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sexta-feira, junho 17, 2011

Português.:. CRASE

Crase


• A crase é um acento gráfico?

Não. A crase não é um acento gráfico. Palavra que em gre-
go significa fusão, ou união, de duas vogais iguais e contíguas. Ao falarmos, é normal acontecerem crases:

Estava aberto o caminho.

Em casos como o do exemplo acima não se registra o sinal gráfico da crase. É que na Língua Portuguesa só se assinalam as crases da preposição a com o artigo a/as; com os pronomes demonstrativos a/as e com a vogal inicial dos pronomes demonstrativos – aquele, aquela, aquilo.
O sinal gráfico que marca a crase (`) chama-se acento grave.


1. Crase de preposição a + artigo a/as
A regra geral determina que ocorrerá crase:

• Se o termo regente exigir a preposição a: chegar a, contrário a.
• Se o termo regido aceitar o artigo a/as: a escola, a idéia.

Cheguei à escola.
Sou contrário à idéia de trabalhar em casa.

Mas, se ocorrerem essas duas condições, não haverá crase:

Conheço a escola.

No exemplo acima não ocorre a crase porque falta a primeira condição: o termo regente não exige preposição.

Cheguei a Curitiba.

No caso acima, não ocorre a crase porque falta a segunda condição, ou seja, o termo regido não aceita artigo.





2. Dicas
Há duas dicas simples que ajudam a saber quando ocorre crase:

• Substituir a palavra feminina por outra masculina. Se ocorrer a forma ao é sinal de que a crase:

Fui a sala (?). Fui ao salão

Portanto, o correto é: Fui à sala.

Estavam frente a frente (?). Estavam lado a lado.

Portanto, o correto é: Estavam frente a frente.

• Substituir a preposição a por outras, tais como para, de, em. Se o artigo aparecer é sinal de que ocorreu crase:

Fui a Itália (?). Fui para a Itália.

Portanto, o correto é: Fui à Itália.

Fui a Cuba (?). Fui para Cuba.

No exemplo acima o artigo não aparece. Portanto, o correto é: Fui a Cuba.

3. Casos facultativos
Pode ou não ocorrer crase:

• Antes de nomes próprios femininos:

Referiu-se à Luísa ou Referiu-se a Luísa

• Antes de pronomes possessivos femininos:

Referiu-se a tua mãe ou Referiu-se à tua mãe

Atenção: nesses e em outros casos semelhantes, as dúvidas também podem ser resolvidas pelas mesmas dicas explicadas no item 2.





4. Crase antes de pronomes
• Antes dos pronomes a que, a qual
Ocorre crase se o masculino correspondente for ao que, ao qual

Esta cerveja é superior à que você comprou.
Este vinho é superior ao que você comprou.

Esta é a decisão à qual chegamos.
Este é o ponto ao qual chegamos.

• Antes dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo.
Ocorre crase sempre que o termo regente exigir preposição a:

Fui àquele comício.
Sou avesso àquela idéia.

5. Expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas
Sempre ocorre crase nestas expressões: às duas horas; à tarde; à direita; à esquerda; às vezes; às pressas; à frente de; à medida que...

Atenção: além dos casos acima, algumas expressões recebem o acento grave, mesmo que não haja a união de duas vogais, ou não ocorra a crase. Este é um recurso normalmente usado para tornar a frase mais clara:

Cortar à faca / vender à vista / bordar à mão Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Português.:. Verbo

VERBO

Palavra variável que traduz um fato. Elemento principal da oração, apresenta grande número de formas para expressar a pessoa, o tempo, o modo e a voz do discurso.

Verbo
Elemento principal da oração, o verbo exprime processos, ações, estados ou fenômenos e, por meio da ampla variedade de formas em que se apresenta, indica em português a pessoa, o tempo, o modo e a voz do discurso. Assim, muitas informações significativas estão nele reunidas.
Verbo é toda palavra ou expressão que traduz um fato. A frase "As crianças amam o campo" enuncia um fato observado a respeito de "crianças" e de "campo". A palavra que descreve esse fato é "amam", forma conjugada do verbo amar. Quanto ao complemento na oração, os verbos são intransitivos, quando expressam uma idéia completa (andei), ou transitivos, quando exigem continuação (perdi o sapato, fui ao dentista). Quanto ao sujeito, os verbos podem ser tripessoais, unipessoais ou impessoais, segundo se empreguem nas três pessoas, apenas nas terceiras pessoas ou somente na terceira do singular. Latir é unipessoal, pois não se usa nem na primeira nem na segunda pessoa. Ventar é impessoal, uma vez que, sem sujeito, fica na terceira pessoa do singular.
Informações expressas pelo verbo. O sujeito da oração é sempre indicado pelo verbo, que aparece numa das três pessoas: a primeira, que fala; a segunda, com quem se fala; e a terceira, de quem se fala.
O verbo concorda com o sujeito em número, que pode ser singular ou plural. Pessoa e número têm desinências particulares. Assim, primeira pessoa: amei, amamos; segunda pessoa: amaste, amastes; terceira pessoa: amou, amaram.
Os verbos denotam ainda as circunstâncias temporais em que se realizam os fatos: presente (amo), passado (amei) e futuro (amarei). Quando se referem dois fatos não concomitantes -- passados, presentes ou futuros -- o verbo pode ainda exprimir anterioridade (tenho amado; tinha amado, ou amara; e terei amado) ou posterioridade (tenho de amar, tive de amar, terei de amar). Servem de exemplo as frases: "Quando ele me contou a história eu já a tinha adivinhado" e "Ele se casará em dezembro e logo depois terá de partir, em viagem de estudos".
Em português, os verbos apresentam-se em três modos (indicativo, subjuntivo e imperativo) e três formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). O uso dos modos é expressivo e dificilmente se podem estabelecer princípios gerais. É possível observar, entretanto, que o subjuntivo é próprio da afirmação insegura, dubitativa. O imperativo serve para a expressão direta da vontade afirmativa, desde a ordem até o desejo, mas se dispõe apenas da segunda pessoa; supre-se, nas suas lacunas, do presente do subjuntivo, como nos versos "Repousa lá no céu eternamente, / E viva eu cá na terra sempre triste" (Camões).
As formas nominais não permitem a expressão do tempo ou do modo, que devem ser inferidos pelo contexto da oração. O infinitivo pode apresentar emprego nominal e servir de substantivo ("Seu cantar ecoou ao longe"), adjetivo ("Porta de correr") ou advérbio ("Andou a correr"). O gerúndio descreve ação em curso e pode assumir função de advérbio ou adjetivo ("Vi o fogo ardendo"). O particípio, a um tempo verbo e adjetivo, está sujeito à concordância de gênero e número. Apresenta o resultado de uma ação: cansado, aberto.
Os verbos exprimem ainda aspecto, e no português isso é bastante complexo. Aspectos são as diferentes maneiras como se enfocam e expressam os fatos. Aspecto imperfeito é aquele em que não se pensa no início nem no término do fato: é o aspecto normal do verbo, desde que não esteja no pretérito perfeito ou no mais-que-perfeito. Aspecto perfeito é aquele que apresenta o fato como terminado e pode ser observado nos dois tempos mencionados acima e na conjugação de anterioridade. Aspecto iterativo é o que tem, na maioria das vezes, o presente do indicativo da conjugação que exprime anterioridade: tenho escrito quase sempre significa, simultaneamente, que escrevi e que ainda escrevo. Aspecto progressivo é o da chamada conjugação contínua, em que se aponta o fato no seu próprio desenvolvimento e processo: estou escrevendo. Aspecto incoativo é aquele que toma o verbo quando o fato é revelado no seu começo: entro a escrever, toco a escrever etc. Há, ainda, outros aspectos em que a língua sutiliza sua expressão.
Os verbos de predicação incompleta, que pedem objeto direto, admitem duas vozes: a voz ativa, que é a normal da conjugação simples ("O cão mordeu a criança"), e a voz passiva, pertencente à conjugação composta, cujo sujeito é o termo da oração que naturalmente seria seu objeto ("A criança foi mordida pelo cão"). Isso permite enfatizar a importância de um termo que ficaria em segundo plano, caso ocupasse a função de objeto, e não de sujeito. A conjugação pronominal reflexiva ("Mordeu-se") é definida por alguns autores como voz média.
Morfologia verbal. Como se não bastasse essa complexidade, o verbo tem, no português, uma morfologia (aspecto que diz respeito à estrutura e formação das palavras) muito rica. Tal riqueza é herdada do latim nas formas simples e extremamente desenvolvida nas formas compostas. Para o estudo da morfologia verbal, os antigos tinham imaginado a conjugação das formas simples em quadros engenhosamente organizados, a que chamaram paradigmas. No português, como no castelhano e no galego, as quatro conjugações paradigmáticas se reduziram a três: primeira, que tem como vogal de ligação um -a- (am-a-r, cant-a-r); segunda, que tem um -e- (dev-e-r, mo-e-r); e terceira, que tem um -i- (part-i-r, un-i-r). Por esses modelos se orientam todos os outros verbos, chamados regulares.
Muitos, porém, são os verbos irregulares. Os de irregularidade fraca diferenciam-se dos paradigmas nos tempos presentes ou no particípio (odiar, valer, abrir estão nesse caso, porque fazem odeio, valho, aberto, em lugar de odio, valo, abrido). Os de irregularidade fonética fogem às regras de mutação vocálica (chegar e invejar, por exemplo, seriam regulares se fizessem chégo e invêjo, como rego e desejo). Os 17 verbos de irregularidade forte (dar, ir, ser, pôr, ter, ver, vir, caber, dizer, estar, fazer, haver, poder, aprazer, querer, saber, trazer) não seguem qualquer paradigma e apresentam peculiaridades em quase todos os tempos. Ao contrário de todos os outros, apresentam dois radicais. São rizotônicos na primeira e terceira pessoas do pretérito perfeito do indicativo; ir e ser chegam a ter três raízes. Alguns são abundantes ou defectivos de pessoas (presenciar admite presencio ou presenceio na primeira pessoa do singular, enquanto precaver, no presente do indicativo, só se conjuga na primeira e segunda pessoas do plural -- precavemos e precaveis --, além de ser totalmente destituído de presente do subjuntivo).
Verbos relacionais. Nas orações ditas nominais, o verbo assume outro papel: o de indicar que, entre o sujeito e o predicativo, existem relações constantes (ser), novas ou inconstantes (estar), ou ainda uma mudança de estado (ficar). Assim, por exemplo: o menino é forte; o menino está forte; o menino fica forte. Entre as grandes línguas européias, só o português se empenha em distinguir essas três relações com tais verbos, além de outros, eventualmente.
Os verbos relacionais ou de ligação revelam o aspecto que se dá à definição do sujeito: são esvaziados de sua idéia original e, por isso, não têm conteúdo ideativo, com o que deixam, por definição, de ser verbos. São verbos apenas pela sua morfologia. Ser, estar e ficar são verbos como quaisquer outros, desde que não estejam relacionando o sujeito com o predicativo, como em "No princípio era o caos", "Meu irmão está em Paris", "Não pude ficar em casa". Nestes casos, poderiam ser trocados por existia, mora e permanecer. Na oração "Hoje não ando bem" o verbo é ideativo se ando for sinônimo de marcho, caminho. Contudo, se ando bem for equivalente a estou bem, tem-se um verbo relacional, que não exprime fato nenhum e se limita a indicar o aspecto da definição. Em tais casos, somente o contexto pode decidir sobre a interpretação conveniente.
Verbos auxiliares. As conjugações compostas valem-se dos chamados verbos auxiliares, que exprimem pessoa, número, tempo e modo. Juntam-se a infinitivos, gerúndios e particípios ideativos e sua morfologia é a dos verbos, categoria a que, por definição, não pertenceriam.
A língua portuguesa é riquíssima em verbos auxiliares, com os quais são expressos aspectos e a voz passiva. Os principais são: (1) ter, haver, para a conjugação anterior (ter feito, haver feito); (2) ter de, haver de, ir, dever, querer, poder, para a conjugação posterior (ter de fazer, haver de fazer, ir fazer, dever fazer, querer fazer, poder fazer); (3) estar, ir, vir, andar, para a conjugação contínua (estar fazendo, ir fazendo, vir fazendo, andar fazendo); (4) ser, para a conjugação passiva (ser feito).
Verbos pronominais. O acompanhamento obrigatório de pronomes átonos reflexivos caracteriza os verbos pronominais, como queixar-se e arrepender-se. Alguns são pronominais apenas em determinada acepção, como chamar, chamar-se.
Alguns verbos, embora apresentem a forma passiva, não exprimem passividade alguma. São os chamados verbos depoentes, entre os quais estão certos verbos de movimento, como chegar, correr, descer, entrar, fugir, ir, partir, passar, sair, subir, vir. O mesmo ocorre com nascer e morrer (entrar na vida e dela sair). Exemplos: "Era chegada a hora de jantar", ou seja, tinha chegado; "Meu pai é morto há longos anos", isto é, morreu.

Verbo auxiliar.
Denominação do verbo que, nos tempos compostos, se antepõe ao principal e exprime pessoa, número, tempo e modo.

Verbo de ligação
Termo que designa, em gramática, o verbo que não indica ação, mas estado, qualidade ou condição do sujeito.
Verbo depoente
Designação do verbo que, embora apresente a forma passiva, não exprime passividade, dentre os quais se incluem verbos de movimento.

verbo Intransitivo
Nome dado ao tipo de verbo cuja predicação expressa uma idéia completa e que não exige complemento.

Verbo irregular
Denominação do verbo que não segue o paradigma de sua conjugação, afasta-se de sua forma básica em determinadas flexões, com desvios no radical, na vogal temática ou nas desinências.

Verbo iterativo
Termo que designa o aspecto do verbo que exprime anterioridade ou ação repetida ou freqüente.

verbo Transitivo
Termo que designa, em gramática, o verbo que não tem sentido completo e precisa de um complemento.

verbo Transitivo direto
Termo que designa, em gramática, o verbo que tem o sentido completado por um objeto ligado a ele diretamente, sem preposição.

verbo Transitivo indireto
Termo que designa, em gramática, o verbo que tem o sentido completado por um objeto ligado a ele por meio de uma preposição. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Português.:. Definição da palavra barroco

Definição da palavra barroco

A palavra “barroco” tem sua origem controvertida. Enquanto alguns afirmam que está ligada a um processo relativo à memória que indicava um silogismo aristotélico de conclusão falsa, outros defendem que designaria um tipo de pérola de forma irregular, ou mesmo um terreno desigual, assimétrico.

Padre Antônio Vieira
Ninguém angariou tantas críticas e inimizades quanto o "impiedoso" Padre Antônio Vieira, detentor de um invejável volume de obras literárias, inquietantes para os padrões da época.
Politicamente, Vieira tinha contra si a pequena burguesia cristã (por defender o capitalismo judaico e os cristãos-novos); os pequenos comerciantes (por defender o monopólio comercial) e os administradores e colonos (por defender os índios). Essas posições, principalmente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira uma condenação da Inquisição, ficando preso de 1665 a 1667. A obra do Padre Antônio Vieira pode ser dividida em três tipos de trabalhos: Profecias, Cartas e Sermões.
As Profecias constam de três obras: História do Futuro, Esperanças de Portugal e Clavis Prophetarum. Nelas se notam o sebastianismo e as esperanças de que Portugal se tornaria o "quinto império do Mundo". Segundo ele, tal fato estaria escrito na Bíblia. Aqui ele demonstra bem seu estilo alegórico de interpretação bíblica (uma característica quase que constante de religiosos brasileiros íntimos da literatura barroca). Além, é claro, de revelar um nacionalismo megalomaníaco e servidão incomum.
O grosso da produção literária do Padre Antônio Vieira está nas cerca de 500 cartas. Elas versam sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e os cristãos novos e sobre a situação da colônia, transformando-se em importantes documentos históricos.
O melhor de sua obra, no entanto, está nos 200 sermões. De estilo barroco conceptista, totalmente oposto ao Gongorismo, o pregador português joga com as idéias e os conceitos, segundo os ensinamentos de retórica dos jesuítas. Um dos seus principais trabalhos é o Sermão da Sexagésima, pregado na capela Real de Lisboa, em 1655. A obra também ficou conhecida como "A palavra de Deus". Polêmico, este sermão resume a arte de pregar. Com ele, Vieira procurou atingir seus adversários católicos, os gongóricos dominicanos, analisando no sermão "Porque não frutificava a Palavra de Deus na terra", atribuindo-lhes culpa.
Gregório de Matos Guerra
Uma das principais referências do barroco brasileiro é Gregório de Matos Guerra, poeta baiano que cultivou com a mesma beleza tanto o estilo cultista quanto o conceptista .
Na poesia lírica e religiosa, Gregório de Matos deixa claro certo idealismo renascentista, colocado ao lado do conflito (como de hábito na época) entre o pecado e o perdão, buscando a pureza da fé, mas tendo ao mesmo tempo necessidade de viver a vida mundana. Contradição que o situava com perfeição na escola barroca do Brasil. É patente do movimento nativista quando ele separa o que é brasileiro do que é exploração lusitana.
Carpe Diem
O tema central do Barroco se encontra na antítese entre a vida e a morte. Daí decorre o sentimento da brevidade da vida, da angústia da passagem do tempo, que tudo destrói. Diante disso, o homem barroco oscila entre a renuncia e o gozo dos prazeres da vida. Quando pensa no julgamento de Deus, foge dos prazeres e procura apoio na fé. Quando a fé é insuficiente, a atração dos prazeres o envolve e cresce o desejo de desfrutar da vida. Por isso, o Carpe Diem, expressão latina que significa “aproveita o dia (presente)”, é um dos temas freqüentes da arte barroca. A mocidade ou a juventude é freqüentemente comparada à flor que é bonita por pouco tempo e logo morre. Daí o apelo dos poetas barrocos.
O Carpe Diem é um tema que vinha já da Antiguidade, mas no Barroco foi desenvolvido de forma angustiada, pois era uma tentativa de fundir os opostos, de conciliar o que, no fundo, é inconciliável: a razão e a fé, a matéria e o espírito, a vida carnal e a vida espiritual.
Barroco X Renascimento
O homem do período renascentista acreditava que a cultura mais perfeita era a cultura desenvolvida em meio ao paganismo. Acreditava que a arte, a ciência e a erudição tinham florescido durante o período clássico, Grécia e Roma, e na capacidade de ação do homem, na sua atuação como ser dono do Universo e capaz de modificar tudo à sua volta. Na literatura eram imitados os textos da antiguidade Clássica. Já o homem do período barroco estava dividido entre a religião e o paganismo, entre a verdade e a mentira, o amor e a solidão, o pecado e o perdão. As poesias são rebuscadas e utilizam o jogo de idéias, são assimétricas e apresentam antíteses, reflexo do conflito em que o homem barroco vivia
Literatura Barroca
Literatura barroca é uma área da literatura ocidental, produzida sobretudo no séc XVII, teve a sua compreensão e interpretação crítica extraordinariamente aprofundada e esclarecida graças à introdução no uso crítico e historiográfico do conceito de barroco literário. O termo veio das artes plásticas e visuais, com um sentido pejorativo, designando a arte do período subseqüente ao Renascimento, que era interpretada como uma forma degenerada dessa arte, pela perda da clareza, pureza, equilíbrio, em troca do exagero ornamental e das distorções. Originalmente tal como era corrente nos séculos X.VI e XVII barroco significava arte bizarra, artificial. A etimologia do termo é controvertida. Designando pérola de superfície irregular, teria sido usada por espanhóis e portugueses (barrueco e barroco). Por outro lado, a palavra fora usada pela escolástica medieval, como termo mnemônico do silogismo e assim aparece em Montaigne com intenção irônica, pois então queria dizer raciocínio estranho, vicioso, confundindo o falso e o verdadeiro. Até o século XIX, permaneceu este o significado: argumentação barroco; imagem barroca; figura barroca.
A revisão da questão se deve a Jacob Burckhardt, no Cicerone (1855). Mas a sua reformulação definitiva para a história da arte, e depois para a crítica literária, foi empreendida por Heinrich Wolffin (1864-1945) desde 1879 ao reabilitar a arte barroca, mostrando-a como uma forma peculiar, com valor estético e significado próprios. Estabeleceu Wolfflin a teoria da análise formal das artes, pela qual a passagem de um tipo de arte para outro se processaria segundo princípios internos. Assim, à arte renascentista sucedeu a barroca, não como um declínio, porém como o desenvolvimento natural para um estilo posterior, que já não é táctil, porém visual, não é linear, porém pictórico, não é composto em plano mas em profundidade, nem em partes coordenadas mas subordinadas a um conjunto, não é fechado mas aberto, não tem claridade absoluta mas relativa. Tal teoria da definição dos estilos artísticos, à luz dessas categorias, foi aplicada à análise da literatura, nas obras que exprimiram a oposição entre o Renascimento e o barroco, como o Orlando Furioso de Ariosto e a Jerusalém Libertada do Tasso. De 19l4 em diante o termo foi absorvido pela crítica literária, e se ampliaram os estudos interpretativos da literatura seiscentista. As velhas denominações , “seiscentismo” , “gongorismo” “eufuísmo”, “marinismo”, “conceptismo”, “culteranismo”, “cultismo”, “preciosismo”, de sentido pejorativo, passaram a ser compreendidas como referindo-se a formas imperfeitas ou não desenvolvidas do barroco e são hoje melhor englobadas sob o rótulo de barroco.
Assim, o barroco é o estilo artístico e literário, e mesmo o estilo de vida, que encheu o período entre o final do século XVI e o século XVIII, em todos os povos do Ocidente, com variantes locais de tempo e fisionomia artística, embora com unidade de características estéticas e estilísticas. Mas, ao lado do elemento formal peculiar, o barroco é ligado a uma ideologia, que lhe empresta unidade espiritual, e essa ideologia foi fornecida pela Contra-Reforma.O barroco foi o estilo, a arte de atributos morfológicos adequados á expressão do conceito da vida dinamizado pela Contra-Reforma em reação ao Renascimento, e de modo a traduzir--se em todas as manifestações artísticas, a16m ao vestuário, da jardinagem, das festas.A ideologia tridentina comunicou à época e à arte uma fisionomia trágica , dilacerada entre os pólos celeste e terrestre, entre a carne e o espírito, procurando incutir no homem o horror do mundo, o medo da morte, o pavor do inferno, conquistando-o para o céu pela captação de imaginação e seus sentidos, para o que usa o ornamental e o espetacular. O homem barroco é contraditório, em estado de conflito, saudoso do paraíso e ao mesmo tempo seduzido pelo mundo e pela carne. A literatura barroca, destarte, apresenta caracteres típicos:o fusionismo (união dos detalhes num todo orgânico), o claro-escuro, o eco, a união do racional e do irracional (expressa nas figuras estilísticas paradoxo), a ambigüidade, o caráter grandioso e ornamental (expresso no exagero de figuras estilísticas), figuras de estilo que traduzem o estado de conflito e tensão espiritual (antíteses, paradoxos, contorções, hipérboles, etc) ; o uso dos concetti, wit, agudeza, do tipo de estilo conhecido como genus humile, de forma; epigramática, sentenciosa, breve. É um estilo chamado filosófico, de pensamento, mais para ser lido do que ouvido, oposto ao estilo ciceroniano, redondo, oratório. A literatura barroca inclui grandes nomes do seiscentismo: Góngora, Quevedo, Cervantes, Calderón, Lope de Vega, Gracián, Tasso, Marino, Donne, Crashaw, Shakespeare, Montaigne, Pascal, Antônio Vieira, Rodrigues Lobo, Gregório de Matos, Soror Juana de la Cruz e muitos outros.

BIBLIOGRAFIA

ENCICLOPÉDIA BARSA. São Paulo, 1979, pp.54,
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Português.:. REALISMO / NATURALISMO

REALISMO / NATURALISMO

I.) A Época é

Na Segunda metade do século XIX, a concepção espiritualista de mundo, que tinha caracterizado o período romântico, vai cedendo lugar a uma concepção científica e materialista. Tal visão de mundo decorre do enorme valor que se atribuiu à ciência, vista na época como o único instrumento seguro para explicar a realidade e também gerar riquezas. O espírito científico era considerado como critério supremo na compreensão e análise da realidade. A ciência vai determinar as novas maneiras de pensar e viver.
Para ter uma idéia da atmosfera dominante, atente para as palavras do filósofo francês Taine: "Pouco importa que os fatos sejam físicos ou morais; eles sempre têm as suas causas. Tanto causas para a ambição, a coragem, a veracidade, como para a digestão, o movimento muscular e o calor animal. O vício e a virtude são produtos químicos como o açúcar e o vitríolo ".
Em 1859 Darwin publica A origem das espécies. Nessa obra, a evolução das espécies é considerada como resultado do mecanismo de seleção natural. A idéia básica de tal mecanismo é a de que o meio ambiente condiciona todos os seres, deixando sobreviver os mais fortes e eliminando os mais fracos. A natureza de todos os seres, o homem inclusive, seria determinada por circunstâncias externas. O meio ambiente passa a ter enorme importância, pois condiciona matéria e espírito. Essa concepção biológica de vida, chamada darwinismo, seria responsável por grandes mudanças no campo científico, repercutindo na economia, na filosofia e na política.
O positivismo, corrente filosófica baseada no método das ciências naturais, traduziu essa visão de mundo, pois concentrava-se nos fatos, rejeitando qualquer explicação metafísica para a atuação do homem no mundo, além de propagar a idéia de que somente o progresso material já seria suficiente para neutralizar os desequilíbrios sociais.
Segundo os positivistas, todos os fenômenos podem ser explicados pela ciência, o que os reduz, portanto, ao aspecto simplesmente material.
A psicologia também apresenta mudanças, subordinando os fenômenos psíquicos aos fisiológicos, estes sim considerados de grande importância, por serem observáveis e analisáveis.
No plano econômico, nota-se acentuado interesse pelo liberalismo da época anterior.
Politicamente, defendem-se idéias republicanas e socialistas. É bom lembrar que o Manifesto do Partido Comunista, data de 1848.
Em resumo: a ciência, que tinha conseguido revelar as leis naturais, extremamente objetivas, suplanta o idealismo do período romântico, formulando uma concepção predominantemente materialista da vida.
No Brasil assinalam-se fatos importantes nesse período:
- a abolição do tráfico de negros coloca em disponibilidade grandes capitais, que passam a ser empregados em atividades urbanas, levando as cidades ao crescimento
- a lavoura cafeeira prospera, possibilitando a expansão de novas áreas de povoamento, assim como o aquecimento das atividades produtora e consumidora; surge o telégrafo;inaugura-se, em 1874, o cabo telegráfico submarino entre o Brasil e Europa;
- aparecem os primeiros jornais publicados regularmente
A burguesia volta-se para a ciência, enxergando nela respostas e soluções para os problemas do momento histórico que o país vivia. O pensamento europeu, principalmente o positivista, encontra, por isso, grande ressonância entre nós. Por volta de 1870, a Faculdade de Direito de Recife está em plena atividade. A partir dela formam-se grupos que consideram a atividade científica como base para um renovação do pensamento, utilizando revistas e jornais como veículo de divulgação de suas idéias.
II.) O ESTILO é
Num sentido amplo, realismo aplica-se a toda obra em que o artista procura representar a realidade de maneira objetiva, quase fotográfica.
Como estilo de época, Realismo designa o conjunto de características que marcam a literatura e as outras artes na Segunda metade do século XIX.
A seguir, alguns dos princípios aceitos pelos realistas e naturalistas, no que diz respeito à criação literária.
1.Posição do artista diante da realidade é
O artista procura nivelar sua atitude à do cientista. Daí decorre a objetividade que o escritor procura manter durante a narrativa, não idealizando a realidade, mas limitando-se a registrá-la, o que nem sempre consegue. Por isso, o artista não emite julgamentos a respeito de fatos ou personagens.
O escritor naturalista francês Émile Zola, por exemplo, afirmou, a respeito de duas personagens de um de seus romances: "Limitei-me a fazer em dois corpos vivos aquilo que os cirurgiões fazem em cadáveres".
2.Posição do artista diante da obra de arte é
O romance é encarado como um instrumento de denúncia e combate, uma vez que focaliza os desequilíbrios sociais. É o que se chama de "arte engajada". Observe no fragmento seguinte como o narrador analisa e denuncia o problema da escravidão e do preconceito racial,
A disciplina militar, com todos os seus excessos, não se comparava ao penoso trabalho da fazenda, ao regímen terrível do tronco e do chicote. Havia muita diferença. (...) Ali ao menos, na fortaleza, ele tinha sua maca, seu travesseiro, sua roupa limpa, e comia bem, a fartar, como qualquer pessoa. (...) Depois, a liberdade, minha gente, só a liberdade valia por tudo! Ali não se olhava a cor ou a raça do marinheiro: todos eram iguais, tinham as mesmas regalias – o mesmo serviço, a mesma folga.
(Adolfo Caminha. Bom-Crioulo)
3.Concepção de homem é
Para o romântico, o homem é a medida de todas as coisas. Para o escritor realista/naturalista, o homem é apenas uma peça na engrenagem do mundo, com funções semelhantes às das demais peças pertencentes ao reino animal ou vegetal. Decorre daí que, principalmente nos escritores de tendência naturalista, o narrador enfatiza comportamentos instintivos das personagens e as compara com animais.
Ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos...
(Aluísio Azevedo. O cortiço)
4.Personagens é
As personagens deveriam ser moldadas de acordo com a realidade observada de fora pelo narrador, sem idealizações. Obedecendo a esse princípio, o escritor toma duas direções: retrato do corpo e dos comportamentos exteriores da personagem (tendência naturalista, principalmente) e retrato do espírito e da vidas interior da personagem (predominante na tendência realista).
O comportamento das personagens decorre de causas biológicas e sociais que o determinam. Suas ações nunca são gratuitas.
Nos escritores de tendência naturalista, é comum aparecerem personagens que representam casos patológicos. Não porque o escritor as considere excepcionais, mas porque elas podem funcionar como índices dos males que corrompiam a sociedade.
Para os naturalistas, a personagem está condicionada ao meio ambiente em que vive, nada podendo fazer contra o peso das influências externas, tornando-se vítima da fatalidade das cegas leis naturais. Por isso, é comum que tais personagens se vejam reduzidas a meros joguetes de forças biológicas ou sociais. Cada uma é um caso a ser analisado com os recursos da ciência, para comprovar uma tese aceita pelo escritor.
Eis um exemplo:
O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo às imposições mesológicas, enfarava a sua esposa, sua congênere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, a volúpia, era o fruto dourado e acre destes sertões americanos, onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes.
(Aluísio Azevedo. O Cortiço)
5.Concepção de amor e casamento é
Se os românticos geralmente se detinham na análise dos antecedentes do casamento, o realista/naturalista está preocupado, principalmente, em focalizar o adultério, que é encarado como causa da destruição da família e, consequentemente, da sociedade.
O amor, sobretudo para os naturalistas, é visto como um ato fisiológico.
Amara-o a princípio por afinidade de temperamento, pela irresistível conexão do instinto luxurioso e canalha que predominava em ambos (...) mas desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranqüila serenidade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior.
(Aluísio Azevedo. O Cortiço)
6.Espaço focalizado é
Existe uma preferência nítida pelo espaço urbano, pois a burguesia fixou-se sobretudo nas cidades.
Os bondes passavam. Senhoras vinham à janela, compondo os cabelos numa ânsia de novidade. Latiam cães. Um movimento cheio de rumores, uma balbúrdia... Chegavam soldados, marinheiros, policiais. Fechavam-se portas com estrondo.
(Adolfo Caminha. Bom-Crioulo)
7.Tempo histórico focalizado é
O escritor realista/naturalista preocupa-se sobretudo com personagens que retratem pessoas de sua época, diferindo assim de alguns procedimentos românticos de volta ao passado ou de projeção para o futuro.
Encarando o seu presente histórico, o autor capta os conflitos do homem da época, os seus problemas concretos, dando preferência aos dramas cotidianos de gente simples.
Falava-se da chamada dos conservadores ao poder, e da dissolução da Câmara. Rubião assistira à reunião em que o Ministério Itaboraí pediu os orçamentos. Tremia ainda ao contar suas impressões, descrevia a Câmara, tribunas, galerias cheias que não cabia um alfinete, o discurso de José Bonifácio, a moção, a votação...
(Machado de Assis. Quincas Borba, publicado pela primeira vez em 1891.)
8.Narrativa é
O romancista propõe-se criar enredos em que os conflitos se resolvam com determinadas forças que estejam em ação. O processo narrativo, obedecendo à lógica, elimina os acasos e milagres, comuns nos romances românticos. Por vezes, o desenlace de uma trama é previsível e raramente ocorrem sobressaltos ou surpresas para o leitor.
9.Linguagem é
A linguagem utilizada pelos realistas/naturalistas é mais simples que a linguagem dos românticos. O detalhismo é uma das características desta linguagem, pois o narrador pretende conseguir o retrato fiel da realidade focalizada.
Nos escritores que tendem para o naturalismo, ocorrem muitas expressões tomadas às ciências físicas e biológicas. Desses princípios resultam as características fundamentais do texto realista/naturalista:
a.) Objetividade por parte do narrador;
b.) Nivelamento do homem aos demais seres do universo;
c.) Não idealização das personagens;
d.) Condicionamento das personagens ao meio físico e social;
e.) Concepção de amor como um fato predominantemente fisiológico;
f.) Predominância do espaço urbano;
g.) Preocupação do escritor em focalizar seu tempo histórico;
h.) Linguagem mais simples que a dos românticos;
Torna-se agora necessário estabelecer a diferença entre Realismo e Naturalismo.
Essa diferença nem sempre é fácil de se verificar nas obras. Grosso modo, pode-se afirmar que todo naturalista é realista, mas nem todo realista é naturalista. Assim, o Naturalismo surge como um segmento do Realismo, uma vez que ambos fundamentam-se nos mesmos princípios científicos, filosóficos e artísticos.
O Naturalismo apresenta uma visão de mundo mais mecanicista, mais determinista, pois aceita o princípio segundo o qual somente as leis de ciência são válidas. Qualquer tipo de visão espiritualizada do mundo não tem, para o naturalista, grande valor.
Como decorrência disso, o homem é um animal condicionado por forças que determinam seu comportamento. Por isso, as personagens dos romances naturalistas têm um comportamento que resulta da liberação dos instintos, sob determinadas condições do meio ambiente. A hereditariedade física e psicológica das personagens conduz sua ação. A vida interior é reduzida a quase nada, uma vez que o escritor tenta utilizar métodos científicos de observação e análise.
Enquanto o drama das personagens realistas tem origem moral ou decorre de algum desequilíbrio social, as personagens naturalistas têm a origem dos seus dramas em heranças de ordem biológica ou psicológica que, num determinado momento, em determinado ambiente, acabam por vir à tona. Por isso, uma personagem naturalista é muito parecida com outra personagem naturalista, uma vez que todas estão submetidas à mesmas leis.
Para os naturalistas, a ação no romance é importante, pois o drama vivido pelas personagens se exterioriza através dessa ação. Para o realista, a ação é secundária, já que ele se preocupa mais em sugerir o mundo interior das personagens.
Quanto à temática, observa-se nos naturalistas uma tendência a retratar temas de patologia sexual ou social. Nota-se ainda que o escritor naturalista não vacila em trazer para a literatura os aspectos mais repulsivos da vida, além de tender a focalizar as camadas mais baizas da sociedade.
III. ) AUTORES E OBRAS é
No Brasil, o Realismo/Naturalismo teve início oficialmente em 1881, com a publicação de O mulato (Aluísio Azevedo) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis). O primeiro representa a tendência naturalista, e o segundo, a tendência realista.
É importante assinalar ainda, neste período (1881 – 1893), o surgimento de algumas obras que dão seqüência ao regionalismo. O romance regionalista de fins dos século XIX vai utilizar os princípios realistas/naturalistas, diferenciando-se, portanto, pela sua objetividade, dos romances do regionalismo romântico.
São obras importantes da tendência regionalista: Luzia-Homem, de Domingos Olímpio, e Dona Guidinha do poço, de Manuel Oliveira Paiva.
A poesia do período está reunida sob o nome geral de Parnasianismo, sendo que a produção em prosa permite a seguinte esquematização didática:
Tendência realista:
1. Machado de Assis
2. Raul Pompéia
Tendência naturalista
1. Aluísio Azevedo
2. Inglês de Sousa
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Português.:. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

Derivou-se o nosso idioma, como língua romântica, do Latim vulgar.
É bastante difícil conhecer a língua dos povos habitantes na península Ibérica antes dos Romanos dela se apossarem.
Os Romanos ocuparam a Península Ibérica no séc. III antes de nossa Era. Contudo, ela só é incorporada ao Império no ano 197 antes de Cristo. Tal fato não foi pacifico. Houve rebeliões contra o jugo Romano.
O Latim, língua dos conquistadores, foi paulatinamente suplantado a dos povos pré-latinos. “Os turdetanos, e mormente os ribeirinhos do Bétis, adotaram de todos os costumes romanos, e até já nem se lembram da própria língua.” (Estrabão).
O Latim implantado na Península Ibérica não era o adotado por Cícero e outros escritores da época clássica (Latim clássico).
Era sim o denominado Latim Vulgar. O Latim Vulgar era de vocabulário reduzido, falado por aqueles que encaravam a vida pelo lado prático sem as preocupações de estilísticas do falar e do escrever.
O Latim Clássico foi conhecido também na Península Ibérica, principalmente nas escolas. Atestam tal verdade os naturais da Península : Quintiliano e Sêneca.
- O Português vem do Latim vulgar
Sabe-se que o latim era uma língua corrente de Roma. Roma, destinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de seus soldados, regiões imensas. Com as conquistas vai o latim sendo levado a todos os rincões pelos soldados romanos, pelos colonos, pelos homens de negócios. As viagens favoreciam a difusão do latim.
Primeiramente o latim se expande por toda a Itália, depois pela Córsega e Sardenha, plenas províncias do oeste do domínio colonial, pela Gália, pela Espanha, pelo norte e nordeste da Récia, pelo leste da Dácia. O latim se difundiu acarretando falares diversos de conformidade com as regiões e povoados, surgindo daí as línguas românticas ou novilatinas.
Românticas porque tiveram a mesma origem: ao latim vulgar. Essas línguas são, na verdade, continuação do latim vulgar. Essas línguas românticas são: português, espanhol, catalão, provençal francês, italiano, rético, sardo e romeno.
No lado ocidental da Península Ibérica o latim sentiu certas influencias e apresenta características especiais que o distinguiam do “modus loquendi” de outras regiões onde se formavam e se desenvolviam as línguas românticas. Foi nesta região ocidental que se fixaram os suevos. Foram os povos bárbaros que invadiram a península, todos de origem germânica Sucederam-se nas invasões os vândalos, os suevos (fixaram-se no norte da península que mais tarde pertenceria a Portugal), os visigodos. Esses povos eram atrasados de cultura. Admitiram os costumes dos vencidos juntamente com a língua regional.
É normal entender a influencia desses povos bárbaros foi grande sobre o latim que aí se falava, nessa altura bastante modificado.
- Formação de Portugal
No século V, vários grupos bárbaros entraram na região ibérica, destruindo a organização política e administrativa dos romanos. Entretanto é interessante notar o domínio político não corresponde a um domínio cultural, os bárbaros sofreram um processo de romanização. Neste período formaram-se uma sociedade distinta em três níveis: clero, os ricos e políticos poderosos; a nobreza, proprietários e militares; e o povo.
No século VII essa situação sofre profundas mudanças devido a invasão muçulmana, estendendo –se assim o domínio árabe variando de regiões, e tinha sua maior concentração na região sul da Península, e o norte não conquistado servia de refúgio aos cristãos e lá organizaram a luta de reconquista, que visava a retomado do território tomado pelos árabes.
No que a Reconquista progredia a estrutura de poder e a organização territorial vão ganhando novos contornos; os reino do norte da Península (Leão, Castela, Aragão) estendem suas fronteiras para o sul, o reino de Leão passa a pertencer a o Condato Portucalense.
No fim do século XI, o norte da Península era governado por o rei Afonso VI, pretendendo expulsar todos os muçulmanos, vieram cavaleiros de todas as partes para lutar contra os mouros, dentre os quais dois nobres de borgonhas: Raimundo e seu primo Henrique. Afonso VI tinha duas filhas: Urraca e Teresa. O rei promoveu o casamento de Urraca e Raimundo e lhe deu como dote o governo de Galiza; pouco depois casou Teresa com Henrique e lhe deu o governo do Condato Portucalense. D. Henrique continua a luta contra os mouros e anexando os novos territórios ao seu condato, que vai ganhado os contornos do que hoje é Portugal.
Em 1128, Afonso Henriques – filho de Henrique e Teresa- proclamou a independência do Condato Portucalense, entrando em luta com as forças do reino de Leão. Quando em 1185 morre Afonso Henriques, os muçulmanos dominavam somente o sul de Portugal. Sucede a Afonso Henriques o rei D. Sancho, que continuava a lutar contra os mouros até sua expulsão total.. Dessa forma consolida-se a primeira dinastia portuguesa: a Dinastia de Borgonhas.

A SOCIEDADE

A formação de Portugal ocorreu num período de grande transição em que se percebe que o sistema feudal em crise e, em contrapartida, o crescimento de em áreas urbanas. Então este período se resume ao período de transição do feudalismo para as atividades econômicas, como os mercadores e os negociantes de dinheiro.

EVOLUÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA

A formação e a própria evolução da língua portuguesa contam com um elemento decisivo: o domínio romano, sem desprezar por completo a influência das diversas línguas faladas na região antes do domínio romano sobre o latim vulgar, o latim passou por diversificações, dando origem a dialetos que se denominava romanço ( do latim romanice que significava, falar a maneira dos romanos).
Com várias invasões barbaras no século V, e a queda do Império Romano no Ocidente, surgiram vários destes dialetos, e numa evolução constituíram-se as línguas modernas conhecidas como: neolatinas. Na Península Ibérica, várias línguas se formaram, entre elas o catalão, o castelhano, o galego-português, deste último resultou a língua portuguesa.
O galego-português, era uma língua limitada a todo Ocidente da Península, correspondendo aos territórios da Galiza e de Portugal, Cronologicamente limitado entre os séculos XII e XIV, coincidindo ocom o período da Reconquista. Na entrada do século XIV, percebe-se maior influência dos falares do sul, notadamente na região de Lisboa; aumentando assim as diferenças entre o galego e o português.
O galego apareceu durante o século XII e XV, aparecendo tanto em documentos oficiais da região de Galiza como em obras poéticas. Apartir do século XVI, com o domínio de Castela, introduz-se o castelhano como língua oficial, e o galego tem sua importância relegada a plano secundário.
Já o português, desde a consolidação da autonomia política e, mais tarde, com a dilatação do império luso, consagra-se como língua oficial. Da evolução da língua portuguesa destaca-se alguns períodos: fase proto-histórica, do Português arcaico e do Português moderno.

FASES HISTÓRICAS DO PORTUGUÊS

• Fase proto-histórica
Anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade do latim usado apenas em documentos e por isso também chamado de latim tabaliônico ou dos tabeliões).
• Fase do português arcáico
Do século XII ao século XVI, corresponde dois períodos:
a) do século XII ao século XIV, com textos em galego-português;
b) do século XIV ao século XVI, com a separação do galego e o portugu6es.
• Fase do português moderno
A partir do século XVI, quando a língua portuguesa se uniformiza e adquiri as caracteristicas do português atual. A rica literatura renascente portuguesa, produzida por Camões, teve papel fundamental nesse processo. As primeiras gramáticas e dicionários da língua portuguesa também surgiram do século XVI.

GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

O atual quadro das regiões de língua portuguesa se deve as expansões territorial lusitana ocorrida no século XV a XVI. Assim que o língua portuguesa partiu do ocidente lusitano , entrou por todos os continentes: América (com o Brasil), África (Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, República Democrática de São Tomé e Príncipe), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), e Oceania (Timor), além das ilhas atlânticas próximas da costa africana ( Açores e Madeira), que fazem parte do estado português.
Em alguns países o português é a língua oficial (República Democrática de São Tomé e Príncipe, o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde), e apesar de incorporações de vocábulos nativos de modificações de pronúncia, mantêm uma unidade com o português de Portugal.
Em outros locais, surgiram dialetos originários do português. E também regiões em que essa língua é falada apenas por uma peguena parte da população, como em Hong Kong e Sri Lanka.

Bibliografia:


NICOLA, José de, Língua, Literatura e Redação, 6ª ed., Editora Scipione,
1994

TERSARIOL, Alpheu, Biblioteca da língua portuguesa, 14ª ed., Editorial
Irradiação S.A.- São Paulo, 1970 Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Português.:.O SIMBOLISMO NA EUROPA E NO BRASIL

O SIMBOLISMO NA EUROPA E NO BRASIL

No Brasil, o simbolismo começa em 1893 com a publicação de dois livros: "Missal" e "Broquéis"
(poesia) ambos de Cruz e Sousa. Estende-se até o ano de 1922, data da semana de Arte
Moderna. O início do simbolismo não pode,no entanto, ser identificado com o término da escola antecedente, o Realismo. Na realidade, no final do século XIX e início do século XX, três tendências caminhavam paralelas: o Realismo e suas manifestações; o Simbolismo, à margem da literatura acadêmica da época; e o pré-Modernismo, com o aparecimento de alguns autores como Euclides da Cunha e Lima Barreto. Só um movimento com a amplitude da Semana da Arte Moderna poderia neutralizar todas essas estéticas e traçar novos e definiti- vos rumos para a nossa literatura.
Na Europa, o poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) é considerado precursor do simbolismo por ter publicado, em 1857, As Flores do Mal, livro que já exibe traços do movimento. Mas é só em 1881 que a nova manifestação é rotulada. O escritor francês Paul Bourget (1852-1935) chama-a de decadentismo. O nome é substituído por simbolismo em manifesto publicado em 1886 no suplemento Figaro Littéraire.
O simbolismo manifesta-se na poesia. As obras buscam sugerir os objetos com símbolos, como ao usar a cruz para falar de sofrimento. Os versos exploram a sonoridade e a visualidade. Também rejeita as formas rígidas do parnasianismo, movimento de que é contemporâneo. Apesar de várias de suas bases coincidirem com as do romantismo, difere dele pela expressão da subjetividade sem sentimentalismo. Considera que só é real aquilo que está na consciência individual do poeta. A partir da noção de que a vida é misteriosa e inexplicável, os simbolistas a representam de modo vago, obscuro e até ininteligível.
Os principais expoentes na França são Paul Verlaine (1844-1896), autor de Outrora e Agora, Rimbaud (1854-1891), que escreve Iluminations, e Stéphane Mallarmé (1842-1898), autor de A Tarde de um Fauno, musicada por Claude Debussy (1862-1918). Em Portugal, o marco do simbolismo é a publicação em 1890 de Oaristos, de Eugênio de Castro (1869-1944), cujo prefácio apresenta os ideais do movimento. Outros representantes são Antônio Nobre (1867-1900), que escreve Só, e Camilo Pessanha (1867-1926), autor de Clepsidra.
O Momento Histórico
Durante o século XIX a Europa era, em quase sua totalidade, Imperialista. A Europa estava em pleno expansionismo em direção aos países da África, Ásia e América Latina. E em pouco tempo, 3/5 das terras do globo passaram para o domínio europeu. E, nesta mesma época, havia a política das alianças, liderada pela Inglaterra de um lado e pela Alemanha do outro. E em função disto, a Europa começou a investir no crescimento bélico de suas nações, estando eles às vésperas da primeira guerra mundial. Para essa crescente militarização, os historiadores dão o nome de "Paz Armada".
Esse era o contexto histórico onde nasceu o Simbolismo.
Características das Escola
- subjetividade
- religiosidade
- busca da essência humana : a alma
- ambigüidade, conotação, sentido figurado
- poesia hermética, de difícil entendimento
- busca da musicalidade - exploração da sonoridade das palavras
- "É preciso sentir, e não raciocinar"
- Sinestesias: cruzamento entre impressões sensoriais
- Aliterações: repetição de fonemas
- temática: sonho, mistério, morte
- a poesia atinge o leitor por inteiro: todos os sentidos são aguçados Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...