com os anticorpos circulantes, apresentam infiltração celular, principalmente do tipo mononuclear. As reações retardadas subdividem-se em:
Aceleradas: Aproximadamente entre duas e 48 horas após a administração do fármaco. Sintomatología: urticária, angioedema, erupções cutâneas, febre, transtornos gastrointestinais, nefronpatías, etc.
Tardias: Aparecem com um retardo de três ou mais dias após a administração do medicamento. Às vezes após ter deixado de administrá-lo. Em ocasiões, semanas ou meses depois. Sintomatología: Doença do soro, urticária, eczemas, Lúpus eritematoso, eritema multiforme ou polimorfo e outras manifestações cutâneas mucosas ou cutâneo-mucosas, mudanças sangüíneas, agranulocitose, anemias hemolíticas e manifestações viscerais como hepatites necróticas, hepatites colestáticas, nefronpatías, miocardites intersticial, neurites polineurites, gastrites hematemesis, neumontis Loeffler, conjuntivites, queratites, etc.

Também podem ser classificados quatro tipos de Alergia medicamentosa que podem ser diferenciados na base dos elementos imunes que os causam e os locais de suas ações.
As respostas de tipo I, ou anafiláticas, incluem as formas imediatas de Alergia medicamentosa, em que os distúrbios aparecem dentro de um minuto ou horas após tomar a droga. A imune-reação subjacente é iniciada pela fixação do antígeno aos anticorpos IgE ligados à superfície dos mastócitos e basófilos. A desgranulação celular subsequente e a liberação de histamina e outras substâncias vasoativas é responsável pelos efeitos indesejados. Os principais sinais e sintomas da Alergia do tipo I compreendem o trato gastrointestinal (cólica e diarréia), pele e membranas de mucosas (eritema, urticária, edema angioneurótico), pulmões (broncoconstrição) e vasos sanguíneos (vasodilatação, permeabilidade aumentada). Em sua forma mais grave, a anafilaxia poderá causar morte por obstrução da passagem aérea ou colapso cardiovascular dentro de poucos minutos da exposição à droga. A injeção parenteral do fármaco tem maior probabilidade de produzir reações potencialmente fatais do que o uso oral ou tópico. Não obstante, têm morrido pacientes em conseqüência da aplicação tópica de menos de 1 micra grama de penicilina. Crê-se que pacientes com diátase alérgica (notada por anamnese de febre do feno ou asma brônquica) são mais propensos a manifestar graves reações do tipo I. A resposta anafilática imediata é o único tipo de Alergia medicamentosa que o dentista poderá ser forçado a tratar sem o benefício de respaldo médico. A epinefrina é a droga de escolha para anular as manifestações de uma resposta grave; os antihistamínicos e adrenocorticóides são úteis como medicamentos adjuvantes. Nas Alergias do tipo I (mais adiante) a reação é iniciada quando um antígeno se combina com IgE na membrana do mastócito ou basófilo. As reações mais freqüentes consistem em febre do feno, asma, e Alergia a penicilina e alimentos
As reações do tipo II, ou citotóxicas, são causadas por anticorpos circulantes tais como IgG ou IgM. Quando um constituinte da membrana plasmática serve de hapteno, a ligação da imunoglobulina é seguida pela fixação do complemento e lise da célula. Muitas anemias hemolíticas, leucopenias e trombocitopenias induzidas por fármacos são o resultado de destruição imunológica. As respostas do tipo II são geralmente retardadas, manifestando-se diversas horas ou dias após a administração do fármaco
As reações do tipo III, ou imune-complexo, ocorrem quando os complexos antígeno-anticorpo solúveis formam espaços intravasculares ou intersticiais. A deposição dos complexos nas paredes dos vasos sanguíneos de pequeno calibre e a ativação do complemento atraem neutrófilos para a área. Estas células perdem os grânulos nas tentativas de remover os complexos, libertando enzimas lisossômicas que causam lesão tecidual local e promove trombose dos vasos afetados. As reações do tipo III podem induzir numerosas seqüelas desagradáveis, algumas das quais podem ser muito graves. Observam-se também reações que não se podem distinguir dos quadros clínicos doentios como lupo eritematoso e eritema multiforme. A lesão é causada por enzimas lisossômicas liberadas pelos leucócitos polimorfonucleares que infiltram a área. Nesta hipersensibilidades estão implicadas na glomerulonefrite pós-estreptocócica aguda, hepatite sérica crônica, artrite reumatóide e doença do soro.
As reações do tipo IV são sinônimas de imunidade mediada por células. Os linfócitos T sensibilizados expostos ao hapteno do fármaco ou seu conjugado liberam mediadores solúveis, chamados linfocinas, que atraem células adicionais (linfócitos, macrófagos) à sede antigênica. As lisozimas e outras substâncias (incluindo linfocinas tóxicas) elaboradas pelas células recrutadas produzem necrose tecidual local. As reações do tipo IV são geralmente retardadas por causa do tempo exigido para que as células efetoras se concentrem na áera comprometida. Para os dentistas, uma importante imune-reação celular é a dermatite de contato adquirida pela exposição repetida das mãos a anestésicos locais de função éster como a procaína. Antes da disponibilidade de anestésicos de função amida, a Alergia a procaína complicava sobremaneira a prática clínica. Mesmo hoje em dia, a Alergia provocada pelos anestésicos locais de função éster apresenta problema considerável devido à variedade de substâncias que podem estabelecer reação cruzada e provocar exantema eczematóide: metilparabeno, conservante farmacêutico de emprego generalizado; p-fenilenodiamina, componente de corante para cabelos; e diclorofeno, germicida empregado em sabões.
A hipersensibilidade da CMI, ou Alergias do tipo IV, é comum com pacientes submetidos a transplantes e podem incluir células citotóxicas ou linfocinas ou ambas. Há em alguns casos manifestações dérmicas.




Precauções a ser tomadas pelo cirurgião dentista

A melhor forma de tratar um processo alergênico é evitando-o. Embora nem sempre possam ser impedidas as Alergias a fármacos, a sua freqüência de ocorrência pode ser reduzida ao mínimo observando as precauções seguintes.
Determine uma anamnese adequada. Se um paciente apresenta uma anamnese presuntiva de Alergia medicamentosa, é importante descobrir a identidade da preparação desencadeante e determinar se a reação é, de fato, consistente com etiología imunológica
Evite o fármaco alergênico e aqueles que provavelmente apresentam reação cruzada. Um paciente verdadeiramente alérgico a uma droga não deve receber de novo o agente ou congênere, a menos que seja imperiosa a necessidade daquela medicação determinada.
Evite a administração do fármaco inapropiado. Em um estudo, a revisão de 30 casos fatais devido à penicilina revelou que o antibiótico nem sequer era indicado em menos de 50% dos casos examinados *
Promova o uso oral e limite a exposição tópica. Em base quantitativa, as vias oral e tópica são, respectivamente, o menos e o mais alergênico dos meios de administração de fármacos.
Exija um teste de Alergia, quando apropiado. Embora tais métodos sejam geralmente falíveis e possam ser perigosos, os testes dérmicos para detectar Alergia a penicilina mostram-se latamente proféticos, tendo-se também sustentado que funcionam no caso dos anestésicos locais. O teste de Alergia pode ser necessário quando não se dispõem de alternativas adequadas ao fármaco em questão.

*Referência citada em Rosenthal, A. Follow-up study of fatal penicillim reactions. Journal of American Medical Association 1958.


Testes alérgicos com medicamentos

Os testes cutâneos, por escarificação ou intradérmico, podem ser usados para identificação das drogas responsáveis por reações do tipo I.
Apresentam, porém, vários inconvenientes ou causas de erro:
Podem ser perigosos, com reações anafiláticas graves.
Podem determinar falsas reações positivas, pela ação irritante (certos medicamentos)
Podem provocar reações negativas.
Podem acarretar aparecimento de pápula, por liberação de histamina por mecanismo não imunológico (exemplo: codeína).

Os testes de contato com medicamentos apresentam resultados seguros, desde que realizados com técnica correta e nas concentrações e veículos adequados.
Os testes de transferência passiva de Prausnitz-Kustner não dão bons resultados e os de Koenigsteim-Urbach e de Lehner-Rajka, embora melhores, são de difícil realização. Os teste in vitro, de degranulação dos basófilos e transformação dos linfócitos, não são práticos. O misto- in-vitro e cutâneo - da janela na pele para observação do afluxo dos eosinófilos tem também limitado valor diagnóstico.
O melhor teste ainda é a exposição cuidadosa aos medicamentos suspeitos. è limitado quando os sintomas clínicos observados forem graves, uma vez que as substâncias mesmo diluídas podem reproduzir sintomas intensos.
Nos casos de reações adversas pouco acentuadas às drogas são usadas bactérias com os principais medicamentos e aditivos alimentares para essa pesquisa por exposição.









Fenômenos alérgicos a anestésicos locais.

Os anestésicos locais raramente causam reações alérgicas; contudo, quando sobrevem uma, m geral se deve a derivado de éster do ácido p-aminobenzóico ( já dito antes ). O metilparabeno, conservante usado em determinadas especialidades farmacêuticas de anestésicos locais, pode também servir de vez em quando como estimulante antigênico. Erupções urticárias, exantemas eritematosos e outras respostas dermatológicas representam manifestações comuns da alergia aos anestésicos locais e são normalmente tratados como anti-histamínicos. respostas anafiláticas de natureza grave exigem epinefrina.
Apesar da baixa incidência de alergia verificável ás soluções de anestésico local, percentagem relativamente alta de indivíduos apresenta anamnese de hipersensibilidade provável aos anestésicos locais. Muitos deste casos consistem em ansiedade ou reações tóxicas diagnosticadas erroneamente como sendo de origem imunológica. Tais enganos são particularmente aparentes quando se trata de amidas, pois as pesquisas, em sua maioria, comprovam que este compostos são essencialmente não-alergênicos.* Quando está compreendido um único agente, a substituição por outro anestésico local é o método mais simples de resolver o problema, caso se dê consideração ao fato de que os ésteres podem manifestar alergenicidade cruzada. A seleção do fármaco torna-se mais difícil quando um paciente afirma ser alérgico a todos os agentes convencionais. A difenidramina ( na concentração de 1%, com ou sem epinefrina a 1:100.000 ) tem sido usada com êxito em tais casos, mas sua conveniência como anestésico local é limitada. Um meio alternativo consiste em fazer triagem para determinar a alergia medicamentosa. Conquanto os métodos de testar a sensibilidade são um tanto precários e podem ser potencialmente perigosos, não foram ainda observadas reações negativas falsas como os anestésicos locais que utilizam a técnica intracutânea. Por isso, os fármacos que dão resposta intracutânea negativa podem ser usados com razoável garantia de segurança.



*Arora, S., and Aldrete, J.A. Investigation of possible allergy to local anesthesic drugs: correlation of intradermal with intramuscular injections. Anesthiology Reviews, 1959.


Reações alérgicas à penicilina

As reações alérgicas à penicilina foram classificadas em três grupos, com base no tempo de desenvolvimento. Reações alérgicas agudas, aceleradas e reações de hipersensibilidade retardadas, já demostradas na página 4 nas " classificações da Alergia medicamentosa ".
As reações de início retardado à penicilina podem também ser vistas na cavidade oral como glossite aguda, língua sarrenta, melanoglossia, quilose e grave estomatite com perda da mucosa bucal. Tais reações têm geralmente sido resultado do uso tópico da penicilina na cavidade oral, mas também ocorrem (embora menos freqüentemente) quando a penicilina é administrada por outras vias. A doença do soro é reação alérgica que também cai nesta classe, embora possa assumir forma acelerada se o paciente tiver sido exposto anteriormente . Via de regra, aparece quando a duração da penicilinoterapia se estende por mais de uma semana, em geral leva pelo menos seis dias para evoluir e pode ocorrer uma semana ou mais após suspensão da terapia. A doença dos soro não é alergia mediada por célula, mas resultado da deposição de complexos de anticorpos ( IgG ou IgM ) mais complemento nas paredes das arteríolas. Caracteriza-se por febre, exantema ( urticária, erupções maculopapulares ), atralgia e linfadenopatia. O tratamento é sintomático. O clínico deve estar ciente que uma reação alérgica à penicilina pode manifestar-se apenas por febre e que a persistência da hipertermia em face da remissão de uma infecção é prova de que a febre pode ser devida à alergia medicamentosa. Em geral, tais quadros clínicos febris desaparecem dentro de 24 a 36 horas após a suspensão da droga.
No desenvolvimento de anticorpos à penicilina, não é a molécula intacta da penicilina que reage com a proteína para formar o antígeno completo, mas sim seus produtos de degradação. Um dos derivados mais reativos da penicilina é o ácido penicilênico, que reage com os resíduos de lisina para formar o determinante antigênico maior. Este determinante peniciloílico constitui mais de 95% dos conjugados hapteno-proteína da penicilina; os anticorpos a ele medeiam as reações urticariais aceleradas e tardias e algumas reações maculopapulares e eritematosas cutâneas. Os restantes 5% dos antígenos de penicilina consistem em proteínas conjugadas por outros grupamentos da penicilina (por exemplo, ácido penicilóico) ou de derivados não-peniciloílicos do ácido penicilênico. Estes determinantes antigênicos menores, assim chamados por causa de sua menor abundância, são, na verdade, responsáveis pela maioria das reações alérgicas de início imediato. A síndrome da atralgia recorrente associada com a penicilina também parece ser mediada por estes determinantes menores.
As reações alérgicas à penicilina são relativamente não-antecipadas. Embora os pacientes que experimentam reações adversas à penicilina sempre devam ser considerados alérgicos a menos que se prove o contrário, os testes de prova mostram com três quartos de tais indivíduos, com o tempo, perdem sua predisposição à penicilina. Por outro lado, os pacientes que tomaram penicilina durante anos sem quaisquer problemas podem subitamente desenvolver reação alérgica, que vai desde as formas mais brandas até as mais graves. Os pacientes com histórico pessoal ou familiar de atopia (alergia a alimentos, pó, pólens, etc) exibem freqüência maior de alergia à penicilina do que os outros indivíduos. Em tais pacientes, a penicilina deve ser empregada com cautela e evitada quando possível.


Tratamento das Reações Alérgicas

As reações de hipersensibilidade imune são classificadas de acordo com o mecanismo imunológico compreendido. Os tipos I, II e III são mediados por imunoglobulinas, enquanto o tipo IV é mediado pela CMI como já nos referimos anteriormente.

O principal objetivo do tratamento da hipersensibilidade do tipo I consiste em evitar a liberação da histamina, neutralizá-la ou inverter-lhe os efeitos. Os fármacos antihistamínicos, que bloqueiam de modo competitivo as ações da histamina, são os já citados acima: antagonistas H1 e H2.
As aminas simpatomiméticas (fármaco adrenérgico que pode ser uma edefrina ou epinefrina), que atuam como antagonistas fisiológicos da histamina e de outro mediadores da Alergia, e que inibem a liberação destas substâncias pelos mastócitos ao estimular a formação de cAMP, são também úteis no tratamento deste tipo de Alergia. A edefrina tem a vantagem de ser bem absorvida por via oral e de proporcionar atividade por uma hora ou mais. As soluções de epinefrina, que devem ser administradas por via parenteral, proporcionam o mesmo alívio e proteção, mas muito mais eficaz e rapidamente. Para reações alérgicas agudas que compreendem urticária e edema angioneurótico, deve ser adequada a injeção subcutânea de 0,3 a 0,5 ml de epinefrina 1:1000. Distúrbios fulminantes tais como choques anafiláticos exigem absorção mais rápida de epinefrina do que aquela proporcionada por injeção subcutânea, sobretudo se a circulação estiver prejudicada. Recomenda-se a injeção intramuscular de 0,4 a 0,6 ml de epinefrina ou, se o paciente já foi previamente preparado para injeções intravenosa, a administração intravenosa lenta de epinefrina de 1:10000. Com esta última rota de administração, há considerável risco de precipitar arritmias cardíacas e fibrilação ventricular graves.
O cromglicato sódico é outro fármaco que impede a desgranulação dos mastócitos. O fármaco estabiliza o sistema de adenilciclase-cAMP, mas não exerce nenhum efeito direto sobre a ação da histamina autacóides relacionados. O cromoglicato sódico é apenas útil como agente local; em geral, é utilizado na forma de pó, que é insuflado como aerossol ou depositado diretamente nas narinas. O fármaco foi também submetido a ensaios terapêuticos preliminares em pacientes com colite ulcerativa, doença com possível alteração do processo imune.
Alguns fármacos ansiolíticos também funcionam como anti-histamínicos, como o difenilmetânico. A estrutura química da hidroxizina é semelhante a de alguns dos anti-histamínicos piperazínicos. Os análogos da hidroxizina são usados principlamente como anti-histamínicos em vez de agentes ansiolíticos, cuja função é diminuir o tono muscular, reduzir a ansiedade, entre outros.
Outro método de tratamento das hipersensibilidades de tipo I está em fase de estudo*. A IgE, que medeia as reações atópicas, exerce esta ação devido à sua propriedade singular de ligar-se a receptores presentes na membrana do mastócito. A fixação ocorre em centro de ligação específico sobre a molécula de imunoglobulina. Sintetizou-se um pentapeptídeo (Asp-Ser-Asp-Pro-Arg) com a mesma seqüência de aminoácidos do local de ligação, e verificou-se que ele inibe as reações a testes cutâneos do tipo I. este peptídeo é agente terapêutico promissor, visto que inibe a reatividade cutânea não só através da competição pelos receptores situados na membrana dos mastócitos, mas também através do deslocamento ed IgE fixada na membrana do mastócito.
Os agentes imunossupressores que inibem a produção de auto-anticorpos e fagocitose são utilizadas no tratamento das hipersensibilidades auto-imunes graves do tipo II. Com freqüência , os corticosteróides e a azatioprina ou metotrexato são utilizadas em associação. Doses elevadas de glicocorticóides podem ser úteis na atenuação do espasmo brônquico e do edema laríngeo. Nesta situação, os glicocorticóides também atuam no sentido de aumentar a contração cardíaca e realçar os efeitos vasculares das catecolaminas. Contudo, os efeitos máximos dos glicocorticóides não ocorrem se não varias horas após a administração. A inibição exercida por glicocorticóides sobre fenômenos imunológicos pode resultar de uma ou mais ações sobre as células linfóides: alteração na produção ou liberação de células da medula óssea, modificação de sua capacidade de migrar até zonas de reações imunológicas ou inflamatórias, remoção de células da circulação por destruição ou seqüestro em diversos compartimentos teciduais ou supressão direta de suas funções fisiológicas, tais como a produção de linfocinas e anticorpos. Outro mecanismo pode compreender a inibição da fagocitose e subseqüente digestão do antígeno por macrófagos, ocorrência indispensável ao desenvolvimento de algumas respostas imunológicas. A hidrocortisona interfere com a migração de neutrófilos e fagócitos mononucleares para o local da resposta alérgica ( inflamação ; a capacidade fagocitária e digestiva dos macrófagos também é reduzida. Finalmente, a hidrocortisona inibe a formação de tecido de granulação por retardar a proliferação capilar e fibroblástica e a síntese de colágeno.
Os corticosteróides são úteis no tratamento das Alergias a imunocomplexos, do tipo III, devido principalmente às suas propriedades antiinflamatórias. Nos casos graves pode-se administrar azatioprina ou ciclofosfamida, a fim de suprimir a resposta imune e permitir o uso de quantidade reduzida de esteróides. O uso contínua de corticosteróides em doses farmacológicas pode causar supressão adrenal e hiperadrenocorticismo. O risco de supressão drenal depende da dose, bem como da duração da ação da droga específica e da duração do tratamento. A prednisona a prednisolona, por exemplo, provocam menos complicações de ação prolongada, como a betametasoma e a dexametasona. De fato, a administração de uma droga de ação curta por período breve geralmente não causa toxicidade significativa. Costuma-se adotar a administração oral de corticosteróides em regime de dias alternados. Os pacientes sofrem menos reações adversas com este regime e causam menos supressão renal.
As Alergias do tipo IV, isto é, hipersensibilidade da CMI, podem incluir células citotóxicas ou linfocinas ou ambas. A rejeição de enxerto é exemplo da influência dos linfócitos citotóxicos. Os pacientes submetidos a transplantes são tratados com agentes imunossupressores associados . por exemplo, um esquema para o tratamento de pacientes submetidos a transplante cardíaco inclui prednisona, azatioprina e ALS. Além disso pode-se utilizar a radioterapia para suprimir a atividade dos linfócitos sensíveis a antígeno. O tratamento da dermatite ed contato, que é manifestação dérmica da Alergia de CMI, é sintomático. O tratamento com corticosteróides, quer local, quer em caso grave, sistêmico, é utilizado para controlar a inflamação.

*Hamburger, R.N. Peptide inhibition of the Prausnitz-Küstner reaction. Science, 1975


Principais medicamentos usados no tratamento das alergias


Anti-Histamínicos
Os anti-histamínicos têm somente indicações nas doenças alérgicas que respondem por mecanismo extrínseco, onde o mediador principal é a histamina. Sua maior utilidade é na urticária e em outras reações alérgicas imediatas onde predomina o prurido. São facilmente absorvidos no trato gastrointestinal e nos locais parenterais de administração. Os efeitos aparecem 15 a 30 minutos após a administração oral, atingindo o ápice em uma hora e perdurando, em média, por três a seis horas.
Os diversos anti-histamínicos têm sua função farmacológica normal variável em intensidade. A hidroxizina tem a maior ação sobre o prurido, sendo também em muitos caso mais efetiva no tratamento sintomático da urticária, abreviando a duração das pápulas.

Os anti-histamínicos compreendem um grupo de substâncias que antagonizam os efeitos farmacológicos da histamina. Ocupam os receptores histamínicos das células efetoras nos tecidos, bloqueando-os através de um mecanismo competitivo e reversível. esta propriedade está relacionada à sua semelhança com a molécula de histamina.
Os receptores da histamina nos diversos tecidos estão divididos em dois grupos: H1 e H2. Os anti-histamínicos classicamente atuam sobre os receptores H1, impedindo o aumento da permeabilidade capilar e a contração da musculatura lisa do aparelho gastrointestinal e respiratório. A contratura demorada da musculatura brônquica está mais na dependência da substância de reação lenta (SRS), razão por que os antihistamínicos têm pequena atuação na asma.
Apenas os mais modernos anti-histamínicos agem sobre os receptores H2, responsáveis pela ação sobre a secreção gástrica e sobre a musculatura dos vasos sangüíneos (exemplos: burimamide, cimetidina, metiamide). Os anti-histamínicos, além de antagonizarem, atuam sobre o sistema nervoso central e têm ação anestésica local mesmo em doses terapêuticas.

São importantes os efeitos colaterais que os anti-histamínicos podem ocasionar: sonolência estado vertiginoso, fadiga, náuseas, vômitos, tremores, irritabilidade, euforia, insônia, anorexia, constipação, retenção urinária, xerostomia e outros sintomas. Os efeitos colaterais variam nos diversos anti-histamínicos. Assim, a prometazina e a difenidramina têm maior ação sedativa, já a ciproptadina estimula o apetite.
Nas crianças o excesso de anti-histamínicos pode provocar fenômenos tóxicos, como excitação, contrações musculares, febre, convulsões e mesmo morte.
Os anti-histamínicos não devem ser associados ao álcool ou outros depressores do sistema nervoso central, porque podem potencializar esta ação depressora.
Principais drogas anti-histamínicas e suas doses terapêuticas:
Na relação anti-histamínicos, que se segue, são indicadas as doses médias diárias para adultos. Para as crianças deve ser calculada a idade e peso dos pacientes. Correspondem em média de 1/4 à metade da dose do adulto.
Azatadine (maleato), 2 mg
Bromofeniramina (maleato), 16 mg
Buclizina (dicloridrato), 75 mg
Carbinoxamina (maleato), 15 mg
Ciproeptadina (cloridrato), 12 mg
Cloroprofenpiridamina (maleato), 12 mg
Dextrobromofeniramina (maleato), 12 mg
dextroclorofeniramina (maleato), 6 mg
Difenidramina (cloridrato), 150 mg
Doxilamina (succinato), 50 mg
Feniramina (maleato), 75 mg
Hidroxizina (hidrocloreto), 80 mg
Isotipendil (hidrocloridrato), 12 mg
Meclastina, 2 mg
Profenpiridamina, 75 mg
Prometazina (cloridrato), 50 mg
Triprolidina (cloridrato), 7,5 mg


Corticosteróides

Os corticosteróides são produzidos pela córtex da glândula supra-renal. Esta síntese dos corticosteróides é estimulada pelo hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) da glândula pituitária que, por sua vez, é secretadada pela atuação do fator liberador (HRF), originado no hipotálamo. A secreção do ACTH é também controlada pelo nível de corticosteróides, de origem endógena ou exógena, inibe a produção de ACTH.
O uso do ACTH (corticotrofina) está limitado ao diagnóstico da insuficiência adrenal. Na terapêutica foi substituído pelos costricosteróides porque o ACTH pode ativar os mineralocorticóides, provocando distúrbios eletrolíticos: suas doses são mais difíceis de controlar e, embora raramente, são capazes de provocar choque anaflilático.
O ACTH já foi usado com a finalidade de estimular a supra-renal durante o uso prolongado de corticosteróides. Abandonou-se tal orientação porque pode acontecer o contrário: um aumento de supressão da supra-renal.

Não está bem definido o mecanismo de ação dos glicocorticóides. Sabe-se, entretanto, que muitos dos efeitos desses esteróides estão ligados à síntese das proteínas, envolvendo material genético DNA e RNA.
Os glicocorticóides apresentam ações fundamentais que se inter-relacionam:
Reduzem a inflamação, aumentando a resistência da parede capilar, diminuindo a sua permeabilidade, reduzindo assim a passagem de líquidos e impedindo o acesso de neutrófilos e macrófagos ao sítio da inflamação.
Impedem o acúmulo de histamina no local de reação. Parecem não ter ação na formação ou liberação desta substância.
Diminuem a produção da prostaglandina F2 alfa.

Os glicocorticóides provocam reações adversas que obrigam a uma prévia e criteriosa avaliação do seu uso. Essas reações adversas podem ser de tal gravidade que implicam até suspensão da terapêutica corticosteróide.
Efeitos adversos provocados pelos corticosteróides são observados mais comumente quando em tratamento prolongados. O uso de medicamento em período curto, mesmo em altas doses, não acarreta reações apreciáveis.
Os principais efeitos colaterais dos corticosteróides são divididos segundo sua via de administração.
Aplicados por via sistêmica:
Aparência cushingóide.
Obesidade
Diabete
Parada do crescimento
Suscetibilidade às infecções
Diminuição da atividade antiinfecciosa dos leucócitos
Interferência no mecanismo da vitamina D
Osteoporose
Aumento do apetite
Edema
Hirsutismo
Distúrbios mentais
Púrpuras
Amenorréia
Fatigabilidade
Irregularidade menstruais
Distúrbios da coagulação
Equimoses
Dispepsias
Distúrbios emocionais
Irritabilidade
depressão
Úlceras no aparelho digestivo
Trombose
Pancreatite
Hipertensão arterial
Atrofia supra-renal
Retardamento da maturação sexual
Catarata subcapsular posterior
Tromboembolismo
Sangramento gastrointestinal
Aplicados em aerossol:
Suscetibilidade a infecções na boca e faringe.
Aplicações cutâneas:
Estrias cutâneas
Recrudescimento de infecções
Glaucoma
Dermatite de contato

Na maioria dos casos esses efeitos indesejáveis são reversíveis com a parada da medicação, não trazendo seqüelas para o organismo. Os efeitos colaterais dos glicocorticóides podem ser diminuídos pela administração dos esteróides de curta ação em dias alternados, mesmo quando as doses nesses dias sejam o dobro daquelas tomadas diariamente.

A posologia sistêmica dos corticosteróides é extremamente variável, dependendo do composto empregado, da síndrome, da intensidade dos sintomas, da via de aplicação, etc.
Em relação às síndromes alérgicas, algumas considerações de ordem prática devem ser observadas:
As doses iniciais devem ser altas e mantidas por pouco tempo (um a três dias).
O tratamento deve ser de pouca duração.
Se houver necessidade de um tratamento prolongado, as doses devem ser diminuídas progressivamente até um mínimo que mantenha o paciente livre de sintomas.
Dê preferência, no período de manutenção os corticosteróides devem ser administrados em dias alternados.
Para as crianças, quando houver indicação formal as doses iniciais devem ser altas, aproximadamente iguais às do adulto.

As doses terapêuticas usuais dos corticosteróides são:
Corticosteróides em aerossol. Os aerossóis de beclametasona devem ser aplicados:
Adultos- 50 a 100 mmg, três a quatro vezes ao dia. A dose diária máxima permissível é de 1mg.
Crianças- 50 mmg, duas a três vezes por dia. Dose máxima permissível é de 0,5 mg por dia.

Corticosteróides injetáveis. Por via injetável deve-se empregar dose única. Se necessário, repetir três a quatro horas após.
Hidrocortisona:
- Adultos- 25 a 50 mg/Kg
- Crianças- 10 mg/Kg (máximo de 200 mg_
Betametasona:
Adultos- 4 a 8 mg por dose
- Crianças- 0,2 mg/Kg por dose

Corticosteróides orais. Os corticosteróides orais são prescritos em quatro, duas e preferencialmente uma dose diária. A dose única deve ser ministrada pela manhã.
Betametasona:
- Adultos- dose inicial: 2 a 3 mg por dia; dose manutenção: 0,5 a 1 mg por dia.
- Crianças- dose inicial 1 a 2 mg por dia; dose manutenção: 0,25 a 1 mg por dia.

Tabela de equivalência da atividade terapêutica.
Betametasona, 0,5 mg
Cortisona, 25 mg
Dexametasona, 0,75 mg
Fluorcortolona, 5 mg
Hidrocortisona, 20 mg
Metilprednisolona, 4 mg
Parametasona, 2 mg
Prednisolona, 5 mg
Prednisona, 5 mg
Triancinolona, 4 mg



Agonistas Beta-Adrenérgicos

As principais drogas que possuem propriedades broncodilatadoras disponíveis e freqüentemente utilizadas são os agonistas beta-adrenérgicos (simpáticomiméticos) e os inibidores da fosfodiesterase. Outros broncodilatadores, como anticolinérgicos, bloqueadores alfa-adrenérgicos, prostaglandinas, são de pouco uso clínico.

As aminas simpaticomiméticas têm a propriedade de reproduzir no organismo as ações e efeito do neuro-hormônio adrenérgico. Atuam através de dois mecanismos: fixando-se e estimulando o receptor adrenérgico, ou produzindo a liberação na terminação adrenérgica pós-ganglionar.
A broncodilatação obtida por essas substâncias é devida à atuação sobre os receptores do tipo beta-2 situados na musculatura dos bronquíolos. Quanto mais seletiva para os receptores beta-2 melhor será a droga adrenérgica, pois apresenta menos efeitos sob o sistema cardiovascular, ou seja, sobre os receptores beta-1-cardiovasculares.
Essa substância mais específica para os receptores beta-2 produzem, porém, queda de pressão arterial, podendo desencadear uma taquicardia sinusal reflexa.
A ação benéfica dos agonistas beta-adrenérgicos no tratamento da asma brônquica depende não apenas do efeito relaxante sobre a musculatura brônquica, mas também da ação inibidora sobre a reação alérgica.

Os principais adrenérgicos e suas doses terapêuticas são as seguintes aminas simpaticomiméticas.
Adrenalina: administrada por via parenteral, subcutânea ( 0,01 mg/Kg cada quatro horas, repetindo se necessário cada 1/2 hora) ou endovenosa ( 0,025 a 0,25 mg, injeção lenta), ou por via oral, nebulizações (0,2 a 0,3 mg por dose).
Isoproterenol: sublingual (5 a 20 mg cada quatro a seis horas), inalação (0,08 a 0,40 mg por dose, uma a três inalações no máximo oito vezes por dia). Em crianças a sublingual é administrada 0,3 mg/Kg cada quatro a seis horas.
Metaproterenol: via subcutânea e intramuscular (0,5 a 1 mg cada quatro a seis horas. Crianças 0,015 mg/Kg cada quatro a seis horas), via endovenosa (0,5 mg cada seis horas. Crianças 0,01 mg/Kg cada seis horas), via oral ( 10 a 20 mg cada seis horas. Crianças 0,4 mg cada seis horas).
Terbutalina: via subcutânea (0,25 a 0,5 mg quatro vezes por dia), via oral ( 2,5 a 5 mg duas a três vezes por dia), nebulizações ( 0,25 mg por inalação, oito vezes ao dia. Na crianças um nebulização a cada seis horas).
Salbutamol: via intramuscular ou subcutânea (0,5 mg), via endovenosa (0,25 mg), via oral (2 a 4 mg três ou quatro vezes ao dia. Crianças 0,1 a 0,15 mg/Kg cada oito horas), nebulizações (0,01 mg/ inalação, uma ou duas inalações cada quatro horas)
Fenoterol: via oral (2,5 a 5 mg três vezes ao dia. Crianças 0,2 mg/kg cada oito horas), nebulizações (0,2 mg/inalação, três inalações por dia no período de três horas)
Trimetoquinol: via oral (3 a 6 mg três vezes por dia. Crianças 1 mg por ano de idade por dia)
Efedrina: via oral (25 a 30 mg cada quatro a seis horas. Crianças 0,6 mg/kg cada quatro a seis horas)


Tratamento Imunoterápico

A dessensibilização para o tratamento das doenças alérgicas tem evoluído nesses últimos 60 anos. Começou com os pioneiros Noon e Freeman, quando trataram os primeiros doentes de febre do feno com vacinas de extrato de pólen. desde então surgiram novos conceitos e variações na técnica de preparo e tipos de vacinas.

Mecanismo da Imunoterapía
O mecanismo da dessensibilização ainda não está bem esclarecido. São conhecidas somente as mudanças imunológicas ocorridas durante o tratamento:
Aumento de IgG
Diminuição de IgE específica
Diminuição da atividade dos mastócitos e basófilos
Aumento de linfócitos T supressores.

Existem três hipóteses principais explicando o mecanismo da imunoterapia:
Hipótese dos anticorpos bloqueadores: Os anticorpos IgG teriam mais afinidade para os antígenos, capturando-os no fluido tecidual e impedindo que fossem atuar sobre os anticorpos IgE ou reagínicos fixados aos mastócitos e basófilos, evitando assim a degranulação destas células com a conseqüente liberação de substâncias vasoativas responsáveis pelos fenômenos alérgicos.
Hipótese de ação apenas sobre o linfócito T supressor: A imunoterapia provocaria inicialmente um aumento de produção de IgG que estimularia os linfócitos T supressores. Estes teriam uma ação negativa sobre os linfócitos B, inibindo a diferenciação destes em plasmócitos e conseqüentemente suprimindo ou diminuindo a produção de IgE. A melhora, mesmo depois de suspensa a dessensibilização, é explicada pelo fato de os linfócitos T possuírem memória imunológica e continuarem a suprimir a produção exagerada de IgE, mesmo depois de parada a vacinação.
Hipótese de estímulo do linfócito T supressor e/ou inibição do T estimulador: A exposição natural ao alérgeno leva a um estímulo direto do linfócito T supressor e/ou inibindo o linfócito T estimulador, tendo uma ação negativa sobre o linfócito B produtor IgE.


Métodos de dessensibilização:

Método Clássico: É o método comum, com aplicações de doses crescentes, dependentes da sensibilidade cutânea.
A dose inicial usada é de 0,1 ml de uma solução dez vezes mais fraca do que aquela mais diluída que deu a reação cutânea positiva.
As vacinas são aplicadas por via subcutânea, cada três a cinco dias com um aumento de 0,1 ml por vez, até atingir a dose de 1 ml. Será então iniciada nova série com concentração dez vezes mais forte, partindo de 0,1 ml. Surgindo reação no local a dose será diminuída ou mantida durante algumas aplicações. Por este método as vacinas são aplicadas em altas concentrações e mantidas no limiar da tolerância dos pacientes. Este limiar geralmente é de 0,5 ml de uma diluição 1:50.
Método das Microdoses: É o método em que as vacinas são aplicadas em altas diluições e iniciadas conforme a intensidade dos sintomas clínicos . As diluições usadas variam de 1:10.000 a 1:10.000.000.000, em média.
Método Intermediário: Pode ser adotado um método entre o clássico e o das microdoses, com bons resultados. Nessas vacinas os alérgenos estão em diluições variáveis de 1:1.000 a 1:10.000.000, de acordo com a intensidade da sensibilização pelos pacientes e seus componentes.


Tipos de vacinas usadas e suas inidicações

Vacinas de inalantes: Indicadas nos casos de asma brônquica, tosse alérgica, pigarro, rinites, faringites, traqueítes, sinusites, otites catarrais, conjuntivites e outras síndromes, quando provocadas pelos antígenos inalantes.
Vacinas bacterianas: Empregadas nos casos de asma brônquica, bronquites, tosse alérgica, rouquidão, pigarro, rinites, faringites, laringites, traqueítes, otites, urticárias, edema angioneurótico, dermografismo, prurigos, eritrodermais, colites, dores articulares, alergia física e outros casos, quando for comprovada a sensibilização a bactérias ou seus produtos.
Vacinas inalantes e bactérias das vias respiratórias: Usadas em casos de asma brônquica, rinites, faringites, tosses alérgicas, rouquidão, pigarro, catarro pós nasal, laringites, traqueítes, sinusites, otites catarrais, dermatites alérgicas e outras síndromes, quando houver sensibilização mista aos inalantes e bactérias.
Vacinas de alimentos: Possível indicação em sintomas no aparelho digestivo: colites, eructações, vômitos, náuseas, halitoses, sensação de plenitude gástrica, fermentação intestinal, cólicas abdominais e prurido anal; reações na pele: urticária, angioedema, pruridos, prurigos e eczemas; reações no aparelho respiratório: asma, rinite, tosse alérgica, rouquidão e outras síndromes.
Vacinas antimicóticas: Usadas na dessensibilização para micides e micoses.
Vacinas de antígeno de insetos: Para dessensibilização nos casos de estrófulo e outras reações a picadas de insetos.
Vacinas de histamina: Indicadas na cefaléia histamínica e em alguns casos de urticária e alergia aos agentes físicos.
Vacinas de vírus: Indicada no herpes simples.
Vacinas para dessensibiliazação inespecífica: Tem indicação, como tentativa de tratamento, em dessensibilização inespecífica em casos especiais de síndromes alérgicas, onde o alérgeno não foi identificado; em acne, furunculose, blefarites, foliculites e outras estafilococcias.


Concentração das vacinas

Os métodos mais usados são o de peso/volume, conteúdo de nitrogênio total, unidade de nitrogênio protéico, unidades Noon e estandardização biológica.
As vacinas devem ser aplicadas em diluições que variam de 1:50 a 1:100.000.000 ou mias, conforme o método de dessensibilização adotado. O preparo das soluções das vacinas é muito simples e assim realizado:
Soluções 1:10- anexar 0,5 ml da vacina ou antígeno concentrado em um frasco com 4,5 ml da solução diluidora adequada.
Solução 1:1000- injetar 0,5 ml da vacina a 1:10 em um frasco com 4,5 ml da solução diluidora.
Solução 1:1.000- injetar 0,5 ml da vacina a 1:100 em um frasco com 4,5 ml da solução diluidora.


Técnicas de dessensibilização

Entre as técnicas temos as diferentes vias de aplicação que podem ser: intradérmicas, subcutâneas, oral, sublingual, nasal, inalatória e epicutânea. Mas nem todas elas são utilizadas, algumas não tem resultados práticos. As mais utilizadas são apresentadas abaixo.
As vacinas de via oral ou sublinguais são aplicadas diariamente, pela manhã e à noite, com três gotas , deixando alguns segundos embaixo da língua e deglutindo.
Com as vacinas injetáveis aquosas inicia-se a dessensibilização de acordo com a intensidade dos sintomas ou com a reação cutânea aos testes. Geralmente começa-se com vacinas bem diluídas.


Duração da dessensibilização.

A dessensibilização em geral só é conseguida após dois a quatro anos de tratamento.
Após alguns meses de vacinação, estando o pacientes assintomático, as aplicações podem ter os intervalos aumentados, variando o número de dias com o tipo de vacina. Com intervalos maiores consegue-se continuar a dessensibilização por vários anos.
O término da dessensibilização é ditado pela ausência de sintomas por um ou dois anos na vigência da vacina

Alguns Fármacos Utilizados Em Imunoterapía


Nome Oficial Nome Comercial Agentes para imunização ativa
Vacina BCG
Toxóide tetânico
_
_ Agentes para imunização passiva
imunoglobulina sérica, humana
imunoglobulina anti-hepatite B (humana )
Immu-G (nome EUA)
H-BIG (nome EUA) Imunoestimulantes
Vacina BCG
Lvemisol
_
Stimamizol Imunossupressores
soro antilinfocítico (ALS)
azatioprina
ciclofosfamida
floxuridina
melfalano
mercaptopurina
metotrexato
prednisona
imunoglobulina RhD (humana)
_
Imuran
Enduxan
FUDR (nome EUA)
Alkeran, Sarcoclorin
Mercaptine, Puri-Nethol
Methotrexate
Meticorten
RhoGAM Tratamento para reações alérgicas
anti-histamínicos
cromoglicato sódico
_
Intal






Bibliografia


Farmacologia e terapêutica para Dentistas; Neidle E. A., Kroeger D. C., Yagiela J. A. Editora Guanabara Koogan, 1983.


Farmacologia Odontológica; Bazerque P.; Editorial Mundi, 1979.


Alergia Clínica; Lain Pontes de Carvalho e João Bosco Magalhães Rios; Editora Guanabara Koogan, 1982. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Medicina.:.Hanseníase





INTRODUÇÃO

O bacilo de Hansen também conhecido com lepra, é uma doença infecto-contagiosa conhecida desde os primordeos (primeiros tempos). Conhecida pelos gregos 500 anos a.C. e denominada hanseníase com o intuíto de retirar do doente e de sua familia o estigma da palavra lepra, eivado de tradições e crendices de muitos séculos. Existem três tipos:
1) Tipos lepromatoso: com o aparecimento de másculas sobre a pele e nódulos infiltrados de tecido sudcutâneo nos quais pulula o bacilo de Hansen.
2) Tipo tuberculóide : também caracterizado por másculas e infiltrações e onde se põe em evidência o grão lúpico por vitropressão ma s cujas lesões não encerram bacilos.
3) Tipo hanseníase nervosa: caracteriza por neurites e polineurites acarretada de atrofias musculares e ulcerassões, mas as lesões cutâneas assumem menor importancia que as formas prescendentes.
Em geral, os sintomas da hanseníase são:
-manchas, nódulos e alterações da sensibilidade térmica e dolorosa no local. Pequenas atrofias musculares e corrimentos nasais, podendo acompanhar os demais simtomas como: mutilações e preconceitos e descrições.


HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença infecciosa provocada por um bacilo álcool-ácido-resistente, descoberto pelo médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Henrvk Hansen (1841-1912), em 1874. Pelo simples exame a fresco, Hansen demonstrou, nas chamadas células leprosas de Virchow, encontráveis nos nódulos cutâneos da doença, a presença de bastonetes agentes da infecção. Abraão Rotberg (1912), no Brasil, propôs em 1967 a designação hanseníase, em substituição a lepra e morféia, altamente estigmatisantes. O Brasil infelizmente, é o segundo país do mundo em número de pessoas atingidas pela hanseníase, só superado pela Índia, que tem registrado mais de um milhão de casos. Para erradicar a doença, o Ministério da Saúde, já em 1976, proibiu o termo lepra como sinônimo da hanseníase, embora não tenha conseguido sucesso no combate de preconceito que envolve a doença. Agora o Conselho Nacional de Saúde atendendo à reivindicação das Organizações Não-Governamentais ligadas ao assunto, criou o projeto 2000, que utiliza os meios de comunicação para melhor informar à sociedade. O bacilo mycrobacterium leprae ataca a pele e os nervos. Mas o curioso é que 90% da humanidade tem imunidade natural contra a hanseníase. A doença não mata e só se agrava e se espalha caso não se procure logo o tratamento. Com medicação moderna, através de comprimidos, o risco de contágio cessa em 15 dias. O difícil está em detectar o problema e procurar ajuda. O primeiro alerta são as manchas insensíveis à qualquer forma de estímulo, como a dor e o calor. Basta fazer um teste com a ponta de um agulha para avaliar a insensibilidade.
SITUAÇÃO DA HANSENÍASE NO BRASIL
Região Casos já existentes Novos casos Norte 26.280 8.761 Nordeste 25.313 6.738 Sudeste 76.145 9.100 Sul 23.954 1.399 Centro-Oeste 30.271 6.990 Total. 181.963 32.988
O bacilo de Hansen apresenta praticamente as mesmas caracteristicas do bacilo de Koch, 'agente da tuberculose'. Todavia, nas lesões chamadas lepromatosas, dispõe-se em faixas, as chamadas globias, nas quais os bacilos se acham reunidos por uma substância de contenção não coravel, a gléia. Como o bacilo da tuberculose, o da lepra apresenta granulacões bem estudadas, em 1886, pelo pesquisador brasileiro Adolfo Lutz (1855- 1940). Numerosas culturas tem sido obtidas de lesões de hanseníase, constituídas por bacilos difteróides, bacilos ácido-resistentes cromogênicos. Contudo, enquanto não se dispuser de critério seguro para a caracterização do verdadeiro bacilo da hanseníase, será impossível afirmar o significado etiológico de semelhantes culturas.
Tentativas realizadas com o objetivo de reproduzir experimentalmente a hanseníase no homem têm dado resultado negativo. Em macacos e hamisters conseguiram alguns pesquisadores a reprodução de nódulos ricos em bacilos, principalmente quando esses últimos animais são esplenectomizados. Para se corar o bacilo, ultiliza-se o método de Ziehl-Neelsen, aparecendo o mesmo sob forma de bastonete (bacilo alongado), corado em vermelho.
No V Congresso Internacional de Leprologia, realizado em Havana (1948), foi vitorioso no ponto de vista dos leprólogos sul-americanos, particularmente brasileiros e argentinos, que propugnavam por uma classificação mais racional da bacilose, baseada em conceitos clínicos, bacteriológicos, estruturais, imunológicos e epidemiológicos. Duas formas polares foram consideradas: a lepromatosa (símbolo L) e a tuberculóide (símbolo T). Reconheceu-se, além disso, que um grupo de casos com caracteres bem menos definidos, menos estáveis e incertos quato à sua evolução, fossem designados indeterminado (indiferenciado) com o símbolo I. As caracteristicas desses tipos em linhas gerais, são as que se seguem .
Tipo lepromatoso. Resistência mínima à presença, multiplicação e disseminacão dos bacilos; presença constante de grande número de bacilos nas lesões, com acentuada tendencia à formação de globias; manifestações clínicas peculiares na pele e mucosas (especialmente nas vias respiratórias superiores), olhos, nervos periféricos e outros orgãos; negatividade habitual à leprominoreação; estrutura granulomatosa patognomônica; acentuada estabilidade de tipo, quanto à evolução, e tendência à piora progressiva. São casos 'infectantes' ou 'abertos'.
Tipo tuberculóide. Alto grau de resitência à presença, multiplicação e disseminação dos bacilos; baciloscopia geralmente negativa ou presença de escassos bacilos, exceto nos casos racionais, quando podem ser abundantes; manifestações clínicas peculiares predominantes na pele e nervos periféricos, com tendência a limitação e extenção variável, segundo a reatividade tissular; positividade da lepromino-reação, em alta percentagem de casos; estrutura granulomatosa tuberculóide praticamente constante em lesões ativas; marcada estabilidade de tipo e forte tendência à regressão espontânea em ausência de reações repetidas. Esses casos são habitualmente 'não infectantes' ou 'fechados'.
Grupo indeterminado. Resistência variável; manifestações clínicas predominantes na pele (máculas planas, hipocrômicas, eritemato-hipocrômicas ou eritematosas) e nos nervos periféricos; baciloscopia em geral negativa ou com escassos bacilos; lepromino-reação negativa ou positiva; estrutura inflamatória simples; estabilidade de caracteres muito menor que a de qualquer dos tipos 'polares'; tendência variável com respeito a persistência, progresso, regressão ou transformação em algum dos tipos básicos. Esses casos são hbitualmente 'não infectantes'.
As principais provas de laboratório que se usam para o diagnóstico da hanseníase são as seguintes : A)pesquisa do bacilo (a- no muco nasal; b- nas lesões cutâneas; c- nos gânglios; d- nos nervos) B) exames sorológicos (a- fixação do complemento | reação de Eitner | ; b- reação de Rubino; c- hemaglutinação passiva).
A pesquisa de bacilos no muco nasal é de grande valor diagnóstico, com a condição de ser feita com técnica adequada: não basta raspar superficialmente a mucosa, é necessário atritá-la fortemente, fazer uma verdadeira curetagem. A administração peroral de iodeto de potássio(1g diariamente durante de 3 a 5 dias) é recomendável nos casos duvidosos, pois provoca maior secreção nasal e, assim, favorece a pesquisa.
Nas lesões cutâneas, procura-se-á colher o material do bordo das mesmas, atravéz de uma pequena incisão que atinja a camada dérmica. Com o material assim obtido, fazem-se esfregaços, que serão cortados pelo Ziehl-Neelsen. Melhores resultados são proporcionados pelo exeme histopatológico de fragmentos de pele retirados por biopsia, que permitem, além da evidenciação do bacilo, a confirmação da classificação da forma da doença.
Nos gânglios e nervos a pesquisa do bacilo da hanseníase é geralmente feita em esfregaços corados pelo Ziehl-Neelsen, de material obtido por punção.
Existem no soro hansenioso anticorpus capazes de fixar complemento em presença de extratos de lepromas (reação de Eitner) ou de lipóides extraídos de bactérias sorologicamente relacionadas ligadas ao bacilo de Hansen, como Streptothrx leproides (antígeno de Deicke-Gomes) ou o M. Tuberculosis (antígeno de W. K. K. ). Este último dá com os soros hanseniosos reações particularmente intenças e em maior percentagem que na tuberculose: na hanseníase cutânea e na hanseníase mista, em cerca de 95%; na hanseníase nervosa, em perto de 75%; nos casos incipientes, em aproximadamente 45%.
Reações positivas à cardiolipina são também observadas em certa percentagem de soros hanseniosos. Não parece tratar-se, porém, de reações falso-positivas, não apenas porque ocorrem na mesma proporção que na população geral de mesmo nível sócio-econômico, na mesma região, como também porque os soros hansenianos Wassermann-positivos, em sua quase totalidade, são também positivos à prova de imobilização do T. Pallidum.
Uma reação positiva com o antígeno de W. K. K., excluídas a tuberculose e a difteria, bem como certos casos em que o soro dá reações inespecíficas (em particular no pênfigo e na leshmaniose), deve ser interpretada como hanseníase, máxime se ouver suspeita clínica.
A hanseníase é infecção relativamente pouco contagiosa, parecendo que no decorrer da vida, nas populações em que infecção é endêmica, cria-se um estado de relativa resistência do bacilo de Hansen, à semelhança do que acontece em relação à tuberculose. Da mesma maneira que a impregnação do organismo pelo bacilo de Koch, evidenciável pela alergia à tuberculina, coincide com certo grau de imunidade à tuberculose, também na hanseníase uma resistência relativa se observa nos indivíduos que, provavelmente em conseqüencia de exposição ao bacilo de Hansen, desenvolvem uma capacidade maior de reação tissular, traduzida pela positividade da chamada reação à lepromina ou reação Mitsuda. A reação á lepromina, descrita em 1923 por Kausuke Mitsuda (1876-1964), consiste na formação de um nódulo eritematoso infiltrado, que alcança seu máximo de desenvolvimento entre três a quatro semanas após a injeção intradérmica de 0,01-0,02cm3 de lepromina ou antígeno de Mitsuda. O tipo de lepromina mais comumente utilizado é o de Mitsuda-Hayashi, que consiste essencialmente em um cocto-extrato de leproma, filtrado atravez de seda ou nylon de malha fina e preservado com 0,5% de fenol.
No Brasil, a reação à lepromina é positiva na maioria dos adultos e começa a positivar-se nas crianças a partir de quatro anos. Nos comunicantes de hanseniosos verificou-se que todos aqueles que se tornaram doentes apresentaram reação negativa à lepromina. Ver-se-á adiante que a reação de Mitsuda fornece precioso subsídio á classificação das formas de hanseníase e é, conseqüentemente, de valor inestimavel no prognóstico dessa infecção.
O elo que liga a positividade da reação de Mitsuda à resistência contra o bacilo da hanseníase pode ser apenas objetivo de especulações teóricas. Se se admite que a reação à lepromina representa mnifestação de hipersensibilidade retardadda, podem-se aplicar ao caso da hanseníase as mesmas considerações que foram feitas em relação ao papel da alergia no mecanismo da imunidade contra a tuberculose. Nesse particular, devem ser especialmente mencionadas as pesquisas de John H. Hanks (1974), que, estudando comparativamente o comportamento de culturas de fibroblastos provenientes de casos de hanseníase tuberculóide (Mitsuda positiva) ou de hanseníase lepromatosa (Mitsuda negativa), verificou que os primeiros destruíam os bacilos da hanseníase, transformando-os em detritos ácido-resistentes, e tendiam a tomar forma epitelióde; os segundos, ao invés, cresciam normalmente, apesar de conterem quantidades muito maiores de bacilos.
Esses resultados devem ser aproximados das verificações de Emanuel Suter (1935) com o bacilo da tuberculose: esse germe é capaz de multiplicar-se no interior de macrófagos cultivados de cobais normais, mas não em macrófagos provenientes de cobaias vacinadas com o B.C.G.
O bacilo da hanseníase, em conseqüencia de suas limitações metabólicas, é incapaz de crescer nos fluidos extracelulares, onde, ademais, sofre ações adversas que lhe comprometem a própria vitalidade (conclusões extrapoladas de resultados experimentais como o M. Leprae-murium). Pode-se-ia, pois, admitir que a modificação de reatividade, celular, expressa pela reação de Mitsuda, pudesse conferir maior grau de imunidade ao bacilo de Hansen do que o verificado em relação ao bacilo de Koch nos indivíduos alérgicos à tuberculina. Importa salientar, entretanto, que tais considerações representam mera conjetura, pois não há elementos sufucientes para afirmar que a ação inibidora das células em relação à multiplicação bacilar e a reação à lepromina sejam dependentes de um mecanismo comum.
A profaxia daq hanseníase é baseada essencialmente: a)no censo dos casos, realizado pela verificação de notificações e denúncias, pelo exeme e controle de comunicantes e de coletividades ('amostras' da população); b)no isolamento e tratamento dos doentes contagiantes (leprosários); c)no exame periódico e tratamento em dispensário dos doente com alta (baciloscopia negativa).
Vacinação contra a hanseníase pelo B.C.G. Crianças de descendência não portadora de hanseníase, negativas às provas de Mantoux e de Mitsuda, passaram a reagir positivamente tanto à tuberculina, como à lepromina após a vacinação pelo B.C.G. Essa observação, confirmada por numerosos autores, veio focalizar a atenção dos leprogistas sobre o possivel valor proliláctico do B.C.G. na infecção hanseniana. As investigações sobre o assunto não permitem, porém, uma conclusão definitiva.
Bases gerais do tratamento. Inúmeros medicamentos têm sido ensaiados no tratamento da hanseníase, mais, até poucos anos, o único que parecia mostrar certa eficácia era o óleo de chalmugra e seus derivados, sobre tudo o chalmugrato de etila. Desde 1943, porém a chalmugra foi substituída pelas sulfonas, a princípio por derivados da diaminodifenilsulfona (DDS), tais como o DDS dextrose sulfonato de sódio (Promin), o DDS formaldeído sulfoxilato de sódio (diasone, Diamidin etc.) e, a partir de 1948, pela própria 'sulfonamãe' (DDS). Esta, primeiramente considerada demasiado tóxica, revelou-se mais tarde de boa tolerância em dose reduzida (0,3 a 1,2g por semana, em adultos) e e tão eficaz como os compostos substituídos, muito mais caros.
Os resultados do tratamento pelas sulfonas, ratificados pela experiência em leprosários de diversos países, são altamente benéficos, manifestando-se não só pela melhoria clínica, como, em bom número de casos, pela negativação do exeme bacterioscópico. Além das sulfonas, têm dado resultados promissores no tratamento da hanseníase a tiossemicabazona (Tb 1), a ciclosserina e a difeniltiouréia. O emprego dessas drogas, em associação ou em alternância com o tratamento pelas sufonas, parece recomendável à luz de observações recentes e merece mais ampla investigação.
A HANSENÍASE DOS RATOS. Venceslau K. Sstefansky (1867-1950) descreveu, em 1903, nos ratos de Odessa, uma doença que até certo ponto se assemelha a hanseníase humana e que, tal como esta, produzida por um bacilo ácido-resistente incultivável --- o bacilo de Stefansky. A forma típica da doença é a forma músculo-cutânea, em que aparecem zonas ovais de alopecia, sobretudo ao nível da cabeça; atrofias e ulcerações da pele; infiltrações subcutâneas e musculares. Histologicamente, encontra-se infiltrados constituídos por células epitelióides e células hanseniosas repletas de bacilos.
A reprodução experimental da hanseníase murina se consegue com relativa regularidade: desenvolve-se um quadro crônico de doença (seis meses a um ano)e, à necropsia, verifica-se lesão em torno do ponto de inoculação, com repercussão sobre os gâglios vizinhos e abundantes bacilos ácido-resistentes.
A relativa facilidade com que a hanseníase murina pode ser transmitida em série no rato diferencia a nitidamete da hanseníase humana, que só excepcionalmente se tem podido transmitir ao rato. O hamster é particularmente sensível à hanseníase dos ratos, pensando alguns autores que os casos de inoculação positiva no hamster com materia humano devem ser atribuídos à infecção humana pelo bacilo de Stefansky. As evidências em favor da infecciosidade do vírus murino para o homem são, porém, insuficientes.









CONCLUSÃO

As sufonas e determinadas sulfamidas permitem curar completamente a hanseníase tuberculóide. A lepromatosa pode ser estabilizada, mas em geral o tratramento precisa se estender por toda a vida do paciente. A hanseníase é doença notificada obrigatória às autoridades sanitárias. No Brasil a hanseníase é endemia de grande importancia com mais de 181.963 casos registrados (almanaque Abril 1995), este número poderá ser maior devido o descontrole populacional. Os preconceitos contra a doença advinham secularmente do temor do contagio e das deformidades atribuídas à doença; por isso mesmo os hansenianos eram até rescentemente isolados. Os preconceitos deixaram de ter razão de ser, pois o tratamento disponivel elimina o contgáio, além do que as deformidades (perdas de partes do corpo), não são provocadas pela doença. Hoje o tratamento é feito em ambulatório e o paciente leva vida normal, cada vez com menos problemas de contágio ou deformidade. A doença atinge mais as pessoas que vivem em condições precárias de higiene. As medidas preventivas incluem o pronto tratamento dos casos inicias, o exeme periódico dos contados domiciliares do paciente e a educação sanitária da população. No Brasil nota-se nas estatísticas que a incidência da doença é bem menor no nordeste que no sudeste, mas isso na verdade tem sido atribuido à precariedade do diagnóstico e das estatísticas no Nordeste, que a incidência seria maior que os dados disponiveís indicam. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, março 21, 2011

Medicina.:.Esterilizaçao alternativa de Materiais



UTILIZAÇÃO DA PANELA DE PRESSÃO COMO ALTERNATIVA PARA ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS

O estudo objetivou avaliar a eficácia da utilização da panela de pressão como método para esterilização de materiais termorresistentes. O experimento baseou-se no protocolo descrito por Werner (1989) e foi realizado durante o mês de março de 1999 na Embrapa-Caprinos, Sobral-CE. Utilizou-se uma panela de pressão com capacidade de 6,5 l, para a qual adaptou-se um recipiente de 14 cm de diâmetro e 7 cm de altura, perfurado no fundo e laterais com orifícios de 0,5 cm de diâmetro e provido de pés com 6 cm de altura. Para avaliar a eficácia do processo realizaram-se testes biológicos com esporos de Bacillus stearothermophilus e testes químicos – fita termossensível. Constatou-se a nítida mudança de coloração das fitas termossensíveis da cor creme para marrom-escura, sugerindo que a temperatura de esterilização (121 ºC) foi atingida no interior da panela; os indicadores biológicos, após ativação e incubação (56 ºC por 48 horas), não sofreram alteração na coloração, evidenciando ausência de crescimento bacteriano. A panela de pressão mostrou-se viável como método alternativo de esterilização e o referido protocolo, prático e econômico, o que favorece sua adaptação às condições de trabalho que não permitam o emprego de técnicas convencionais de esterilização. As dificuldades envolveram a impossibilidade de monitorização da pressão e temperatura internas, devido à ausência de manômetro e termômetro acoplados à panela e a limitação da quantidade de material esterilizado por carga, em virtude da restrição do espaço do equipamento. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quinta-feira, março 17, 2011

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Medicina.:.Doenças Ocupacionais



DOENÇAS OCUPACIONAIS
EM MINAS GERAIS


Nusat - Nucleo de referência em doenças ocupacionais da Previdência Social de Minas Gerais - em seu relatório anual referente ao ano de 1994 sobre doenças profissionais, mostrou um grande despreparo das empresas em lidarem com doenças ocupacionais

As dificuldades e problemas da área de Saúde do Trabalhador são reflexos diretos das mudanças nas políticas econômicas e, principalmente, nas políticas de administração e gerenciamento de recursos humanos, que, por sua vez, têm novo reflexo na organização do trabalho e nos ambientes de trabalho, fatores fundamentais para a saúde do trabalhador.
Infelizmente, os programas de qualidade total foi implantados nas empresas brasileiras, em sua maioria, não levam em conta a qualidade do ambiente de trabalho e do meio ambiente como um todo, priorizando somente o produto final e o aumento da produtividade.
Isto faz com que na organização do trabalho, não dê ênfase à prevenção das doenças e do desgaste da força de trabalho, mas investindo cada vez mais no aumento da produtividade com base no aumento da jornada de trabalho, com horas extras tornando-se uma rotina, fazendo com que o controle sobre o trabalho e trabalhador se torne cada vez mais rigoroso.
Outro fator que contribui para o agravamento das doenças provocadas pelo trabalho é a ameaça do desemprego, que faz com que os trabalhadores se sujeitem a condições de trabalho que afetam a sua saúde, notadamente a pressão sobre a produtividade, que se expressa no aumento da produção não sendo acompanhado da criação de novos postos de trabalho.
O que se constata, no atendimento ao trabalhador portador da doença profissional é o total descaso da maioria das empresas para com o cumprimento da legislação vigente no Brasil que se refere à saúde e a segurança no trabalho. Os Seesmts (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) e as Cipas (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) não estão sendo instrumentos de prevenção de doenças e acidentes nos ambientes de trabalho, que seria o seu objetivo primordial.
Por outro lado, os órgãos públicos, com sua estrutura sucateada, também não estão priorizando as questões de saúde e prevenção das doenças em suas políticas, não investindo nas áreas essenciais.
A nível do Nusat, o ano de 1994 trouxe boas notícias, como a mudança da sede para a nova área física, adequada ao atendimento ao trabalhador, próxima aos outros setores do INSS responsáveis pelo atendimento ao trabalhador, a saber, a área de benefícios, perícia médica e reabilitação profissional.
Foram empreendidas também, mudanças na forma de organização do trabalho do Nusat, de forma a torná-lo mais ágil e resoluto, enfatizando as atividades direcionadas à prevenção das doenças, tais como a educação e informação do trabalhador, contato com empresas, sindicatos e órgãos públicos visando minorar o problema crescente das doenças ocupacionais no Estado de Minas Gerais.
Essa mudança, que já vinha sendo gestada há bastante tempo pela equipe, foi implantada no final do ano de 1994, após a realização de reflexão e avaliação do trabalho realizado nos cinco anos de existência do Nusat, utilizando a metodologia do Planejamento Estratégico Situacional.
A avaliação feita pela equipe do Nusat apontou para a necessidade de redimensionamento do espaço de atuação sobre os fatores de causalidade das doenças profissionais e a reformulação do modelo de atenção à saúde do trabalhador, a partir do enfoque coletivo do processo saúde-doença-trabalho.
A nova proposta pretende dar maior visualização às questões da saúde do trabalhador na Previdência Social/Inss, ampliando as possibilidades de atuação na prevenção das doenças profissionais junto aos trabalhadores, sindicatos e empresas.
Essa nova proposta permitirá a criação de um espaço para discussão/negociação envolvendo Nusat/Empresas/Orgãos públicos/Sindicatos, com vistas à correção dos fatores de risco que vêm gerando agravos à saúde do trabalhador.
A nível do SUS, eventos como a realização da 2º Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, em Março de 1994, serviu como marco na definição e atribuição de competência dos diversos setores envolvidos na saúde do trabalhador, notadamente os municípios.
A partir daí, a experiência de municipalização das ações de saúde, já iniciadas timidamente em MG, foram se ampliando, tendo reflexos positivos na rede de atenção ao trabalhador, na Capital, com o Cersat (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) e algumas cidades do interior como Montes Claros, Varginha, entre outras.
A participação dos usuários e da sociedade civil na organização e implementação dessas atividades vem sendo viabilizada através das Comissões ou Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde do Trabalhador, do Conselho Estadual da Previdência Social e do Conselho do Nusat, que têm-se constituído em fóruns de discussão das questões a nível do Estado, Municípios e Inss.
Cabe destacar a integração do Ministério Público do Trabalho aos órgãos de saúde do Trabalhador, como órgão de defesa dos interesses coletivos nos ambientes de trabalho, bem como o reínicio das atividades do Ministério Público Estadual na área, através da Coordenadoria de Defesa do Cidadão, permitindo a retomada das ações visando a correção de fatores de risco.
Entretanto, muito ainda está para ser feito:
a organização da rede pública, criando-se um fluxo de atendimento ao trabalhador, nos diversos níveis de ação e complexidade é uma necessidade:
a implantação e crescimento das ações de vigilância à saúde do trabalhador no SUS ainda é muito tímida.
o Inss precisa integrar as suas linhas de atendimento ao trabalhador, enfatizando mais seu papel de órgão segurador, implantando ações de prevenção, distinguindo aqueles que geram maior ou menor risco, a fim de aumentar o interesse das empresas em investir na prevenção;
é urgente a necessidade de investimento em recursos humanos para a área de saúde do trabalhador em todos os níveis: municipal, estadual e federal;
contata-se a necessidade de treinamento e reciclagem de recursos existentes na rede de saúde e previdência nas atividades e ações próprias da área de saúde do trabalhador;
investir na criação de um banco de dados centralizado, disponível a todos os usuários, com informações sobre doenças profissionais, acidentes de trabalho e riscos existentes no Estado, a fim de orientar as ações de prevenção.
Este relatório, propõe-se a divulgar as informações coletadas pelo Nusat no ano de 1994, contribuindo para aumentar o conhecimento sobre a realidade do trabalho e sua relação com a saúde, no sentido de clarear discussões e debates sobre as doenças profissionais no Estado de Minas Gerais.


O número de consultas, atendimentos médicos e sociais a trabalhadores encaminhados ao Nusat mantém-se constante, devido ao reduzido número de profissionais de que dispõe o serviço e ainda ao grande número de tarefas que envolvem esse tipo de atividade que é a saúde do trabalhador(ver tabela 1 na página 34).
Comparando-se com o ano de 1993, pode-se constatar que houve um pequeno acréscimo no número total de atendimentos, já que em 93 foram realizados 2211 atendimentos e no ano de 94,2466 casos. O que se observa neste quadro é o grande número de retornos (61,31%), o que se explica pela clientela atendida, que, em sua maioria, são portadores de L.E.R. patologia que demanda dos órgãos responsáveis pelo atendimento, um acompanhamento maior, por períodos mais longos.
Outro fato que explica o número elevado de retornos ao serviço é a exigência dos órgãos periciais de relatórios ou pareceres do Nusat na ocasião do exame pericial, procedimento que vem sendo modificado com a nova organização do trabalho implantada no ano de 1995.
Um dado significativo para a avaliação da qualidade do atendimento prestado é o percentual pequeno dos casos de reabertura de processo (3,29%), que ocorre por vários motivos, entre os quais o agravamento da doença após alta, inconformismo com o diagnóstico, ações judiciais, etc.
As primeiras consultas em 1994, representaram, 35,4% dos atendimentos prestados aos trabalhadores, por ser um atendimento mais demorado, que demanda anamnese ocupacional detalhada, além do exame físico do trabalhador, orientações médicas e previdenciárias. (tabela 2).
Apesar do aumento de sua área física, não conseguiu o Nusat ampliar seu pessoal técnico, mantendo assim praticamente inalterado o número de primeiras consultas em relação ao ano de 1993.
Manteve-se em patamares elevadíssimos, preocupantes pelo seu caráter epidêmico, o número de casos de L.E.R. (Lesões por Esforços Repetitivos), o que reflete nitidamente o descaso das empresas que investem na produção sem levar em conta a organização do trabalho. Esta patologia é hoje um problema da sociedade brasileira, pela crescente ameaça à sua jovem força do trabalho.
Chama também atenção o aumento significativo do número de casos de surdez ocupacional (perda auditiva induzida pelo ruído), que passa a ocupar o segundo lugar geral, deslocando o ítem ausência de doença ocupacional para a terceira posição. A explicação para ambas as situações é a mesma: durante o período de 1989 -1993, o Nusat optou, de maneira que hoje reconhecemos equivocada, por registrar como surdez ocupacional apenas os casos que preenchessem os critérios da Previdência Social, ainda erroneamente vigentes. No ano de 1994, estamos computando como surdez ocupacional as perdas induzidas pelo ruído já presentes nas frequências agudas ( Gota Acústica ), de acordo com o concenso internacional. Tal fato explica, em parte, o elevado número da categoria " Ausência de Doença Ocupacional " em relatórios anuais daquele período, que era composto, em sua maioria, de casos como suspeita de surdez ocupacional, que não preenchiam os requisitos da Previdência Social.
As demais patologias mantiveram as posições semelhantes ao ano de 1993. Observa-se que houve pequeno aumento do porcental de casos de silicose, que aumentou de 4,97% em 1993 para 7,27% em 1994 e dos casos de saturnismo, que passou de 1,66% em 93 para 3,12% em 94, em decorrência de ação conjunta de vigilância empreendida pelas áreas federal e municipal.
Deve-se destacar que o número de diagnósticos é superior ao número de trabalhadores atendidos no serviço, já que alguns apresentaram mais de uma doença ocupacional detectada.
Os casos com parecer de Ausência de Doença Ocupacional ou com doenças consideradas sem nexo com o trabalho representaram, no ano de 1994, percentual de 9,14%, número este inferior aos dos anos anteriores, quando esses diagnósticos ocupavam o 2º lugar na distribuição geral.
A tabela 3, na página 36, demonstra que, do número total de casos com este parecer, ( 88 casos ) l8,17% foram encaminhados com suspeita de surdez ocupacional, 17,05% com suspeita de silicose, 15,91% com suspeita de L.E.R. e 29,54% de casos com ausência de doença ( Higidez ), não tendo sido registrada nesses casos, nenhuma suspeita inicial. Esse percentual é considerado muito elevado para um serviço de referência como o Nusat, que recebe encaminhamentos de outros setores, não atendendo em sua rotina casos de procura direta.
A clientela atendida pelo Nusat no ano de 1994 é procedente (ver tabela 4 na página 36), em sua grande maioria, do município de Belo Horizonte (55,24%) e das cidades da região metropolitana de Belo Horizonte (26,83%), principalmente Betim, Nova Lima e Santa Luzia. As cidades de Belo Horizonte e os outros municipios da Grande BH totalizaram 82,07% dos atendimentos. As outras cidades do interior do Estado representaram 17,93% dos casos atendidos, destacando-se: Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Ipatinga, Montes Claros, Ouro Branco, Pouso Alegre e Varginha.
O quadro geral dos trabalhadores atendidos no ano de 1994 ( tabela 5 na página 36) demonstra que houve ligeira predominância do sexo masculino ( 53,88%).
Entretanto, a distribuição por sexo das principais doenças esclarece melhor a questão, já que a exposição aos riscos é diferente, de acordo com os ramos de atividade e empresas ( tabela 6 na página 36 ).
A faixa etária que concentra maior número de atendimentos é a de 30 a 39 anos, que representou 38,26% do total. Nas faixas de 20 a 29 anos e 30 a 39 anos, concentram-se 61,43% dos casos, o que é extremamente preocupante em termos econômicos e sociais, por ser esta a faixa de maior produtividade da força produtiva. Também significativo é o número de trabalhadores atendidos na faixa entre 40 a 49 anos ( 27,67%).
A distribuição dos trabalhadores atendidos segundo níveis de escolaridade (tabela 7) demonstra que a maioria (30,19%) apresenta o 2º Grau completo, vindo em seguida os que têm de 1º a 4ºsérie do 1º Grau ( 28,09%) e os de 5º a 8º série do 1º Grau (22,85%). Também significativo é o percentual dos trabalhadores que apresentaram nível de escolaridade Superior ( 13,94%).
A distribuição da clientela segundo a faixa salarial, como mostra a tabela 8, demonstra que a faixa predominante é a de trabalhadores que ganham de :
3 a 5 salários mínimos - 22,85%
2 a 3 salários mínimos - 18,03%
5 a 10 salários é também bastante significativa ( 16,56%), diferindo dos números gerais apresentados pela Previdência Social, que, segundo as estatísticas sociais, em sua maioria, beneficiários na faixa de 1 a 2 salários mínimos.
A tabela 9, ao lado, apresenta a distribuição das doenças diagnosticas por sexo, demonstrando que os homens e as mulheres estão expostos de forma diferenciada a riscos no trabalho.
A única patologia em que há predominância do sexo feminino é a L.E.R., patologia que ocorre em ambientes de trabalho onde as mulheres são maioria, tais como bancos, serviços de processamento de dados, telefonia, indústria microeletrônica, etc. Em todas as outras doenças é muito pequena a participação do sexo feminino, sendo que a silicose e o saturnismo atingem exclusivamente trabalhadores do sexo masculino, fato que se explica pela quase inexistência de mulheres nos ramos de atividade e nas funções de risco para estas patologias.


A distribuição dos casos com diagnóstico de L.E.R. por sexo demonstra que há predominância do sexo feminino ( 77,20%), ocorrendo em 27% de homens (ver tabela 10 acima).
Essa ocorrência vem sendo alvo de discussões por vários autores, tendo sido amplamente discutida em estudos anteriores do Nusat. Ela nos remete principalmente à constatação de que as mulheres ocupam os postos e setores de trabalho onde há maior exigência de destreza, habilidade manual, precisão, controle sobre o tempo de realização das tarefas e exigência de produtividade, sendo, na maioria das vezes, característicos e execução de atividades manuais.
Entretanto, em ramos de atividade em que existe também a mão-de-obra masculina( Indústria Automobilística, Instituições Financeiras, Indústria Metalúrgica, etc.), ou onde esta é introduzida para evitar a ocorrência dos casos de L.E.R., sem modificações substanciais no processo e na organização do trabalho, constata-se a presença da doença em trabalhadores do sexo masculino.
Observa-se que as L.E.R. (Lesões por Esforços Repetitivos) atingem, em sua maioria, trabalhadores jovens, nas faixas de 30 a 39 anos (43,50%) e de 20 a 29 anos (30,87%), concentrando-se nessas duas faixas mais de 70% dos portadores da L.E.R. ( ver tabela 11 da página 40).
Relatórios anteriores do Nusat confirmam essa alta incidência, tendo ocorrido no ano de 1994 um crescimento na faixa de 30 a 39 anos, que, no ano anterior, era a segunda colocada.
Esta distribuição, a nível de Previdência Social, e da sociedade como um todo é bastante preocupante, já que comprova a faixa etária precoce dos portadores de L.E.R., que se afastam do trabalho e que, muitas vezes tornam-se incapazes para exercer sua atividade profissional, na etapa mais produtiva de suas vidas.
Os dados de escolaridade apresentam uma distribuição interessante, bastante diversa das outras patologias, já que a maioria dos casos ocorreu em trabalhadores com níveis de escolaridade de 2º Grau e Superior, perfazendo esses dois níveis cerca de 66% do total (ver tabela 12 na página 40).
As faixas salariais predominantes dos trabalhadores com L.E.R., como é mostrado na tabela 13, foram as de 3 a 5 salários mínimos (23,65%), vindo em segundo lugar a de mais de 10 salários mínimos (20,03%), o que vem demonstrar a especificidade dessa clientela, que difere totalmente da maioria dos beneficiários da Previdência Social, que se concentram em faixas salariais inferiores.
Esses dados, juntamente com os outros dados sociais, apontam para a necessidade premente de caráter preventivo no caso da L.E.R., para minimizar os impactos não só sobre a população trabalhadora atingida, como também sobre a Previdência Social (aspectos financeiros ), que arca com os custos dos benefícios, reabilitação e aposentadorias.
A tabela 14, acima - distribuição dos casos de L.E.R. segundo ramos de atividade econômica - demonstra, que esses ocorrem em ramos considerados de risco leve ( instituições financeiras, serviços auxiliares de escritório, etc.), que, por essa razão têm contribuição menor para o seguro de acidentes do trabalho, que é a contribuição das empresas para cobertura desses eventos.
Essa distribuição aponta questões de ordem econômica e de organização do trabalho próprias das sociedades modernas.
As Lesões por Esforços Repetitivos (L.E.R.), decorrentes de condições adversas em que o trabalho é executado, são de longa data conhecidas, mas sua incidência tem aumentado extraordinariamente em todo o mundo, atingindo cada vez maior número de pessoas, nos mais variados ramos de atividade. O aumento da incidência se relaciona diretamente à introdução, no processo de trabalho, de condutas objetivando o aumento da produtividade, sem levar em conta os danos provocados à saúde dos trabalhadores.
A utilização generalizada da informática e da cibernética no mercado de trabalho como um todo e de equipamentos ligados a ela, aliada à deteriorização das relações de trabalho, em função da fragmentação das tarefas são fatores que aumentam extraordinariamente os riscos de doenças do trabalho. O ramo que apresenta maior percentual de casos de L.E.R. em 1994 como mostra o grafico e a tabela, da página 42, foi o das Instituições Financeiras, composto por Bancos, Caixas Econômicas e outras Instituições do Sistema Financeiro, que foram responsáveis por 35,38% dos casos de L.E.R.
O enxugamento do pessoal verificado nos Bancos, as mudanças da moeda e na economia como um todo ocorridas no ano de 1994, aliado ao medo de demissão, entre outros, são fatores que tiveram reflexos na ocorrência de doenças neste ramo.
Outro ramo importante na ocorrência das L.E.R. é o de Serviços de Locação de Mão-de-Obra, que reflete o movimento em direção à terceirização empreendido pela economia brasileira,em todos os níveis especialmente nas empresas estatais (bancos estatais, telecomunicações, serviços de distribuição de água e energia elétrica, serviços da administração pública, etc.)
Os trabalhadores das empresas contratadas são, geralmente, submetidos a condições de trabalho mais adversas e a maior rotatividade do que os outros, aumentando, dessa forma, os riscos para ocorrência das doenças.
Essas empresas são responsáveis por 10,29% dos casos de L.E.R. em 1994.
A tabela 14 sobre os ramos da atividade, também demonstra como a L.E.R. se distribui por quase todos os ramos, especialmente da áreas de Serviços (Serviço de Comunicação - telefonia e correios - Serviços de Saúde, Serviço de Processamento de Dados, Serviços de Utilidade Pública ( água - energia ), Serviços de Administracao Publica obra trabalhadora ( ver o primeiro gráfico da página 44).

Distribuição dos casos com diagnóstico de L.E.R. por funções

A distribuição dos casos de L.E.R. por funções é bastante expressiva, demonstrando que as funções de digitador, caixa bancário, auxiliar de escritório, escriturário de banco e telefonista são as mais significativas, sendo responsáveis em conjunto por quase 60% dos casos ( ver tabelas 15 e 16, na página 44).
Os trabalhadores da Indústria ( Componentes Elétricos para Veículos e Indústria Automobilística ) também apresentam valores significativos ( tabelas 17 e 18 ), seguindo-se os da área de processamento de dados, as faxineiras e os operadores de caixa do comércio e dos supermercados. Os trabalhadores da área de serviços pessoais também apresentaram valores expressivos.
Deve-se ressaltar que essa distribuição é de grande valia para os setores responsáveis pelas ações de vigilância à saúde do trabalhador, pois indicam pistas de setores que devem sofrer intervenção mais imediata, a fim de evitar que o problema se agrave.
É de conhecimento da equipe do Nusat que, num ambiente onde se detecta um caso de L.E.R. inicial ou de maior gravidade, certamente estarão presentes riscos que envolvem grande número de trabalhadores, que devem ser corrigidos de imediato, para prevenir a ocorrência de novos casos.
Fato interessante a ser observado nessa distribuição é a situação dos trabalhadores da área de digitação, que hoje não estão mais restritos ao ramo de serviço de processamento de dados, mas se distribuem em todos os ramos, especialmente no ramo financeiro, sendo, na maioria das vezes, submetidos a condições de trabalho que desobedecem a legislação vigente para esses trabalhadores. Além disso, observa-se que a maioria das atividades da área de escritório está sujeita aos riscos de doença profissional, com as novas tecnologias e formas de organização do trabalho sendo introduzidas nessas áreas.
Atenção especial deve ser prestada à função de Caixa Bancário, que hoje ocupa posição de destaque no caso da L.E.R.

Surdez Ocupacional - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído

A segunda doença de maior incidência atendida no Nusat durante o ano de 1994 foi a surdez ocupacional, responsável por 13,50% do atendimento em primeira consulta, perfazendo 130 casos. Esse fato, como já foi apresentado anteriormente, decorre da mudança de critérios para essa patologia, tendo o serviço optado por computar as perdas presentes nas frequências agudas ( Gota Acústica ), critério este que vai de encontro à legislação vigente da Previdência Social, que indeniza apenas as perdas nas frequências acima de 500 a 2000 db, parâmetros esses já em fase de estudo para adaptação e modificação para uma legislação de caráter mais preventivo. Ao contrário da L.E.R., a surdez ocupacional, conforme comprovam os quadros e gráficos apresentados, atingiu, em sua maioria, trabalhadores do sexo masculino, (95,38%), sendo apenas 4,62% do sexo feminino ( ver tabela 19 na página 48 ). Quanto à faixa etária mais atingida, observa-se que 52,31% dos casos situaram-se na faixa de 40 a 49 anos. A faixa de 30 a 39 anos também foi significativa ( 29,23%), fato este explicável pelo critério adotado, abarcando as perdas não indenizáveis (ver tabela 20 na página 48). A distribuição segundo níveis de escolaridade ( tabela 21 na página 48), demonstra que a grande maioria dos casos possui nível de 1º a 4º série do 1ºGrau ( 53,84%), seguindo-se o nível de 5º a 8º série do 1º Grau ( 32,31%).Com relação à faixa salarial, os valores mais expressivos ocorreram nas faixas de 3 a 5 salários mínimos ( 34,62% dos casos) e de 5 a 10 salários minímos ( 21,54%), ver tabela 22 na página 48. A distribuição dos casos com diagnóstico de Surdez Ocupacional segundo Ramos de Atividade Econômica (tabela 23,página 50) demonstra que mais da metade dos casos ( 53,08%) ocorreram na Indústria Metalúrgica, vindo em seguida o ramo de Extração Mineral (14,62%). Entretanto, o ruído industrial é responsável por perdas auditivas detectadas em vários ramos de atividade industrial e na área de serviços, tais como, Indústria Automobilística, Indústria de Produtos Minerais Não Metalícos, Indústria Têxtil, Serviços de Comunicação (telefonia), Serviços de Transporte, especialmente o ferroviário, dentre outros.
As funções de maior risco, como pode-se verificar na distribuição por função, foram a de: rebarbador, controlador de qualidade, operador de máquina, operador de produção e mecânico industrial, no ramo metalúrgico, além de outras, distribuídas pelos diversos ramos de atividades, tais como mineiro de subsolo, mecânico, soldador, etc. ( ver tabela 25 ao lado ). A distribuição dos casos segundo o tempo na função demonstra que a maioria das perdas ocorreu após 14 anos de função ( 41,54%), comprovando a afirmação de que a surdez ocupacional atinge trabalhadores de forma mais lenta, muitas vezes sem ser percebida pelo trabalhador. ( ver tabela 24). Deve-se ressaltar que o problema do ruído nos ambientes de trabalho exige que sejam tomadas medidas de proteção coletivas, pois conduz a perdas irreversíveis para os trabalhadores, além de um programa sério de conservação auditiva nas empresas, que impeça o agravamento das perdas já diagnosticadas.

Silicose

A silicose foi a terceira doença profissional diagnosticada entre os trabalhadores no Nusat, atingindo, como demonstram os dados, exclusivamente trabalhadores do sexo masculino, fato este que pode ser explicado pela sua ocorrência em ambientes de trabalho onde há predominância do sexo masculino na força de trabalho. A distribuição dos casos por faixas etárias ( tabela 26 ) comprova que, apesar da faixa entre 30 a 39 anos apresentar percentual mais elevado (34,29%), a maioria destes situa-se na faixa acima de 40 anos ( 64,28% ). A distribuição por níveis de escolaridade ( tabela 27 ) apresenta resultados distintos das outras patologias, já que a maioria dos casos apresenta nível de 1º a 4º série do 1º Grau ( 74,29% ), sendo também significativo o percentual de casos de trabalhadores não alfabetizados ( 17,14% ). As faixas salariais predominantes nos casos com diagnóstico de silicose foram as mais baixas, a saber: de 1 a 2 salários mínimos ( 27,14%), concentrando-se 64,28% dos casos na faixa salarial inferior a 3 salários mínimos ( ver tabela 28 na página 54 ). Como já foi constatado em relatórios anteriores do Nusat, o ramo de atividade econômica de maior risco para as pneumoconioses, especialmente a silicose é o da extração de minerais, no qual concentram-se 78,57% dos casos diagnosticados em 1994. Foi também significativo o ramo da indústria de produtos minerais não metálicos, que compreende a indústria de materiais refratários e cerâmicos, com percentual de 12,86% dos casos ( ver tabela 29, página 54 ). Quanto às funções de maior risco, constata-se que a silicose atinge trabalhadores da área de mineração em geral, principalmente mineiros de subsolo, trabalhadores braçais, maquinistas e operadores de máquinas perfuratrizes, marteleteiros, etc. Em segundo lugar destacam-se os trabalhadores da Indústria de Refratários, tais como fundidor e operadores de máquina que trabalham neste ramo, como mostra a tabela 31 abaixo. A distribuição dos casos de silicose segundo o tempo na função
( tabela 30-página 54) comprova, mais uma vez, que esta patologia atinge o trabalhador de forma lenta, após longo período de exposição, já que 47,14% dos casos verificam-se em trabalhadores com mais de 14 anos de função. Também significativo foi o número de diagnósticos feitos em trabalhadores com tempo na função entre 4 e 9 anos ( 30%).

Dermatite de Contato

Os dados referentes aos trabalhadores com diagnóstico de dermatite de contato atendidos no Nusat durante o ano de 1994, conforme é verificado nas tabelas 32, 33, 34 e 35 - página 56 e tabelas 36, 37 e 38 - página 58, apontam para as seguintes constatações:
90,62% dos casos foram diagnosticados em trabalhadores do sexo masculino;
a faixa etária mais atingida situa-se entre 30 e 39 anos ( 43,75% ), seguindo-se
a faixa de 40 a 49 anos ( 25%).
quanto à escolaridade, 50% dos casos apresentam o nível de 5º a 8º série do 1º Grau;
a faixa salarial predominante é a de 2 a 3 salários mínimos ( 37,50% dos casos);o ramo de atividade econômica de maior risco para esta patologia é o da construção civil;
a função que apresentou maior número de diagnósticos de dermatite ocupacional é a de pedreiro, seguida de outras ligadas à construção civil, além daquelas em que o trabalhador entra em contato com substâncias químicas no seu ambiente de trabalho, tais como auxiliar de enfermagem, faxineiro, pintor, etc.;
quanto ao tempo na função, 37,50% dos diagnósticos dessa patologia concentram-se na faixa com mais de 14 anos na função.

Benzenismo / Leucopenia

A distribuição dos casos de Benzenismo/Leucopenia atendidos no Nusat no ano de 1994 segundo sexo, conforme tabela 39, comprova que mais de 90% pertencem ao sexo masculino, sendo apenas 9,68% do sexo feminino. A faixa etária predominante é a de 30 a 39 anos, mas os valores das faixas de 20 a 29 anos e de 40 a 49 anos são também significativos (ver tabela 40 na página 60) Quanto à escolaridade, observa-se na tabela 41 da página 60, que a grande maioria dos casos apresenta nível de 1º a 4º série do 1º Grau ( mais de 70% dos casos ). A faixa salarial mais expressiva apresentada na tabela 42 da página 60, é a de 3 a 5 salários mínimos.
Em relação aos ramos de atividade econômica de maior risco, destacam-se a indústria metalúrgica com 41,93% dos casos e a indústria de material de transporte ( 12,90%), conforme mostra a tabela 43 da página 60, sendo as funções mais atingidas as próprias destes dois ramos, tais como, mecânico de manutenção, operador de máquina, operador de produção, etc., como mostra a tabela 44 abaixo. Quanto ao ítem tempo na função, a maioria dos casos conforme a tabela 45 da página 63, apresenta tempo de 4 a 9 anos ( 54,84%).

Saturnismo

A distribuição dos casos atendidos com diagnóstico de saturnismo ( intoxicação por chumbo ) segundo as variáveis estudadas, de acordo com as tabelas 46 e 47 da página 64 e tabelas 48, 49, 50, 51 das páginas 66 e 69 apresenta as seguintes constatações.
A totalidade dos casos pertence ao sexo masculino.
Na faixa etária de 20 a 29 anos concentra-se a maioria dos casos ( 50% ) sendo que mais de 90% apresentam idade abaixo de 49 anos.
A faixa salarial de 1 a 2 salários mínimos é a predominante, com 46,67% dos casos.
Quanto aos ramos de atividade econômica, conforme já foi observado em outros levantamentos do Nusat, os casos com intoxicação por chumbo são encontados na indústria de material elétrico para veículos (fábricas de baterias e acumuladores), nas reformadoras de baterias e, em menor escala, na indústria mecânica (manutenção e pintura industrial).
As funções de maior risco são as de montador, ajudante e reformador de baterias. A variável tempo na função apresenta distribuição dispersa, não havendo concentração em nenhuma das faixas.

Asma Ocupacional

Apesar do pequeno número de diagnósticos ( 5 casos ), a asma ocupacional foi destacada do ítem “Outras Doenças” por ser ainda pouco conhecidas pelos profissionais da área, havendo inclusive algumas divergências quanto ao seu enquadramento enquanto doença do trabalho. Os dados apresentados nas próximas tabelas são apenas ilustativos, não permitindo generalizações devido ao escasso número de casos.

Outras Doenças

Neste ítem foram computados os seguintes diagnósticos:
Perfuração do Septo Nasal: 3 casos
Trauma Acústico: 2 casos
Hepatite B: 1 caso
Intoxicação por Agrotóxico: 1 caso
Intoxicação por Iodo: 1 caso
Degeneração Retiniana provocada por Radiação Ionizante: 1 caso
Hérnia de Disco Lombar: 1 caso
Púrpura Trombocitopênica: 1 caso
Rinite e Faringite: 1 caso
Diagnósticos Indefinidos : Neste ítem enquadram-se os casos que não retornaram ao Nusat, após várias convocações, não havendo dados objetivos que permitam a conclusão dos mesmos. A grande maioria deles apresentou suspeita inicial de surdez ocupacional, não havendo elementos suficientes para comprovar o diagnóstico e o anexo ocupacional.

Outras atividades realizadas

O Nusat, desde a sua criação e, especialmente após sua estruturação como único serviço de referência em doenças ocupacionais e saúde do trabalhador ligado ao Inss, tem sido alvo de uma série de demandas por parte de empresas, sindicatos, associações de classe, órgãos públicos e da própria Previdência Social, para realizar atividades, tais como: palestras, treinamentos, cursos, visitas a empresas, atividades de caráter interinstituicional, pesquisas, etc., as quais procura atender, dentro de suas possibilidades. Alémdisso, rotineiramente, desenvolve atividades educativas e preventivas, direcionadas aos trabalhadores atendidas no serviço.

Atividades preventivas direcionadas a trabalhadores, sindicatos e empresas
1 - Grupos informativos
Foram realizadas 48 reuniões, com a participação de 386 trabalhadores, que tiveram como objetivo discutir a questão de saúde e trabalho, enfocando diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças profissionais e a legislação previdenciária e trabalhista.
2 - Grupos de acompanhamento de volta ao trabalho
Foram realizadas reuniões com trabalhadores, após o retorno destes ao trabalho, visando acompanhamento das condições de trabalho e vigilância das situações de risco a que se encontram expostos.
3 - Grupos de orientação
Realizadas reuniões periódicas com objetivo de fornecer orientação coletiva aos trabalhadores sobre o processo saúde-doença, formas de prevenção das doenças profissionais e orientações trabalhistas e previdenciárias.
4 - Grupos de pré-consulta coletiva
As pré-consultas que anteriormente eram feitas individualmente, passaram a ser realizadas em grupos, a partir de meados de Junho/94. Desta data até o final do ano foram feitos 25 grupos. Os principais objetivos dessa atividade são: participação efetiva do trabalhador na obtenção de dados sobre as condições de trabalho: discussão da questão trabalho x saúde com troca de saber e experiências entre trabalhadores do grupo e entre estes e os técnicos do Nusat; construção de um acervo de dados e informações colhidas através das histórias ocupacionais.
5 - Nusat - Grupos de atendimento coletivo : A partir de dezembro de 94 iniciamos, em caráter experimental, o atendimento coletivo de consultas iniciais. Foram feitos 4 grupos homogênicos, com a participaçao de 25 trabalhadores ( 2 grupos de pneumoconiose, 1 de saturnismo e 1 de L. E.R.).
6 - Atendimento de empresas, sindicatos e outros setores da comunidade
Contatos e reuniões com médicos do trabalho das empresas Copasa, Cecrisa, Mendes
Junior, Eletrodados, Cemig, Sielim do Brasil, Ferteco, Telemig, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil. Visita do Delegado Regional do Trabalho do Ceará para conhecimento do Nusat e do trabalho desenvolvido. Visita do Médico do Trabalho da DRT-SP para coleta de dados sobre L.E.R. Visita de técnicos da Divisão de Atividades Previdenciárias da Direção Geral do Inss para conhecimento do trabalho desenvolvido pelo serviço.


Antônio Queiroz –

BIBLIOTECA VIRTUAL
http://www.bibliotecavirtual.com.br
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