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sexta-feira, junho 17, 2011

Pedagogia.:.EDUCAÇÃO GREGA

"EDUCAÇÃO GREGA"

A educação na Grécia teve formas diferentes. No decorrer deste trabalho, veremos essas diferenças. Em Esparta ela assume um papel de preparação para a guerra. Entretanto, em Atenas assume uma papel mais intelectual.

Na Grécia como veremos a seguir, foi o local onde fluiu a sofistica, mesmo que, não tenha sido a Grécia o local de origem da sofistica. Os sofistas tiveram grande importância na profissionalização da educação. Além disso, a Grécia é considerada como o berço da pedagogia.

No decorrer deste trabalho veremos todos esses aspectos da educação grega e as contribuições que ela trouxe até os dias de hoje.
A Equipe.

A ANTIGUIDADE GREGA: A PAIDÉIA

Foi devido ao poder econômico de seu império que a Pérsia conseguiu dominar todo o oriente. No entanto, vencidos contra os gregos, os persas perderam o predomínio sobre os outros Estados da antigüidade. Dessa forma, a hegemonia econômica se deslocou das civilizações do Oriente próximo para a civilização grega.

Veremos a seguir como a civilização grega conquistou o poderio econômico sobre todo o mundo antigo e acabou perdendo-o para o Império Romano.

* Período Pré-Homérico (2500-1100 a.C.), período que aconteceu a formação do povo grego.

* Período Homérico (1100-800 a.C.), fase retratada pelos poemas de Homero, Ilíada e Odisséia.

* Período Arcaico (800-500 a.C.), fase da formação das cidades-estado: a escrita, a moeda, a lei e a pólis.
* Período Clássico (500-400a.C), fase correspondente ao apogeu da civilização grega.

* Período Helenístico (336-146 a.C.), fase da decadência da Grécia.

* A Grécia está localizada a leste do mar Mediterrâneo, na Península Balcânica, apresentando relevo acidentado e um litoral recortado por golfos e bóias, banhado pelo mar Egeu e pelo mar Jônio.

O território grego é cortado ao meio pelo golfo de Corinto. Ao norte desse golfo localiza-se a Grécia continental; ao sul, a Grécia peninsular.

Devido ao relevo marcadamente montanhoso, a prática da agricultura releva-se difícil na Grécia, registrando-se um quinto das terras. Assim, o comércio tornou-se a atividade econômica básica.

FORMAÇÃO DO POVO GREGO
* O período anterior à formação do povo grego é denominado pré-Homérico, ou da Grécia Primitiva na região ocupada pela população autóctone - isto é, originária da própria região -, desenvolveu-se a civilização creto-Micênica, cujos principais centros eram a cidade de Micenas e a Ilha de Creta.

Os cretenses foram fundadores do primeiro império marítimo de que se tem notícia, e os mesmos cultivavam vinhas, cereais e oliveiras que utilizavam para seu próprio consumo ou para exportar para outras regiões. Ensinados por outros povos tornaram-se hábeis artesãs, trabalhando principalmente com metais e cerâmica. Utilizando as madeiras , construíram navios de até vinte metros de comprimento. São famosos seus edifícios públicos, embora não tenham ficado vestígios dessas construções.

Cnossos, a capital de Creta, era uma cidade de grandes palácios, onde viviam reis (chamados Minos) cercados de uma poderosa nobreza, o que refletia sua pujança econômica.

A partir do século XX a.C., sucessivas invasões de tribos nômades, de origem indo-européia, abalaram o vigor cultural creto-micênico. Aqueus, Jônios, Eólios e Dórios saquearam e destruíram a região e assimilaram parte dos costumes e das instituições formando, pela mistura racial e cultural, o povo grego.

A civilização Micênica se desenvolve desde o início do segundo milênio, constituída por diversos povos, sobretudo os Aqueus, que se estabeleceram com um regime de comunidade primitiva. Com o tempo, forma-se uma aristocracia militar: a figura do guerreiro tem importância cada vez maior, e os chefes mais destacados vivem nos castelos de Tirinto e Micenas. No século XII a. C., partem Agaménon, Aquiles e Ulisses para sitiar e conquistar Tróia, no litoral da Ásia Menor. No final desse mesmo século ocorre a invasão dos Bárbaros Dórios, que mergulham a Grécia em um período obscuro até o século IX. Muitos Aqueus fugiram para a Ásia Menor, onde fundam colônias e prosperam pelo comércio.


AS TRANSFORMAÇÕES DA MENTALIDADE: DO MITO À RAZÃO.

A Concepção mítica do homem nos poemas homéricos
Até o século VI a.C. pode-se dizer que na Grécia ainda predomina uma concepção mítica do mundo. Isso significa que as ações humanas se acham explicadas pelo sobrenatural, pelo destino, pela interferência divina. Os mitos gregos são escolhidos pela tradição e são transmitidos oralmente pelo aedos e rapsodos, cantores ambulantes que dão forma poética a esses relatos e os recitam de cor em praça pública. Dentre estes, destacamos Homero, provável autor das epopéias Ilíadas, que trata da guerra de Tróia (Illion, em grego), e da Odisséia, que relata o retorno de Ulisses (odisseus, em grego) a Ítaca, após a guerra de Tróia.

A Emergência da Consciência Racional
O surgimento da filosofia na Grécia não é na verdade, um salto realizado por um povo privilegiado, mas a culminância de um processo que se fez através de milênios e para o qual concorreram diversas transformações.
- A escrita gera uma nova idade mental fixando a palavra, e consequentemente, o mundo para além daquele que o profere.
- E o advento da lei escrita ? Drácon, Sólon e Clístenes são os primeiros legisladores que marcam uma nova era.
- A invenção da Moeda desempenha um papel revolucionário. Muito mais do que um metal precioso que se troca por qualquer mercadoria, a moeda é um artifício racional, uma convenção humana, uma noção abstrata de valor.
- A pólis se faz pela autonomia da palavra: não mais a palavra mágica dos mitos, concedida pelos deuses e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do conflito, da discursão, da argumentação.
- Decorre disso tudo uma nova concepção de virtude (areté), diferente da virtude do guerreiro belo e bom. Se antes a virtude era ética, aristocrática, agora é política, voltada para o ideal democrático da igual repartição do poder.
- A filosofia, "filha da cidade": a filosofia surge como problematização e dicursão de uma realidade antes não questionada pelo mito.


A EDUCAÇÃO ESPARTANA
A Grécia achava-se dividida em Cidades-Estado, das quais as mais conhecidas são as antagônicas Esparta e Atenas.

Esparta ocupava o fértil vale do rio Eurotas, na região da Lacônia, ao sudeste da península do Peloponeso.

"No oitavo e no sétimo século a.C, Esparta travou uma guerra com Missênia. Essa guerra teve por motivo básico o desejo de Esparta de se apoderar das terras férteis dessa região, que eram as melhores de todo o Peloponeso."(PEDRO. Antônio & CÁCERES. Florival. História Geral. p. 48).

"Por volta do século IX, o legislador Licurgo organiza o Estado e a educação. De início os costumes não são tão rudes, e a formação militar é entremeada com a esportiva e a musical. Com o tempo e, sobretudo no século IV a.C. quando Esparta derrota Atenas - o rigor da educação se assemelha à vida de caserna" (ARANHA. Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. p. 38).

"A visão que os gregos tinham do mundo os distinguia de todos os demais povos do mundo antigo, ao contrário destes, os gregos em vez de colocarem a razão humana a serviço dos deuses ou dos deuses monarcas, enalteceram a razão como instrumento a serviço do próprio homem (...) Recusavam qualquer submissão aos sacerdotes e tampouco se humilhavam diante dos seus deuses. Glorificavam o homem como o ser mais importante do universo (...) O primeiro povo a enfrentar explicitamente o problema da natureza, as idéias, as tarefas e objetivos do processo educativo foi o povo grego. Os alicerces institucionais dessa atitude encontram-se na realidade sócio-poética da Grécia, processo que se realiza entre 1200 e 800 a.C. Trata-se do período pré-Homérico (GILES. Thomas Ranson. História da Educação. p. 11). Esse período recebeu esse nome, devido ao conhecimento baseado na interpretação da lendas contidas nos poemas épicos: A ILÍADA e A ODISSÉIA, que a tradição atribui ao poeta grego Homero (op. cit. p. 46)

"Nessa época as principais ocupações são a agricultura e o pastoreio. Excetuando-se algumas formas de artesanato, não há especialização, e a estratificação da sociedade é mínima"(GILES,

EDUCAÇÃO ATENIENSE

Atenas passou pelas mesmas fases de desenvolvimento de Esparta; mas enquanto Esparta se deteve na fase guerreira e autoritária, Atenas priorizava a formação intelectual sem deixar de lado a educação física que não se reduzia apenas a uma simples destreza corporal mas que vinha acompanhada por uma preocupação moral e estética.

Na primeira parte de sua cultura aparecem formas simples de escolas e a educação deixa de ficar restrita à família e a partir dos 7 anos começava a educação propriamente dita, que compreendia a educação física, a música e a alfabetização. O pedotriba era o responsável em orientar a educação física na palestra onde os exercícios físicos eram praticados.

Além da educação física, a educação musical era extremamente valorizada não se limitando apenas à música mas também a poesia, canto e a dança. Os locais que eram praticados eram geralmente as palestras ou, então, em lugares especiais. O ensino elementar como a leitura e a escrita durante muito tempo não teve a sua devida atenção como teve as práticas esportivas e musicais tanto que os mestres eram geralmente pessoas humildes e mal pagas e não tinham tanto prestigio quanto o instrutor físico.

Com o passar do tempo foi se exigindo uma melhor formação intelectual delineando-se três níveis de educação: elementar, secundária e superior. O didáscalo era o responsável em ensinar a leitura e a escrita em locais não definidos e com métodos que dificultam a aprendizagem e por volta dos 13 anos completava-se a educação elementar.

Aqueles que tinham maiores condições de continuar os seus estudos entravam para a educação secundária ou ginásio onde, inicialmente, eram praticados os exercícios físicos e musicais, mas com o tempo deu-se lugar as discussões literárias abrindo espaço para o estudo de assuntos gerais como a matemática, geometria e astronomia principalmente a partir das influências dos professores. O termo secundário chegou mais próximo do seu conceito atual quando foram criadas as bibliotecas e salas de estudos.

Dos 16 aos 18 anos, a educação superior só se dá com os sofistas, que mediante retribuições elevadas se encarregavam de preparar a juventude para a oratória. Sócrates, Platão e Aristóteles também ministravam a educação superior.

Neste contexto não havia uma preocupação com o ensino profissional, pois estes eram aprendidos no próprio mundo do trabalho com exceção da medicina que era uma profissão altamente valorizada entre os gregos e que tomavam como parte integrante da cultura grega.

A EDUCAÇÃO NO PERÍODO HELENÍSTICO

No final do século IV a. C., inicia-se a decadência das cidades-estados gregos assim como a sua autonomia e a força da cultura helênica se funde à das civilizações que a dominam se universaliza e converte-se em helenísticas; nesse período a antiga Paidéia, torna-se enciclopédia ou seja, educação geral" consistindo na ampla gama de conhecimentos exigidos na formação do homem culto diminuindo ainda mais o aspecto físico e estético.

Nesse período eleva-se o papel do pedagogo com a criação do ensino privado e o desenvolvimento da escrita, leitura e o cálculo. O conteúdo abrangente das disciplinas humanistas (gramática, retórica e dialética) e quatro científicas (aritimética, música, geometria e astronomia). Além do aperfeiçoamento do estudo da filosofia e, posteriormente, o de teologia na era cristã.

Inúmeras escolas se espalham e da junção de algumas delas (Academia e Liceu) é formada a Universidade de Atenas, foco importante de fermentação intelectual, que perdura inclusive no período de dominação romana.



PERÍODO CLÁSSICO

Atenas havia se tornado o centro da vida social, política e cultural da Grécia, em virtude do crescimento das cidades, do comércio, do artesanato e das artes militares. Atenas viva seu momento de maior florescimento da democracia. "A democracia grega possuía duas características de grande importância para o futuro da filosofia. Em primeiro lugar, a democracia afirmava a igualdade de todos os homens adultos perante as leis e o direito de todos de participar diretamente do governo da cidade, da polis. Em segundo lugar, e como conseqüência, a democracia, sendo direta e não por eleição de representantes no governo, garantia a todos a participação no governo e os que dele participavam tinham direito de exprimir, discutir e defender em público suas opiniões sobre as decisões que a cidade deveria tomar. Surgia assim, a figura do cidadão". (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, p. 36).

Contudo, é bom lembrarmos que as opiniões, não eram simplesmente jogadas às assembléias e aceitas por elas, era necessário que o cidadão além de opinar, falar, deveria também buscar persuadir a assembléia, daí o surgimento de profundas mudanças na educação grega, pois antes da democracia as famílias aristocratas eram donas não só da terra como também do poder. A educação possuía um padrão criado por essas famílias que era baseado nos dois poetas gregos Homero e Hesíodo que afirmava que o homem ideal era o guerreiro belo e bom.

Entretanto, com a chegada da democracia, o poder sai das mãos da aristocracia e, "esse ideal educativo vai sendo substituído por outro. O ideal de educação do Século de Péricles é a formação do cidadão."(IDEM. P. 36)

O cidadão somente se faz cidadão a partir do momento em que exerce seus direitos de opinar, discutir, deliberar e votar nas assembléias. Dessa forma, o novo ideal de educação é a formação do bom orador, ou seja, aquele que saiba falar em público e persuadir os outros na política.

Para suprir a necessidade de dar esse tipo de educação aos jovens em substituição a educação antiga, surgem os sofistas que foram os primeiros filósofos do Período Clássico. Em síntese, os sofistas surgem por razões políticas e filosóficas, entretanto, mais por funções políticas.

Os sofistas foram filósofos que surgiram de várias partes do mundo e não tinham portanto, uma origem bem definida. "Sofista significa (...) "sábio" - "professor de sabedoria". (...)[Em] um sentido pejorativo, passa a significar "homem que emprega sofismas", ou seja, homem que usa de raciocínio capcioso, de má-fé com intenção de enganar.

Os sofistas contribuíram bastante para a sistematização da educação. Eles se julgavam sábios, possuidores da sabedoria e como Atenas passava por uma fase de crescimento cultural e econômico e paralelo a isto, o surgimento da democracia, os sofistas ensinavam principalmente a retórica, que é a arte da persuasão, instrumento principal para o cidadão que vivia a democracia. Contudo, é bom ressaltar que não ensinavam de graça, mas cobravam, e bem, por seus ensinamentos. Isso teve grande contribuição na profissionalização da educação.
Entretanto, por cobrarem e se julgarem sábios e possuidores da sabedoria, foram bastante criticados por Sócrates e seus seguidores, haja vista que para Sócrates o verdadeiro sábio é aquele que reconhece sua própria ignorância. Para combater os sofistas, Sócrates desenvolve dois métodos que são bastantes conhecidos até os dias de hoje: a ironia e a maiêutica. O primeiro consiste em conduzir, através de questionamentos, o ouvinte que até o momento está convencido de que domina completamente determinado conteúdo, de que este não sabe realmente tudo. A partir do momento em que este se convence disto, Sócrates passa a utilizar o segundo método que é a maiêutica, que significa dar luz às idéias. Nesse momento o ouvinte consciente de que não sabe tudo busca saber mais buscando respostas por si próprio.

A PEDAGOGIA GREGA

O termo pedagogia é de origem grega e deriva da palavra paidagogos, nome dado aos escravos que conduziam as crianças à escola. Somente com o tempo, esse termo passa a ser utilizado para designar as reflexões feitas em torno da educação. Assim, a Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia, até porque é justamente na Grécia que tem início as primeiras reflexões acerca da ação pedagógica, reflexões que vão influenciar por séculos a educação e a cultura ocidental.

Os povos orientais acreditavam que a origem da educação era divina. O conhecimento que circulava na comunidade resumia-se aos seus próprios costumes e crenças. Essa realidade impedia uma reflexão sobre a educação, uma vez que esta era rígida e estática, fruto de uma organização social teocrática. A divindade, portanto, era autoridade máxima, logo, sua vontade não poderia ser contestada.

Na Grécia Clássica, pelo contrário, a razão autônoma se sobrepõe às explicações puramente religiosas e místicas. A inteligência crítica, o homem livre para pensar e formar os juízos a cerca da sua realidade, preparado não para submeter-se ao destino, mas para influenciar e ser agente de transformação como cidadão, eis no que resume-se a revolucionária concepção grega da educação e seus fins.
Dentro dessa nova mentalidade, surgem várias questões cuja reflexão visa enriquecer os fins da educação. Como por exemplo:
- O que é melhor ensinar ?
- Como é melhor ensinar ?

Essas questões enriquecem as reflexões de vários filósofos e dão origem à dimensões tendenciosas.


Para entendermos melhor é necessário fazermos a divisão clássica da filosofia grega, não esquecendo que o eixo central é Sócrates:
Período pré-socrático (Século VII e VII a.C.); os filósofos das colônias gregas que iniciam o processo de separação entre a filosofia e o pensamento mítico.
Período socrático (Séculos V e IV a.C.) Sócrates, Platão e Aristóteles. Os sofistas são contemporâneos de Sócrates e alvos de suas críticas. Isócrates também é desse período.
Período pós-socrático (Séculos III e II a.C.) época helenística, após a morte de Alexandre. Fazem parte ainda as correntes filosóficas mais famosas: o estoicismo e o epicurismo.


PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO
O período pré-socrático inicia-se por volta do século VI a.C., quando aparecem os primeiros filósofos nas colônias gregas da Jônia e na Magna Grécia. Podemos dividi-los em várias escolas:
Escola Jônica: fazem parte os seguintes filósofos: Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Empídoeles;
Escola Itálica: Pitágoras;
Escola Eleática: Xenófones, Parmênides, Zenão;
Escola Atomista: Gencipo e Demócrito.
Esse período caracteriza-se como uma nova forma de analisar e ver a realidade. Antes esta era analisada e entendida, apenas do ponto de vista mítico, agora é proposto o uso da razão, o que não significa dizer que a filosofia vem para romper radicalmente com o mito, mas sim para suscitar o uso da razão no esclarecimento, sobretudo da origem do mundo.
Os antigos relatos míticos da origem, inicialmente transmitidos oralmente e depois transformados em poemas por Homero e Hesíodo, são questionados pelos pré-socráticos, cujo objetivo principal é explicar a origem do mundo a partir do "arché" ou seja, o elemento originário e constitutivo de todas as coisas.
Nessa busca de desvendar racionalmente a origem, cada um surge com uma explicação diferente, como por exemplo:
- Tales: a origem é a água;
- Anaxímenes: a origem é o ar;
- Anaximandro: a origem está no movimento eterno que resulta na separação dos contrários (quente e frio, seco e úmido, etc.)
- Heráclito: tudo muda, tudo flui. A origem reside num constante ‘devir".
- Parmênides: A origem está na essência: o que é, é e não pode ser ao mesmo tempo.
Outra diferença que podemos notar entre a filosofia nascente e as concepções míticas é que esta era estática, ou seja, não admitia reflexões ou discordância. A filosofia nascente por sua vez, deixa o espaço livre para reflexão, daí cada filósofo surgir com uma explicação diferente para o "arché", ou seja, a origem.
Apesar dessas diferenças, vale ressaltar que não há uma ruptura radical com o pensamento mítico, permanecendo este, presente em algumas explicações desses filósofos frente às divindades, uma vez que este não aceita a interferência dessas nas explicações. Assim, a "phisys" (natureza)é dessacralizada e todas as afirmações passam a exigir fatos que justifiquem as idéias expostas.
Toda essa mudança de pensamento é de fundamental importância para o enriquecimento das reflexões pedagógicas em busca de uma educação ideal que faça do homem grego senhor de si mesmo, combatendo assim, as velhas idéias de submissão às explicações puramente mitológicas.


O PENSAMENTO DE PLATÃO
Se Sócrates foi o primeiro grande educador da história, Platão foi o fundador da teoria da educação, da pedagogia, e seu pensamento foi baseado na reflexão pedagógica, associada à política.
Platão nasceu em Atenas (428 -347 a.C.) de família nobre. Foi discípulo de Sócrates, que induziu ao estudo da filosofia. O vigor de seu pensamento nos faz questionar sempre o que de fato é socrático e que já é sua criação original.
Para que possamos compreender a proposta de Platão, não podemos dissociá-la do projeto inicial que é, antes de tudo, político: vejamos algumas características do pensamento filosófico de Platão.
Platão se preocupou a vida inteira com os problemas políticos. A situação de seu país, saído de uma tirania, o impede de participar ativamente da vida política, em compensação, de dica a esta, grande parte de seus escritos entre eles as obras mestras, A República e as leis.
No livro VII de A República, Platão relata o mito da caverna. A análise deste mito pode ser feita pelo menos sob dois pontos de vista:
1. Epistemológico (relativo ao conhecimento): compara o acorrentado ao homem comum que permanece dominado pelos sentidos e só atinge um conhecimento imperfeito da realidade.
2. Político: quando o homemse liberta dos grilhões é o filósofo, ultrapassa o mundo sensível e atinge o mudo das idéias, passando da opinião à essência, deve se dirigir aos homens para orientá-los. Cabe ao sábio dirigir, sendo-lhe reservada a elevada função da ação política.


A UTOPIA PLATÔNICA
Platão propõe uma utopia, onde são eliminadas a propriedade e a família, e todas as crianças são criadas pelo estado, pois para Platão, as pessoas não são iguais, e por isso devem ocupar posições diferentes e serem educadas de acordo com essas diferenças.
Até os 20 anos, todos merecem a mesma educação. Ocorre o primeiro corte e definem-se quem tem "alma de bronze", são os grosseiros, devem se dedicar a agricultura, comércio e ao artesanato.
Mais dez anos de estudo, se dá o segundo corte. Aqueles que tem "alma de prata". É a virtude da coragem. Serão guerreiros que cuidarão da defesa da cidade, e a guarda do rei.
Os que sobrarem desses cortes por terem "alma de ouro" serão instruídos na arte de dialogar e preparados para governar.
Quando analisamos o postulado platônico voltado para sua época, é visível uma dicotomia na relação corpo e espírito.
Na Grécia Antiga, o cuidado com o aspecto físico do corpo merecia uma atenção muito especial. No entanto, Platão apesar de reconhecer a importância atribuída aos exercícios físicos, acreditava que uma outra educação merecia relevante atenção ao ponto de ser superior às questões corporais. Trata-se da educação espiritual. No desenvolvimento de seus argumentos, ao tratar da superioridade da alma sobre o corpo, Platão explicita que a alma ao ter que possuir um corpo, torna-se degradante. Para Platão o corpo possui uma alma de natureza inferior que dividida em duas partes: uma que age irrefletidamente, de maneira impulsiva e outra voltada para os desejos e bens materiais. Argumenta ainda que todo problema humano está centrado na tentativa de superar a alma inferior através da alma superior. Se esta não controlar a alma inferior, o homem será incapaz de possuir um comportamento moral.
Nesta concatenação está explícito o ideal pedagógico na concepção platônica. O conhecimento para ele é resultado do lembrar do que a alma contemplou no mundo das idéias. Nesse sentido a educação consiste no despertar no indivíduo do que ele já sabe e não no apropriar de um conhecimento que está fora. Ele enfatiza ainda a necessidade da educação física no sentido de que esta proporcione ao corpo uma saúde perfeita, evitando que a fraqueza torne-se um impecílio à vida superior do espírito.
Outro aspecto na pedagogia platônica é a crítica que se faz aos poetas. Na época, a educação das crianças eram baseadas em poemas heróicos da época, contudo, ele diz que a poesia deveria ser restrito ao gozo artístico e não ser usada na educação. Argumenta que ao ser trabalhado uma imitação, como as dos textos das epopéias, o conhecimento verdadeiro torna-se cada vez mais distante: "o poeta cria um mundo de mera aparência".
Em Aristóteles (384-332 a.C.)podemos perceber um outro aspecto da pedagogia grega. Apesar deste ser discípulo de Platão, conseguiu ao longo do tempo, através de influências, inclusive a do seu pai, superar o que herdou de seu mestre. Aristóteles desenvolveu, ao contrário de Platão, uma teoria voltada para o real, onde procurava explicar o movimento das coisas e a imutabilidade dos conceitos. Trabalho totalmente divergente à superioridade do mundo das Idéias desenvolvida por Platão.
Em seu raciocínio, ao explicar a imutabilidade dos conceitos, Aristóteles afirmava que todo ser possui um "suporte aos atributos variáveis", ou melhor, esse ser ou substância possui variáveis e que essas variáveis são, em síntese, características que geralmente damos a ele e ressalta que algumas dessas características assumem valores essenciais no sentido de que se estas faltarem o ser não será o que é. Por outro lado, existem outros que são acidentais, uma vez que sua variação necessariamente não irá alterar a essência do ser. Ex.: velho, novo.
Outros conceitos também são usados por Aristóteles para a explicação do ser. Conceitos intimamente ligados como forma e matéria são em seu postulado ricos e, tal explicação, uma vez que ele considera a forma como princípio inteligível. Uma essência que determina a todos que são o que são. "Numa estátua por exemplo, a matéria é o mármore; a forma é a idéia que o escultor realiza".
assim como os pré-socráticos Heráclito e Parmênides, Aristóteles, também se preocupou com o devir, com o movimento e consequentemente às suas causas. Ainda se utilizando dos conceitos de forma e matéria, ele argumenta que tudo tende a atingir a sua forma perfeita, assim uma semente de uma árvore, tende a se desenvolver e se transformar em uma árvore novamente. Dessa maneira tudo para Aristóteles tem um devir, um movimento, uma passagem do que ele chama de potência para o ato.
Aristóteles ao fazer tal abordagem, comenta ainda que o movimento assume algumas características: movimento qualitativo onde uma dada qualidade é alternada; movimento quantitativo em que se percebe a variação da matéria e por fim o movimento substancial onde o que se tem um existência ou inexistência, o que nasce ou que se destroi.


BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 1a. Edição. São Paulo, Moderna. 1989. p. 43-46
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2a. Ed. São Paulo. Moderna, 1995, p. 68-69.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 3a. Edição, Editora Ática. 1995.
LUZURIAGA, Lorenzo. História da Educação e da Pedagogia. Introdução e Notas de Luiz Damasceno Plena e J.B Damasco Pena. 16 ed. São Paulo. Editora Nacional, 1985 (Atualidades Pedagógicas; vol. 59)




Retirado do site PEDAGOGIA
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Pedagogia.:.Educação e Ética

Educação e Ética
Professor Marcus Garcia de Almeida

Durante o curso universitário, estudantes e professores procuram desmistificar o fato de que o cidadão é tão e somente retrato daquilo que ele desenvolveu e construiu em termos de saber. Não se trata aqui do saber sistematizado das salas de aula, mas daquele saber ser humano.

Ética é assunto filosófico que merece mais do que nunca uma avaliação mais cuidadosa por parte dos que se encontram em condições de freqüentar os cursos universitários.

A cada dia que passa, aqueles que tiram a carapuça do pseudo saber se livrando de sua posição social e do seu douto, e analisaram friamente aquilo que fez para levar a ética do ensino para seus alunos, verá que pouco ou quase nada ele fez. Conclusão amarga!

Ainda mais ele, o professor, que está "revestido" do saber sistematizado recebido nas muitas escolas, cursos e aulas que freqüentou durante 18, 20, 25 anos ou mais de sua vida e onde muito se falou e discutiu sobre o assunto, mas ele não conseguiu trabalhar com os valores mais básicos a respeito do saber que desenvolveu e do conhecimento que apregoou em sua longa jornada de estudos.

"Pobre" destes alunos, que se não viram como a ética se mostra para nós enquanto seres sociais, estarão fadados a cometerem erros infantis sobre o exercício de sua futura profissão.

Não sejamos hipócritas em falar de um assunto por falar, de discutir somente para polemizar e gerar auto-promoção, sejamos sim verdadeiros educadores, que comprometidos de fato com a causa do ensino em nosso país e no resto do mundo, possamos tirar esta máscara de pseudo ética que reveste nossa profissão e passemos a fazer a revolução silenciosa do ensino, onde o futuro que nós teremos e deixaremos de legado para nossos descendentes, seja formado de cidadãos cientes de suas obrigações, comprometidos com o próximo e construtor da paz e da vida em paz.

O que termina por nos perturbar a mente é o falar por falar, o que nos turva o pensamento é o lixo cultural que invade nossos lares sem pedir licença, é o bombardeio da mídia sobre nosso comportamento e sobre nosso modo de vida em família e em sociedade. Você já pensou quem educa o nosso jovem de hoje? É a televisão.

Acredite caro professor, que se esta consciência estivesse sendo ensinada há 30 anos, hoje o panorama cultural de nossa Nação seria diferente.

Tudo o que se disseminou dos anos 60 para cá foi uma cultura consumista onde ao povo que trabalha, resta o gueto como diversão, a novela das oito como consolo.

Este país lindo e pacífico chamado Brasil possui um povo com a capacidade de sonhar com um amanhã melhor, mas infelizmente ele espera que isto ocorra por milagre. Creiam, este milagre pode ser operado sim, mas nós devemos fazer a nossa parte, trabalhando a cultura de nossos jovens para que os preceitos éticos sejam despojados de falso moralismo, de correlação de poder e de indústria da miséria, mas que sobretudo, possa fazer com nossos jovens uma transformação.

Todos os meios que estiverem ao nossa alcance para dar início a esta revolução cultural devem ser postos em prática.

Devemos nos unir, devemos pensar que uma Nação sóbria não se constrói apenas de mártires e muito menos de grandiosidade ideológica apenas, constrói-se sim de homens e mulheres ricos em saber, em conhecimento, em moral, em ética, em respeito ao próximo, em bondade e solidariedade e que sobretudo repudiem toda e qualquer forma de violência.

Não queiramos contudo buscar ideais que já foram falados, escritos e estudados e que até hoje influenciam a vida do estudante. Não queiramos também esquecer das experiências amargas já vividas pelos grandes pensadores para que comprovassem suas descobertas. Devemos encontrar o nosso equilíbrio com autenticidade, nossa verdadeira realidade em relação a este mundo globalizado que a cada dia nos empurra mais e mais para uma conseqüência nefasta e desconhecida.

Não podemos deixar que o nosso labor do ensino, da formação escolar e do conhecimento da sociedade, sejam jogados na lata de lixo. Nós brasileiros, somos um povo ímpar, pacífico e bom por natureza. Apenas estamos nos deixando influenciar por uma cultura que não é a nossa e não reflete nossa realidade.

Um país onde 95% da riqueza está concentrado nas mãos de 5% não pode ser considerado um país equilibrado. Culpa de quem? Não importa descobrir ou falar de quem é a culpa, importa sim mudar este cenário, e isto só é possível pela educação e pela cultura daqueles que governarão o país daqui a 100 anos. Nós vivemos na idade da pedra social e estamos pagando o preço disto.

Nenhuma ação agora poderá transformar do dia para a noite o que foi sedimentado ao longo de centenas de anos de cultura importada.

Não trata-se aqui de bairrismo não; nossa cultura étnica é rica justamente pela grande quantidade de imigrantes estrangeiros que aqui se erradicaram e ajudaram a construir este país maravilhoso; trata-se aqui de começar agora a adotar o Brasil como um país que é nosso e que terá o seu futuro definido por nós.

Através do ensino e da ética formaremos o jovem que ajudará a formar daqui a 10 anos ou menos novos jovens dentro de uma nova égide de ensino e de moral.

Ignorante? Também, com toda a certeza, pois sabido é que a sabedoria do homem é muito bem delimitada e conhecida mas sua ignorância é infinita.

Nós somos a elite do saber. Nós temos em nossas mãos o futuro, porém só falar, falar, falar e falar não construirá o país que todos desejamos. Falar sim, mas falar certo, pensar sim, mas pensar certo. Erramos no passado, erramos no presente e continuaremos errando no futuro. Para mudar é preciso discutir, propor idéias, promover ações e levá-las a efeito. Aqui está tudo por se fazer.

Àqueles que reclamam que seus salários são baixos, só tenho a dizer que este fato é uma conseqüência do que se ensinou de valores (todos eles) aos governantes que hoje legislam seu provento.

Àqueles que reclamam da falta de condições de trabalho, só tenho a dizer que é uma conseqüência do que se ensinou de valores àqueles que administram os poucos recursos que são designados à sua escola.

Àqueles que reclamam da escola depredada e destruída, só tenho a dizer que é conseqüência dos valores que foram ensinados aos alunos que lá estudam no que diz respeito a preservação daquilo que é de todos.

Àqueles que reclamam da situação, só tenho a dizer que ela é conseqüência de sua própria falta de empenho em promover uma mudança em sua própria estrutura, pois se você sabe que furar o dedo dói, então porque continua furando?

Não há mais reserva técnica, devemos entender que todo conhecimento que precisamos para transformar esta Nação está à nossa disposição. Como educadores nós sabemos quais são as fontes a serem pesquisadas, sabemos sistematizar este conhecimento para que ele seja aplicado à realidade que vivemos. Falta apenas a coragem para iniciar o processo, colocando literalmente a cara para bater, se expondo, pois só desta maneira poderemos ser contestados e poderemos contestar.

Precisamos tentar, descobrir e redescobrir. O convívio feliz em sociedade que tanto almejamos onde possamos gozar plenamente de nossa cidadania está ao nosso alcance, e ninguém fará isto por nós, somos nós que temos de fazer isto pelo nosso próprio empenho e precisamos acreditar nisto e em nós mesmos.

Àqueles que dizem que já tentaram, tentaram e já desistiram, só tenho a dizer que se você tivesse desistido de tentar, você não teria chegado a ser professor, pois não teria tentado aprender; não teria errado e aprendido com seus erros; não teria caído e aprendido a não cair de novo; não teria falado errado e aprendido a falar certo. Desistir de uma objetivo é não ter firme este objetivo, ou pior, é não acreditar nele, é não acreditar em você. É disto que falo.

Falar disto me dói pois me serve, ler isto depois que escrevi também me dói, pois sei que pouquíssimas pessoas chegarão a ler estas palavras até aqui, e daquelas que aqui chegarem, pouquíssimas irão dar a elas o devido valor e significado, seja para contestar ou para complementar ou para citar. Mas acredito que se apenas uma pessoa, você, acreditar que seu trabalho é importante para o futuro desta Nação, independente das dificuldades que você venha a viver, terei atingido o meu objetivo.

Acreditar que o ensino transforma não é mais uma questão filosófica, isto já é ponto pacífico. É pelo ensino que o mundo se tornou o que é hoje, e é pelo ensino (certo ou errado) que o mundo caminha para o futuro. Discernidores que devemos ser do certo e do errado, do bem e do mal, devemos e temos a obrigação de nos entregarmos a esta missão.

Nossa missão é mais que trabalho, é mais que gostar de ensinar, é formar o futuro do mundo. Mais difícil do que qualquer outra, a vocação ao ensino exige comprometimento ético para com a sociedade, para com o aluno, para com o método, para com as instituições democráticas, para com aquilo que acreditamos ser o futuro da humanidade como a conhecemos hoje.

É uma grande responsabilidade.

Vamos quebrar com as regras erradas de pensamento errado, vamos nos unir em torno do ideal do ensino, da causa perdida do analfabeto que pode ser reconquistada, vamos cumprir o nosso papel de transformadores e formadores dos homens e mulheres que irão reger o mundo amanhã.

Sejamos professores de fato. Sejamos Educadores. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Pedagogia.:.PEDAGOGIA LIBERTÁRIA

PEDAGOGIA LIBERTÁRIA



Nas ditaduras, o poder é tomado pelas armas, pela fome e pela morte. O capitalismo se utiliza da democracia para chegar ao poder pela compra dos votos e pela corrupção da Justiça. De qualquer modo, sempre autoritarismo e violência na gênese do poder.

Mas a manutenção do poder de Estado nas ditaduras ou nas democracias capitalistas é garantida não mais diretamente pelas armas e pelo dinheiro. Vem sendo garantida pela família e pela escola, por meio da pedagogia autoritária, apoiada e estimulada pelo Estado autoritário.

Wilhelm Reich dizia que "a família burguesa capitalista espelha e reproduz o Estado". O mesmo se pode dizer das escolas onde também se pratica a pedagogia autoritária. Educadas dessa maneira, as crianças e os jovens tornam-se obedientes e submissos aos pais, aos professores e ao Estado.

Em verdade, tanto a pedagogia doméstica quanto a escolar, quando autoritárias, visam reprimir nas crianças e nos jovens o sentimento e a necessidade da liberdade como condição fundamental da existência. Sem esse sentimento e sem essa necessidade, desaparecem nas pessoas o espírito crítico e o desejo de participação ativa na sociedade. São os dependentes. Desgraçadamente, a maioria.

Na vida familiar, três são as armas principais da pedagogia autoritária: primeiro, o pátrio poder (os filhos devem obedecer aos pais, por lei, até a maioridade), o que é um abuso e uma violência tornados legais; segundo, o amor, sentimento natural de beleza e gratidão que os pais transformam em instrumento de dominação e de posse sobre os filhos, fazendo com que se submetam as suas vontades chantagísticas, usadas para não sentirem a dor do remorso e do abandono; terceiro, pela dependência dos filhos ao dinheiro dos pais e pela ameaça, também chantagística, de afastá-los de casa sem nenhum recurso financeiro.
Crianças que foram educadas sob uma destas três formas (ou sob todas) de autoritarismo entram na escola já deformadas e facilmente projetam nos professores o poder dos pais sobre si. Não conseguem criticá-los e, se o fazem, não transformam a crítica em ação, a não ser contra si mesmos, tornando-se indiferentes ao conhecimento e apresentando baixo rendimento escolar.

Homens e mulheres criados no ambiente familiar e escolar autoritários são os que garantem a manutenção das ditaduras e do capitalismo, bem como as falsas democracias. Eles "espelham e reproduzem o Estado", são pessoas neuróticas, fracas, despreparadas, incompetentes e impotentes para a vida pessoal plena e social satisfatória. Servem apenas para se submeter, obedecer, entrar em linha de montagem na produção, ser massificadas pela mídia e votar a favor dos poderosos, mostrando-se indiferentes, se conseguem um trabalho que os sustente, à miséria da maioria. Como conseguiu estudar ou trabalhar no sistema, pode suportar, indiferente, a convivência com os setenta milhões de conterrâneos que vivem na mais completa miséria.

Diante de um quadro desses, torna-se necessário, absolutamente indispensável, refletir sobre a possibilidade de interferência no sistema político burguês capitalista, especialmente sobre a sua pedagogia autoritária. É urgente descobrir alguma forma de atuação libertária em todos os níveis, desde as creches, passando pelas escolas primárias e secundárias, chegando, por fim, à universidade.

A luta contra a pedagogia autoritária praticada pela família burguesa capitalista é algo que estamos praticando há trinta anos, por meio da Soma, uma prática pedagógico-terapêutica corporal e em grupo, inspirada na obra de Wilhelm Reich e visando tanto a prevenção quanto a recuperação de pessoas submetidas à repressão autoritária. Ela funciona através da dinâmica de grupo autogestiva, utilizando a Capoeira Angola, técnicas bioenergéticas e gestálticas, em exercícios lúdicos e de conscientização política que proporcionam a oposição de uma ideologia do prazer (saúde) à ideologia do sacrifício (neurose). Meus livros Soma I, Soma II e Soma III (com João da Mata) documentam a teoria, a prática e a síntese desse trabalho. Hoje temos uma equipe de somaterapeutas trabalhando em sete Estados do Brasil, combatendo a pedagogia autoritária das famílias e das escolas brasileiras.

Há cinco anos iniciamos na Casa da Soma, em São Paulo, o Curso de Pedagogia Libertária. A ele comparecem as pessoas ligadas à Soma de oito Estados. O curso tem a duração de um fim de semana, e trabalham-se de oito a dez horas por dia, com a prática diária da Capoeira Angola.

As frases abaixo foram utilizadas como ponto de partida do primeiro encontro do Curso de Pedagogia Libertária. Foi a partir delas que começamos a construir um espaço de debates, apresentações e palestras onde podemos exercitar uma aprendizagem que combata o autoritarismo.

SE NÃO FOR LIBERTÁRIA, TODA A PEDAGOGIA É AUTORITÁRIA

NÃO HÁ EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA QUE NÃO SEJA AUTO-EDUCAÇÃO

PRECISAMOS APRENDER COM OS OUTROS APENAS O QUE NÃO NOS FOI POSSÍVEL APRENDER SOZINHOS

A NECESSIDADE DE APRENDER É BIOLÓGICA, ELA SE FAZ SEMPRE DE DENTRO PARA FORA

O IMPULSO PELA BUSCA DO CONHECIMENTO É MAIS IMPORTANTE DO QUE A COISA CONHECIDA

ENSINAR O QUE NÃO FOI PERGUNTADO, ALÉM DE INÚTIL, É UMA ESPÉCIE DE ESTUPRO CULTURAL

A NECESSIDADE DE CONHECIMENTO É COMPULSIVA, COMO A DE LIBERDADE E A DE OXIGÊNIO

SOMOS TODOS DIFERENTES UNS DOS OUTROS, INCLUSIVE PELO INTERESSE EM CONHECER

AS TEORIAS EDUCATIVAS CONSISTEM EM TIRAR ALGUMA COISA ANTES DE DAR, CENSURAR ANTES DE OFERECER MODELOS VÁLIDOS, PROIBIR E IMPOR NORMAS ANTES DE SOCIALIZAR A EXPERIÊNCIA

A CRIANÇA APRENDE TUDO SOZINHA. BASTA NÃO IMPEDÍ-LA. SÓ PRECISAMOS ENSINAR-LHE DETALHES TECNOLÓGICOS

AS UNIVERSIDADES NORTE-AMERICANAS JÁ PROVARAM: OS UNIVERSITÁRIOS SAEM COM MENOR QI DO QUE QUANDO ENTRARAM NELAS

A PEDAGOGIA LIBERTÁRIA SE BASEIA NO GOSTO ESPONTÂNEO DAS CRIANÇAS PELO CONHECIMENTO E EM SUA CAPACIDADE NATURAL DE CRITICAR O QUE LHES ENSINAM. A PEDAGOGIA AUTORITÁRIA VISA FUNDAMENTALMENTE DESTRUIR ESSE POTENCIAL CRÍTICO

PERGUNTAR É O ATO MAIS ESPONTÂNEO E O ÚNICO REALMENTE INDISPENSÁVEL NA FORMAÇÃO CULTURAL. NÃO SE É LIVRE PARA PERGUNTAR EM AMBIENTE AUTORITÁRIO Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Pedagogia.:.Quem Não Ler Não Escreve

Quem não lê não escreve

Bill Gates afirmou: "Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros"

É alarmante o fato de que apenas 1% dos alunos brasileiros da 3ª série do 2º grau (ou seja, os que se preparam para ingressar na universidade) tenha domínio adequado do idioma português.

O resultado, expresso em pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), deve servir de alerta para os responsáveis pela gestão do ensino, os professores e os pais de alunos. Não é sem razão que os estudantes brasileiros reagiram de forma tão contundente ao "provão" instituído pelo Ministério da Educação, que expõe o despreparo com que nossos alunos saem das universidades. O problema apontado pela pesquisa, que inclui outras áreas do conhecimento, como a matemática, poderia ser simplesmente atribuído, numa análise mais simplista e superficial, à má qualidade do ensino público. O estudo, entretanto, também abrange os alunos das escolas particulares, nas quais, em tese, se pratica ensino de melhor nível. Fica claro que a questão é mais abrangente e grave, merecendo a atenção de toda a sociedade e das autoridades neste final de século. Seria ingenuidade, para não falar em omissão histórica, imaginar que possamos conquistar o desenvolvimento sem preparar adequadamente nossos jovens para um mundo em que a informação, em todas as áreas do conhecimento humano, será um diferencial decisivo para delimitar o grau de independência e competitividade de países, empresas, instituições e, sobretudo, indivíduos. Não bastam tecnologia de ponta, redução de custos, programas de qualidade e produtividade. Para participar da globalização com vantagens competitivas, o Brasil precisa de valores humanos, cujos talento, cultura, criatividade e preparo são requisitos fundamentais ao desenvolvimento. Observa-se no país, contudo, uma perigosa desvalorização da cultura básica, da erudição e do conhecimento. A informação científica e humanística é "pelletizada" em apostilas, na "indústria" do vestibular ou na realidade virtual da multimídia eletrônica. A grande maioria dos cursos de 2º grau e "cursinhos" prepara o aluno apenas para realizar a prova, mas não desenvolve nele o raciocínio, o senso crítico e o conhecimento de base. Obras literárias importantes são resumidas, de forma pobre e descaracterizada, em poucos parágrafos. As apostilas são confeccionadas sem estudos prévios, ao contrário do que ocorre com os livros, que demandam anos de pesquisa por profissionais, especialistas, intelectuais, escritores e cientistas, contendo ilustrações detalhadas e informações completas. Já sem cultura básica, nossos jovens também não são estimulados à leitura de jornais e revistas, que também se constituem em fonte imprescindível de informação e formação. Os estudantes sabem manipular com habilidade os microcomputadores, em casa e, de forma crescente, também nas escolas, públicas e privadas. "Navegam" com fluidez na Internet, mas não são capazes de interpretar um texto de Machado de Assis; são verdadeiros ases das artes marciais dos jogos eletrônicos virtuais, mas não conseguem redigir um texto com princípio, meio e fim, estilo, forma e linguagem; ``conversam'' com colegas de outros continentes, via modem, mas atentam contra o idioma com seu pobre vocabulário. Nossos jovens têm acesso a todos os canais da era da informação, mas não têm informação. Por isso, no ano decisivo de disputa de uma vaga na universidade, recorrem a cursos especializados em vestibulares, que treinam, mas não ensinam. As escolas brasileiras não possuem bibliotecas. As raras existentes são incompletas e, o que é pior, pouco frequentadas. Em casa, a leitura de livros, igualmente, não é estimulada. Nada contra a informática, a multimídia e a realidade virtual. É inadmissível, porém, a ausência de formação intelectual e a alienação diante da realidade tangível. Para reverter esse quadro -uma responsabilidade de autoridades, educadores, professores e pais-, não basta oferecer aos alunos os imprescindíveis livros didáticos. É preciso oferecer-lhes incentivo e meios de lerem os principais autores nacionais e estrangeiros, da literatura de ficção e não-ficção, jornais, revistas e obras científicas e humanísticas. Essa é a forma de construirmos uma sociedade inteligente, culta e capaz de conduzir o Brasil a um destino melhor. Como reflexão, fica o alerta de Bill Gates, o multimilionário gênio da informática, que, sem qualquer constrangimento, afirmou: "Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros". Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever -inclusive a sua própria história.


WANDER SOARES



Wander Soares, 51, é vice-presidente da Abrelivros (Associação Brasileira dos Editores de Livros), diretor-adjunto da CBL (Câmara Brasileira do Livro) e diretor de marketing da editora Saraiva. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Educaçao Fisica.:.Sistema Cardiovascular em Repouso

SISTEMA CARDIOVASCULAR EM REPOUSO


Sabemos que o débito cardíaco em repouso, varia entre 5 a
8,0 litros/minuto em indivíduos destreinados e nos fisicamente aptos. O
débito cardíaco (Volume de sangue ejetado na aorta em um minuto) é
medido pelo produto do Volume Sistólico (VS) vezes a freqüência
cardíaca (FC), ou seja: DC = VS x FC.

O volume sistólico, em repouso, em indivíduo do sexo
masculino destreinado é, em média, 70 a 90ml por sístole e 100 a 120ml
no indivíduo treinado. Em mulheres destreinadas entre 50 a 70ml e de 70
a 90ml por sístole nas treinadas. Durante a diástole, o enchimento dos
ventrículos, normalmente, aumenta o volume de cada Ventrículo para
cerca de 120 a 130ml que se denomina VOLUME DIASTÓLICO FINAL
(VDF). Durante a sístole, o ventrículo esvazia-se de 70 a 90ml (VOLUME
SISTÓLICO). O volume que permanece, cerca de 50m a 60ml, é
denominado VOLUME SISTÓLICO FINAL (VSF).

A freqüência cardíaca em repouso varia, em indivíduos
normais, em 40bpm (atletas de resistência, maratonista por exemplo) a
valores próximos a 100bpm. Em média, em indivíduos sedentários, a
freqüência cardíaca em repouso está entre 70 a 90bpm. Pode-se observar
que a freqüência cardíaca de repouso é mais baixa nos indivíduos atletas,
pois esta diminuição é uma conseqüência dos programas de treinamento
físico. A freqüência cardíaca em repouso é alterada enormente com o uso
de medicamentos (betabloqueadores, efedrina, etc.), estado emocional,
fatores ambientais (calor, frio), tabagismo e outros fatores.

Do ponto de vista de PRESSÃO SANGÜÍNEA (força que
impulsiona o sangue através do sistema circulatório) temos que
considerar o conceito básico de que o sangue flui de uma área de alta
pressão para outra de menor pressão. A pressão mais alta obtida no
sistema arterial é denominada PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA (PAS) e a
mais baixa PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA (PAD). A média das
pressões sistêmicas sistólicas e diastólicas, durante o ciclo cardíaco
completo, é denominada PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM). Ela
representa a somatória de todas as pressões que existem no leitor vascular
do organismo e está relacionada ao débito cardíaco e à resistência
periférica pela equação DC = PAM/R, onde R representa a resistência
periférica total (calibre dos vasos), ou seja, a resistência ao fluxo
sangüíneo causada pela fricção entre o sangue e as paredes dos vasos. Os
vasos sangüíneos são elásticos, de modo que a vasocontricção e a
vasodilatação, que ocorrem primariamente nas arteríolas, controlam
grande quantidade de fluxo sangüíneo através do sistema circulatório.

O coração deve ejetar sangue na aorta, de modo a manter um
satisfatório gradiente de pressão sangüíneo (adequado). O fluxo
sangüíneo direciona-se aos capilares (local das trocas gasosas e
nutrientes), dependendo da pressão arterial média e da resistência a este
fluxo. A resistência ao fluxo está relacionada aos diâmetros internos das
arteríolas e dos esfíncteres pré-capilares.

Por último faremos algumas considerações sobre RETORNO
VENOSO e DIFERENÇA ARTERIOVENOSA (A - VO2 DIF.). O sangue que
volta ao coração é chamado de retorno venoso e este parâmetro guarda
íntima relação com o enchimento ventricular (VDF) e o débito cardíaco.
Fatores como hiperventilação (ação diafragmática), bombeamento dos
músculos dos músculos em atividade nos membros inferiores, efeito
(manobra) de Valsalva (aumento da pressão intratorácica) e
vasoconstricção alteram o retorno venoso e, portanto, modificam o débito
cardíaco.

Dentro os valores normais de pH, PO2 e PCO2 o sangue
arterial transporta 200ml de oxigênio (20% do volume) para cada litro de
sangue, entretanto o sangue venoso transporta somente cerca de 150ml de
oxigênio, portanto, uma Diferença Arteriovenosa (A - VO2 dif.) de 50ml
de oxigênio para cada 1000ml de sangue. Logo, em repouso, o consumo
de oxigênio (VO2) pelos tecidos está em torno de 250ml O2/min, se
considerarmos um débito cardíaco de 5 litros/minutos. O débito cardíaco
relaciona-se à Diferença Arteriovenosa pela equação:

DC = VO2/A - VO2 dif


COMPORTAMENTO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA
DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO


A freqüência cardíaca (FC) aumenta linearmente com a
intensidade do esforço físico (ver tabela 1.4) e com o aumento do
consumo de oxigênio (VO2). A intensidade do exercício físico é o
principal determinante do aumento da freqüência cardíaca durante
exercício. A importância da freqüência cardíaca em Fisiologia do Esforço
e Ergometria é enorme e podem-se resumir nos seguintes fatos:


1- É um parâmetro de fácil medida. Pode ser medida antes, durante
e após os esforços físicos.
2- Nos testes ergométricos submáximos, ainda é o parâmetro
fisiológico mais usado para medir o consumo máximo de oxigênio.
(Nomograma de Astrand - método ainda muito usado, ver tabela 1.3).
3- É um parâmetro utilizado para classificar a intensidade dos
esforços físicos (ver tabela 1.4).
4- É, ainda, o principal parâmetro utilizado para prescrever
atividades físicas dentro de intensidades recomendadas pelo Colégio
Norte-Americano de Ciência do Esporte, que aconselha intensidades de
60 a 85% da FCM (freqüência cardíaca máxima - ver tabelas 1.5 e 1.6).


Segundo o Colégio Norte-Americano de Ciência do Esporte
devem-se prescrever intensidades de exercícios físicos entre 60-85% da
FCM. Assim, por exemplo, se um gripo de indivíduos entre 30 a 40 anos
necessita iniciar um programa de condicionamento físico, como se deve
prescrever a intensidade de esforços físicos para este grupo?



Tabela 1.4
Classificação da Intensidade dos Esforços Físicos de acordo com a
Freqüência Cardíaca

Intensidade
FC


Muito Leve
75-100
Leve
101-120
Moderada
121-140
Intensa
141-160
Pesada
161-175
Exaustiva
> 175
Para indivíduos de 20 a 55 anos


Tabela 1.5
Freqüências Cardíacas Submáximas Recomendadas para
Condicionamento Físico para Indivíduos com Sistema
Cardiopulmonar Normal. Uso da Fórmula de Karvonen



Observa-se pelas tabelas 1.5 e 1.6 que a intensidade dos
esforços está entre 60-85% da FCM, ou seja, entre 117-162bpm (tabela
1.6) ou entre 132-155bpm (tabela 1.5). No início de programas de
atividade física devem-se sempre prescrever intensidades de 60-70% da
FCM, principalmente para indivíduos sedentários e idosos.

Se a freqüência cardíaca não aumenta, quando a intensidade
do exercício físico cresce, a resposta é anormal e a atividade física deverá
ser interrompida. Este fenômeno denomina-se incompetência
cronotrópica de esforço. Deve-se lembrar que: 1- as mesmas influências
neurais e humorais que aumentam o volume sistólico, durante o exercício
físico, também aumentam a freqüência cardíaca; 2- o volume sistólico
torna-se máximo, em intensidades submáximas de esforços físicos e
maiores aumentos do débito cardíaco são possíveis somente através do
aumento da freqüência cardíaca e 3- a freqüência cardíaca, como resposta
ao exercício, pode variar consideravelmente de pessoa para pessoa.


SISTEMA DE ABSORÇÃO - TRANSPORTE E
UTILIZAÇÃO DO OXIGÊNIO DURANTE O
EXERCÍCIO FÍSICO


O consumo de oxigênio depende das capacidades individuais
de absorver oxigênio; transportar oxigênio; entregar oxigênio e utilizar
oxigênio.

Devemos considerar que, em altitudes menores de 100m,
existe uma concentração adequada de oxigênio no ar ambiente para levá-
lo aos alvéolos pulmonares (há mais que suficiente área alvéolo-capilar
para absorver oxigênio) e manter a PO2 arterial em saturações acima de
95%, mesmo durante exercícios físicos intensos. O transporte de oxigênio
para a periferia depende da quantidade de sangue circulante e da
capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue (hemácia -
hemoglobina - hematócrito). O débito cardíaco tem sido considerado o
principal fator limitante no transporte de oxigênio durante o exercício.
Por sua vez, o débito cardíaco depende do volume sangüíneo, do volume
sistólico e freqüência cardíaca (todos inter-relacionados). A diferença na
saturação arteriovenosa nos pulmões é outro fator que realmente
determina a quantidade de oxigênio a ser transportado. Felizmente, a
gradiente de oxigênio alvéolo-capilar é suficiente para sobrecarregar a
hemoglobina em 98% saturada, mesmo com reduzida afinidade
hemoglobina-oxigênio, como em casos de acidez e hemácias com elevada
concentração de 2,3 difosfoglicerato. A entrega do oxigênio aos tecidos é
dependente do gradiente de pressão de oxigênio aos tecidos é dependente
do gradiente de pressão de oxigênio entre os capilares e células e da
distância de difusão dos tecidos. Os tecidos com maior vascularidade
(maior número de capilares por área) receberão maior quantidade de
oxigênio. A utilização de oxigênio pela célula dependente, no caso dos
músculos esqueléticos, de sua concentração de mioglobina, número de
mitocôndrias e enzimas. O aumento de VO2 max, após programas de
condicionamento físico, deve-se à melhora e aumento das capacidades
individuais de absorver, transportar, entregar e utilizar oxigênio e não
somente ,melhor capacidade funcional do sistema de transporte de
oxigênio. Há inclusive situações em que o indivíduo não melhora seu
sistema de transporta de oxigênio (significativamente) após
condicionamento físico, apesar de aumento significativo de VO2 max.
Acredita-se neste caso que a melhora (efeito de treinamento) ocorreu com
a melhora da utilização do oxigênio pelas fibras musculares. As
concentrações de mioglobina, número e tamanho das mitocôndrias,
atividade enzimática e oxidação de gorduras são alteração bioquímicas e
metabólicas que aumentam após o condicionamento físico aeróbico e que
melhoram principalmente a capacidade de extração e utilização de
oxigênio pelas fibras musculares. Portanto, pode-se afirmar que o VO2
max como sendo a quantidade de oxigênio que o indivíduo consegue
captar do ar alveolar, transportar aos tecidos pelo sistema cardiovascular e
utilizar à nível celular na unidade de tempo.

O fornecimento de oxigênio aumenta devido ao:

1- aumento do débito cardíaco que é conseguido por aumento de
freqüência cardíaca (FC) e do volume sistólico (VS).
2- aumento de extração de oxigênio representada pela diferença
artério-venosa (A - VO2).

Durante o exercício, o teor de oxigênio no sangue arterial é
bastante uniforme, mas o teor de oxigênio no sangue venoso cai a níveis
muito baixos, na maioria dos tecidos com taxa metabólica aumentada. A
captação (utilização) de oxigênio durante o exercício aumenta em função
do fluxo sangüíneo aumentado nos músculos esqueléticos e do grau de
treinamento das fibras musculares destes músculos em atividade. Os
músculos esqueléticos treinados extraem mais oxigênio devido:

1- maior teor de mioglobina
2- maior número e tamanho de mitocôndrias
3- maior atividade e concentração das enzimas envolvidas no ciclo
de Krebs
4- maior capacidade de oxidação de gorduras
5- maiores concentrações de glicogênio muscular
6- aumento da densidade capilar (mais capilares por fibras
musculares)


VO2 MAX COMO ÍNDICE METABÓLICO


Durante exercício físico, a quantidade de oxigênio, requerida
no metabolismo, depende de qual tipo de substrato energético está sendo
metabolizado. Se forem usados carboidratos unicamente, queimam-se
5,05Kcal (quilocalorias) para cada litro de oxigênio consumido, e quando
a utilização é mista (gordura e carboidrato) a equivalência energética está
em torno de 4,83Kcal, para cada litro de O2 consumido. Para fins
práticos, usa-se a seguinte equivalência - 1l de O2 consumido = 5Kcal
liberada (ou gasta). Uma outra equivalência básica é o fato de que 1MET
eqüivale a 3,5ml (Kg/min)-1. A importância de fornecer o custo
metabólico (energético) de uma atividade física em METs deve-se ao fato
de facilitar a quantificação das unidades bioenergéticas. Assim, quando se
diz que uma atividade física exige um custo energético de 4METs, este
valor quer dizer que este custo é 4 vezes superior ao metabolismo basal,
ou seja, 4 vezes o custo energético nas condições de repouso. Deste
modo, facilita-se a precisão de exercícios físicos e dietas para atletas e
obesos. Conhecendo o gasto energético de uma atividade física, pode-se
prudentemente planejar a dieta para manter um adequado balanço
energético, inclusive calcular o peso de gordura corporal que seria
perdido durante o exercício físico (um gasto energético de 7730Kcal
eqüivale a 1Kg de gordura metabolizada). Tabelas fornecem o custo
energético em METs para exercícios físicos diversos. Mas, o mais
importante é saber manusear e converter unidades de VO2 max em
unidades metabólicas. Exemplo 1: um indivíduo de 80Kg fez teste
ergométrico e mediu-se o VO2 max de 10METs (35ml (Kg.min)-1), pois,
sabe-se que 1MET = 3,5ml (Kg/min)-1. Como este indivíduo tem 80Kg,
durante exercício máximo, ele consome no máximo 2,8 litros O2/min
(35ml x 80Kg = 2800ml = 2,8 litros). Logo pode-se concluir que este
indivíduo suporta exercícios de no máximo 14Kcal/min (1l de O2
consome 5Kcal/min e 2,8l de O2 consome 14Kcal/min). Em resumo, este
indivíduo tem um VO2 max de 35ml O2/Kg min, 10MTs ou 14Kcal/min.
Exemplo 2: indivíduo de 85Kg faz caminhada de 5Km/h de duração de
uma hora/dia. Qual o custo o custo energético desta atividade física
diariamente?

- 5METs eqüivale a 17,5ml (kg.min)-1 . (5 x 3,5)
- Indivíduo de 85 Kg - logo: 85 x 17,5 = 1490ml/min = 1,49l/min
- O custo energético é de 7,4Kcal/min (5 x 1,49 = 7,4Kcal/min)
- O custo energético em 60min é igual a 444Kcal (7,4 x 60)

O fato de saber o custo energético de uma atividade física
facilita adequar a capacidade física do indivíduo com a mesma. Por
exemplo, a maioria dos cardíacos possui o VO2 max menor que 22ml
O2/Kg min (6METs). Sabe-se que atividades ocupacionais contínuas e
prolongadas só são suportadas em torno de 1/3 de sua capacidade máxima
aeróbica e, no caso dos cardíacos, atividades em torno de 7ml O2/Kg min.
são suportáveis numa jornada de trabalho físico contínuo. Suponha-se que
uma determinada atividade física consuma uma média de 5Kcal por
minuto. Logo, somente indivíduos com capacidade aeróbica máxima
(VO2 max) de 15Kcal/min. suportariam tal esforço físico em jornada de 8
horas. Estudos epidemiológicos norte-americanos apresentam para os
adultos sedentários valores de VO2 max entre 9 - 11METs (33 - 38ml (Kg
min)-1). Os mais elevados valores encontram-se entre 20 - 21METs, em
atletas. Em resumo, pode-se deduzir que o VO2 max é de grande
importância nas áreas de Cardiologia, Medicina do Trabalho, Esporte e
Nutrição. Basta obter o VO2 max de um indivíduo, para converter este
valor encontrado em três diferentes unidades. Como exemplo, caminhar a
5Km/h tem um custo energético de 4 - 5METs, 5 - 6Kcal/min ou 14 -
18ml (Kg min)-1, num indivíduo de aproximadamente 70Kg. Mas este
valor varia num indivíduo de 85Kg. Logo, com as informações do VO2 e
custo energético das atividades físicas recreacionais, ocupacionais e
esportivas, pode-se adequar o homem, permitindo-lhe corretamente
executar tarefas dentro da sua tolerância de esforço.


IDADE, SEXO, FATORES GENÉTICOS E VO2 MAX


Acredita-se que se avaliar o VO2 max, numa população
homogênea, ou seja, maratonistas - sexo masculino - faixa etária de 20-30
anos, cidade do Rio de Janeiro, mesmo método de avaliação, etc., a
variabilidade dos resultados dependerá de fatores genéticos
predeterminados. A capacidade funcional máxima de cada indivíduo
depende de seu potencial genético, do sexo e faixa etária que se encontra.
Podem haver diferenças de 40% no VO2 max em gêmeos monozigóticos
quando um treina e outro não. Numa população homogênea entre homens
e mulheres, por exemplo, tenistas de alto nível, masculino ou feminino,
faixa etária de 20-25 anos etc., as mulheres apresentam menores valores
absolutos de VO2 max. Mas as mulheres respondem aos treinamentos
físicos da mesma forma e magnitude dos homens. Com relação à idade H.
DeVries salienta que as mulheres e idosos respondem ao treinamento
físico do mesmo modo que os jovens, considerando os fatores de correção
e o VO2 max inicial do início do programa. A potência aeróbica máxima
(VO2 max) das mulheres é menor que a dos homens cerca de 15 a 25%.


GINÁSTICA


1- Ginástica - do gr. gymnádzein, 'treinar, fazer ginástica', em
sentido próprio, 'exercitar-se nu', de gymnós, 'nu', já que os
gregos faziam nus os exercícios.
2- Conceituação - Ginástica é o conjunto de exercícios corporais
sistematizados e aplicados com fins competitivos, educativos,
formativos, artísticos ou terapêuticos. Como modalidade
esportiva, nela se conjugam a força, a agilidade e a elasticidade.
3- História - A ginástica se apresenta com características distintas,
nas sucessivas épocas históricas em que se desenvolveu.
3.1- Origens - O homem começou a praticar os primeiros
exercícios físicos obrigados pelas lutas de sobrevivência. À
medida em que se consolidavam as comunidades, as
necessidades de conquista e defesa deram origem à criação
dos exércitos, cada povo tentando aprimorar-se nos
exercícios físicos, fundamentais ao apuro dos guerreiros.
3.2- Antigüidade - A cultura grega foi a primeira a constatar que
os exercícios físicos tinham outras aplicações além da
preparação dos soldados. Os esportes cujo conjunto de
modalidades os gregos definiam por ginástica ocuparam
lugar proeminente em sua civilização.
3.3- Idade Media - Os espetáculos sangrentos das arenas e circos
romanos desprestigiaram de tal maneira a prática do esporte
como competição, que, mesmo depois da queda do império,
os jovens continuaram a não demonstrar qualquer interesse
pelos exercícios físicos. Os exercícios físicos voltaram a ser
praticados quase que exclusivamente nos exércitos, para a
preparação dos soldados.
3.4- Renascimento - O interesse pelas civilizações antigas,
durante o Renascimento, levou a redescoberta dos exercícios
físicos, que tiveram tão importante papel na mais evoluída
até então, de todas as culturas, a grega.
3.4.1- As escolas do Renascimento fizeram da Educação
Física uma parte importante do sistema educacional
então vigorante e incluíram em seus programas de
atividades os exercícios de equitação, corridas
pedestres, salto, esgrima, diversos jogos com bolo e
outras modalidades esportivas, praticadas todos os
dias pelos alunos, ao ar livre e sem limitação do
tempo.
3.5- Idade Contemporânea - A ginástica, no entanto, como
modalidade esportiva no aproveitamento dos exercícios
físicos só começa aparecer na Europa em meados do séc.
XVIII. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) tem seu nome
ligado ao reaparecimento da cultura física como fator de
educação.
3.5.1- Despertou na Europa, nessa época, o interesse pela
ginástica, em torno da qual se criaram quatro escolas
principais: a inglesa, a alemã, a sueca e a francesa.
3.5.2- Escola inglesa - Os ingleses, quando começaram a
participar da ginástica, não se propunham aprimorar
o novo esporte, fazendo-o apenas como base para
outras modalidades atléticas e jogos.
3.5.3- Escola alemã - Entre os humanistas responsáveis pela
evolução e difusão da ginástica em todo o mundo,
Guts Muths (1759-1839) escreveu uma das obras
mais importantes sobre o assunto. Como modalidade
esportiva, todavia, à ginastica se tornou uma
realidade, na Alemanha, com Johann Bernhard
Basedow (1723-1790), que levou os exercícios
físicos a se constituírem em parte essencial de um
plano educativo harmônico e integral, ao fundar, em
1774, o instituto Philanthropinum, em Dessau,
verdadeiro laboratório pedagógico.
3.5.4- Basedow foi o primeiro a fazer dos exercícios físicos
parte definida do programa educativo das escolas
primarias, distinguido-os dos das escolas especiais,
como as de cavalaria e academias.
3.5.5- Mais tarde, as idéias pedagógicas de Guts Muths
foram de certo modo suplantadas, na Alemanha, pelo
conteúdo patriótico-social da obra de Friedrich
Ludwig Jahn (1778-1852). Com Janh, nasceu a
Turnkunst, denominação que servia para abolir o
termo Gymnastik, a fim de acentuar o caráter
nacional de seu sistema. A Turnkunst, com o passar
dos anos, acabou-se por transformar-se na ginástica
internacional ou olímpica.
3.5.6- Escola sueca - Um holandês, Franz Nachtegall (1777-
1847), filho de um alfaiate alemão, foi quem fez
chegar a Escandinávia as idéias de Guts Muths. Em
1799, como professor do Philanthropinum de
Copenhague, fundou o primeiro instituto privado de
ginástica na Europa. Autor de um livro, Ginástica
para jovens, teve influência fundamental na criação
da cadeira de ginástica nas escolas primarias, em
1801, sendo também o principal responsável pela
criação, em 1804, do Instituto Militar de Ginástica,
primeiro estabelecimento especial desse tipo nos
tempos modernos.
3.5.7- Escola Francesa - As idéias de Guts Muths e Jahn
sobre ginástica foram aproveitadas por Francisco
Amorós y Ondeano, coronel do exército espanhol,
exilado em Paris por questões políticas. Diretor do
Ginásio Normal Militar desde sua criação em 1818,
pôs em prática seu próprio método de ginástica, a
amorosiana, conjunto de exercícios tomados aos dois
mestres alemães, com modificações, especialmente
na parte dos aparelhos.
3.5.8- A ginástica de Amorós conheceu, na época, sucesso
rápido, embora seu caráter militar e suas exigências
rigorosas merecessem severas críticas. Dominou, não
obstante, e totalmente, o panorama militar e civil na
França, por intermédio da obra de seu criador e
seguidores.
3.5.9- Introdução da Ginástica no Brasil - A ginástica
apareceu no Brasil no começo do séc. XIX,
introduzida por imigrantes europeus, feitos m Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Educaçao Fisica.:.O Que é Massagem?

O que é mesmo massagem?

Uma definição genérica é a de que a massagem vem a ser um conjunto de técnicas aplicadas com as mãos (nem sempre), sobre a pele, com finalidades estéticas ou terapêuticas.

Grupos e objetivos

Para muitos, a massagem pode ser dividida em dois grupos: as de origem oriental e as ocidentais.

Outros preferem classificá-las de acordo com o objetivo. Sendo assim, temos o grupo das que visam a manipulação energética (buscando equilíbrio) e as que buscam a desintoxicação (e a conseqüênte nutrição) do tecido através da circulação de retorno, venosa ou linfática. Estas últimas, quando aplicadas, trazem consigo aumento dos movimentos involuntários, se houverem, na área massageada.

Também há os que classificam a massagem quanto ao que sensibilizam: Terminais Energéticos e Terminais Nervosos. As massagens chamadas Reflexas (podal, quirodal e auricular) sensibilizam terminais nervosos, diferentemente das que procuram sensibilização de terminais energéticos (shiatsu, entre outras).

Quando a sensibilização é nervosa não existe preocupação de “sedar” ou “tonificar”. Já quando se faz sensibilização de terminais energéticos isto é fundamental. Quanto a esta classificação é importante que se atente que não se pode manipular circulação venosa ou linfática sem sensibilizar terminais nervosos.

Em outras palavras, a massagem que visa a desintoxicação celular pelo retorno venoso ou linfático também incrementará os movimentos involuntários, se houverem, na região em que é aplicada.

Contra-indicações

Temos, então, quem as massagens pertencentes a este grupo, em especial a massagem pelo estilo Sueco e a Drenagem Linfática, toda vez que aplicadas aumentarão a circulação e os movimentos involuntários, se houverem, na área massageada. Saber disto é imperativo pois sobre estes efeitos é que se fundamentam as indicações e contra-indicações das massagens pertencentes a este grupo.

A massagem estará indicada toda vez que o aumento da circulação resultante ou dos movimentos involuntários forem prejudiciais ao paciente. Pode acontecer que um dos efeitos seja benéfico mas o outro prejudicial. Neste caso ela estará contra-indicada. Exemplo: gravidez.

O aumento da circulação não seria, necessariamente prejudicial se a massagem fosse feita na região do útero, pois limparia e nutriria aquela região. Contudo, junto com o incremento circulatório, haveria aumento dos movimentos involuntários na área e estes estariam contra-indicados. Notem que se tivermos em mente estes dois fundamentos não precisaremos de uma lista de indicações e outra de contra-indicações.

Desintoxicação

A massagem que tem por objetivo a desintoxicação celular por retorno venoso ou linfático tema propriedade de provocar outros efeitos se variarmos apenas dois componentes: pressão e velocidade.

Quando lenta e superficial tem propriedades relaxantes e analgésicas;
Quando lenta e profunda tem propriedades desintoxicantes;
Quando rápida e profunda tem propriedades nutritivas, tonificantes;
Quando rápida e superficial tem propriedades excitantes do sistema nervoso.

Uma massagem para cada caso

Refletindo um pouco sobre estas propriedades notamos que no tratamento terapêutico, os dois primeiros efeitos são os mais indicados. É verdade que há casos terapêuticos que necessitarão dos outros. Na massagem estética costuma-se usar o terceiro efeito. Na massagem desportiva, antes do “esporte”, usa-se o terceiro e quarto efeitos e, após o esporte, o primeiro e o segundo.

Na estética, a esteticista deveria abordar sua paciente (hoje, refere-se a alguém que procura tratamento estético como paciente e, na verdade, não o deixa de ser) com visão “holística” e, se assim o fizer, antes de aplicar uma massagem com objetivos tonificantes faria uma massagem desintoxicante.

Rubens J. Balestro


Rubens J. Balestro é massoterapeuta, diretor da Escola de Massoterapia SOS CORPO e conselheiro da Assoc. De Ensino Profissionailizante do Rio Grande do Sul – AEPERS Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Educaçao Fisica.:.Esporte e Saúde

ESPORTE E SAÚDE – GUIA PRÁTICO

Apresentação

O homem moderno vem deixando de lado as práticas esportivas, o que muitas vezes leva a um estilo de vida sedentário e provoca distúrbios como má alimentação, obesidade, tabagismo, estresse, doenças coronarianas, etc.

Como reação a essa atitude, a ciência do esporte vem desenvolvendo estudos e demonstrando a importância que a prática constante de uma atividade física bem planejada tem para que as pessoas possam ter uma vida mais saudável.


Motivos importantes para a prática da atividade física


1 – Auto estima
A prática regular de exercícios aumenta a confiança do indivíduo.

2 – Capacidade Mental
Pessoas ativas apresentam reflexos mais rápidos, maior nível de concentração e memória mais apurada.

3 – Colesterol
Exercícios vigorosos e regulares aumentam os níveis de HDL (lipoproteína de alta densidade, o “bom colesterol”) no sangue, fator associado à redução dos riscos de doenças cardíacas.

4 – Depressão
Pessoas com depressão branda ou moderada, que praticam exercícios de 15 a 30 minutos em dia alternados, experimentam uma variação positiva do humor já após a terceira semana de atividade.

5 – Doenças Crônicas
Os sedentários são duas vezes mais propensos a desenvolver doenças cadíacas. A atividade física regula a taxa de açúcar no sangue, reduzindo o risco de diabetes.

6 – Envelhecimento
Ao fortalecer os músculos e o coração, e ao amenizar o declínio das habilidades físicas, os exercícios podem ajudar a manter a independência física e a habilidade para o trabalho, retardando o processo de envelhecimento.

7 – Ossos
Exercícios regulares com pesos são acessórios fundamentais na construção e manutenção da massa óssea.

8 – Sono
Quem se exercita “pega” no sono com mais facilidade, dorme profundamente e acorda restabelecido.

9 – Stress e Ansiedade
A atividade física libera os hormônios acumulados durante os momentos de stress. Também funciona como uma espécie de tranqüilizante natural – depois do exercício a pessoa experimenta uma sensação de serenidade.
Conceitos importantes para a prática da atividade física


Avaliação Física

Antes de iniciar um programa de atividade física regular, é fundamental a realização de uma avaliação física para a prevenção de quaisquer riscos à sua saúde. Esta avaliação de estado de aptidão inclui quatro áreas.

força muscular;
flexibilidade articular;
composição corporal (percentual de gordura, peso corporal magro e peso corporal desejável);
capacidade funcional cádio-respiratória.

Todos estes dados colaboram para a formulação correta de um programa de exercícios individualizado, baseado no estado de saúde e de aptidão da pessoa.

Avaliação Correta

Adquira, progressivamente, bons hábitos alimentares. Faça cerca de 5 a 6 refeições moderadas por dia.

O café da manhã deve ser rico e diversificado, constituindo uma das principais refeições.

Elimine ou evite de sua dieta os alimentos que só contribuem com calorias e que não têm valor nutritivo.

Evite chá, café e álcool, pois podem causar uma indesejável diminuição da eficiência muscular.

Prefira água e sucos naturais, em detrimento de bebidas artificiais.

Evite alimentos gordurosos, pois além de prejudicar o processo digestivo, aumentam o colesterol e o percentual de gordura no organismo.

Inserir alimentos ricos em carboidratos é muito importante, porém o excesso pode ser transformado em gordura e depositado no tecido adiposo.

Use a roupa correta

Na prática da atividade física, a escolha da roupa é importante.

Não utilize aquelas que dificultam a troca de temperatura entre o corpo e o meio ambiente (evite tecidos sintéticos).

Prefira roupas claras, leves e que mantenham a maior parte do corpo em contato com o ar, facilitando a evaporação do suor.

Use tênis apropriado para a modalidade física escolhida.




Prepare seu corpo antes da atividade física – Alongamento e Aquecimento


O alongamento é a forma de trabalho que visa a manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização de movimentos de amplitude normal, com o mínimo de restrição possível, preparando assim o corpo para a atividade a ser realizada, evitando riscos aos músculos esqueléticos, tendões e articulações. Ele deve ser realizado antes e após os treinos. Ao executar os movimentos, fique atento à postura correta, mantendo a respiração lenta e profunda. Assim os resultados serão melhores.

O aquecimento deve durar de 5 a 20 minutos, utilizando 50% da sua capacidade máxima de condicionamento. Os objetivos deste preparo (aquecimento) são o aumento da temperatura corporal e a melhora da flexibilidade, evitando lesões nas regiões a serem estimuladas pelo exercício.

Volta a calma – resfriamento do organismo

Ao término do seu treino, não pare bruscamente: diminua progressivamente a intensidade da sua atividade. Com isso você conseguirá obter um estado de relaxamento do sistema nervoso central, aumentando a descontração da musculatura e otimizando a recuperação metabólica.


Sequência de alongamento para antes e depois da atividade física.




Freqüência e Intensidade do Programa de Exercícios

Para se adquirir um bom condicionamento, por meio de um programa eficiente de treinamento, deve-se levar em consideração os principais fatores que afetam as melhoras induzidas pelo treinamento. São estes: o nível inicial de aptidão, a freqüência, a intensidade, a duração e o tipo (modalidade) de treinamento.

A intensidade é estabelecida no exercício em termos de percentual da resposta da frequência cardíaca máxima individual.

Níveis de treinamento que proporcionam melhora na aptidão aeróbica, variam entre 60 e 85% da freqüência máxima, dependendo do nível de capacidade aeróbica individual.

A freqüência de treinamento aeróbico deve ser de, no mínimo, três vezes por semana.


Tabela de cálculo

Para obter os níveis ideais de freqüência cardíaca para uma atividade física, faça o seguinte cálculo:

F.C. máxima = 220 – (sua idade)

Este resultado deve ser multiplicado pelo percentual que varia de acordo com o seu nível de condicionamento físico.

Como saber qual é o percentual adequado para você:

Iniciantes: entre 60 e 65%
Intermediários: entre 65 e 75%
Avançados: entre 75 e 85%

Os percentuais citados são apenas sugestivos. Procure um profissional de educação física para que ele possa orientá-lo e acompanhá-lo adequadamente.



Tabela de Freqüência

Nos primeiros espaços devem ser utilizados ospercentuais de F. C. de acordo com o nível decondicionamento e suas respectivas F. C..

Exemplo: Tenho 25 anos e sou sedentário. Cálculo220-25=195. Esta é a freqüência cardíaca máxima que deve ser multiplicada pelo percentual que varia de acordo com o nível de condicionamento.

F. C. inicial: freqüência cardíaca ainda em repouso.
F. C. durante: freqüência cardíaca na metade do tempo de trabalho ou no momento de maior intensidade.
F. C. final: freqüência cardíaca no término do exercício, antes da diminuição da intensidade.
F. C. de recuperação: freqüência cardíaca após 1 minuto do término da atividade.
Tempo de Trabalho: duração do tempo total de treino.

Intensidade do exercício: medir a intensidade do exercício em treinos realizados em aparelhos orgométricos, como esteiras, bicicletas, etc, considerando velocidade, inclinação ou níveis de carga. Se estiver nadando ou correndo na rua, considere a distância percorrida.

Nível de esforço: relacione qual das opções reflete onível de esforço desprendido para realizar a atividade.

Obs.: Faça cópias das tabelas seguintes para seucontrole freqüente.






Atividade Física
Apesar do procedimento correto, podem ocorrer dores ou até lesões


Prevenção de Contusões

Tão importante quanto a prática de exercícios é a prevenção de danos que possam surgir. De acordo com pesquisas, as pessoas que não praticam exercícios com freqüência – às vezes chamadas de atletas de fim de semana – apresentam 3 vezes mais danos físicos quando comparadas com participantes de esportes organizados, e 9 entre 10 desses danos são deslocamentos e luxações, normalmente resultados do desequilíbrio entre a força muscular utilizada e a tolerância pessoal.

Exercícios e Dor

Respeite seu nível de aptidão e seu condicionamento físico para não exceder limites e provocar possíveis lesões. Seu corpo precisa de tempo para sofrer as adaptações necessárias para a melhora de condicionamento. Isto significa que as melhoras são progressivas. A dor é um bom indício para a intensidade correta de estímulo a ser empregada.

Lembre-se: se doer, pare.

Tratamento de Contusões

As dicas apresentadas por este guia são muito importantes para a prevenção dos danos físicos, mas mesmo com o maior cuidado durante o condicionamento, elas podem ocorrer. Para a maioria dos atletas amadores, o dano normalmente não é grave. Na verdade, a maior parte das lesões pode ser tratadas em casa, seguindo os seguintes procedimentos.

Descanse
Pare imediatamente qualquer exercício ou movimento da parte do corpo lesada. O descanso proporciona melhora. Use um apoio (pode ser uma muleta) para evitar colocar o peso sobre a perna, joelho, tornozelo ou pé, e use uma tala ou tipóia para imobilizar o braço com lesão.

Gelo
Aplique gelo o mais rápido possível. O frio causa uma vasocontrição, ou seja, faz com que as veias se contraiam, ajudando a parar sangramentos internos. Com isso, acumula-se o mínimo possível de sangue no local da lesão. A aplicação deve ser feita por aproximadamente 30 min, depois o gelo deve ser removido por 2 horas até a pele esquentar. Repita a aplicação do gelo por 3 a 5 vezes diariamente. Atenção: nunca ponha coisas quentes sobre uma lesão. O calor dilata os vasos sangüineos, resultando em inchaço. O calor só é apropriado após o término de sangramento interno, usualmente 72 horas após um deslocamento ou luxação.

Compressão
Envolva a lesão com uma bandagem elástica ou um pedaço de pano para reduzir o inchaço, diminuir a movimentação e o esforço na área lesada. Mantenha a bandagem firme, mas não aperte em excesso.

Elevação
Elevar a área de lesão acima do nível do coração, se possível, para que a gravidade drene o excesso de fluxo sangüineo. Este procedimento também diminui o inchaço e a dor.

Além destes procedimentos, você poderá utilizar um analgésico para aliviar as dores provenientes de músculos, tendões e ligamentos lesados.



Material desenvolvido com apoio do professor de educação física Wagner Gasparini, graduado pela FMU, pós-graduado em Treinamento Desportivo pela FMU e pós-graduado em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Educaçao Fisica.:.Educação Física e Esportes

Educação Física e Esportes

O texto “Educação Física e Esportes: Perspectivas para o século XXI” de Ademir Gebara, procura mostrar o surgimento da Educação Física, dentro de um sistema de evolução, problematização e solução.
Define o que é Educação Física buscando seu significado no passado e trazendo uma definição mais ampla para o presente com intenção de melhoras para o futuro.


“Para falar do presente e futuro é necessário conhecer o passado”

Assim ao falar das perspectivas para a Educação Física no Brasil é necessário viajar ao passado e buscar suas bagagens.
No período de 1.850 e o final do século, evidenciou-se o significado da “Educação Física”. A partir daí, novas pesquisas foram feitas a fim de buscar o seu núcleo gerador que deparasse com uma resposta conclusiva.
Em 1.890 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, foi encontrada(e, ainda hoje é disponível) uma obra chamada “Tratado”(Mello Franco) que expõe um conjunto de conhecimentos sobre higiene e pediatria. Certas questões estavam interligadas a que se pretendia em Educação Física, atualmente esse manual não corresponde ao que pretendemos na área.
Em 1.854, desenvolveu-se regras às mães com preocupação com o meio ambiente, alimentação e atividade física , tornando a Educação Física mais complexa.
O Brasil traz consigo um nível grande de alterações, na política , educação e cultura e, devido a isso, a busca para compreender o homem brasileiro tornou-se evidente. A Educação Física foi interpretada de várias formas ( como “educação corpórea” , “arte da conservação dos meninos”, “educação medicinal”, “educação natural” ( foi consagrada em 1.761, na Academia de Harlem.
A Educação implica o intelectual, moral e físico e também, o desenvolvimento do espírito e dos costumes.
Em meados do século passado a Educação Física foi vista num ramo de educação e medicina.


OBJETO DE ESTUDO







SABER MÉDICO SABER PEDAGÓGICO



A Educação Física não deve se limitar somente no físico, e sim, no intelectual também.






1.978 - ênfase aos fatores sociais - relação atividade física e saúde



Também merece destaque o “tratamento militarista” a fim de reeducar o corpo do homem militar tornando-o mais dócil, corajoso e subordinado, e, conseqüentemente, apto a passar as resultantes da ginastica aos seus descendentes. Assim, se encontrando num mesmo ponto de vista a “instrução física” e a “Ed. Física”.
A relação da ginástica escolar e medicina é um ângulo importante, pois a ginástica seria uma parte da medicina que ensina como conservar e restabelecer a saúde por meio do exercício, permitindo um porte físico mais adequado, desenvolvimento físico melhor, fortalecimento da saúde , disciplina escolar, e progresso nos estudos, constituindo assim, um corpo sadio e disciplinado. A ginástica tem uma seção teórica e outra prática para menores e maiores de 10 anos.
Para os menores - a teoria fica a segundo plano e a prática compõe exercícios livres.
Para os maiores de 10 anos - a teoria abrange várias fontes para um melhor conhecimento do corpo humano, tais como: anatomia, anatomia animal, estrutura do corpo, peso do corpo, estrutura humana e tamanhos fora do comum, ciclo vital, aparelhos e funções, órgãos do movimento, esqueleto, beleza plástica, osteologia, artrologia.

“Para a prática é necessário conhecer a teoria.”

No início do século XX, a introdução dos esportes modernos no Brasil viriam compor a “Educação Física”. Exemplo : futebol.
E , em 1.920, ocorreu a sua escolarização que significa a prática obrigatória da Educação Física nas escolas brasileiras, com mais ênfase nos anos 30(serviu na construção da nacionalidade brasileira). A legislação criou um projeto pedagógico isolando a disciplina das outras.
Depois dos anos 60, novidades permitiram um desenvolvimento histórico na área, como o movimento ETP(tese de mestrado por Kátia Brandão), e a consolidação da educação Física no 3º grau e pós-graduação.
Essa disciplina é acadêmica, embora restam dúvidas se ela alcançou esse status. Pois está diante do objeto de estudo ( movimento humano, mas fragmentado pelo conhecimento.
O problema da Educação Física no 3ºgrau é que repete o que se trabalha no 2ºgrau, não se envolve profundamente na reflexão e conhecimento, se encontra esterilizado, assim a pós-graduação propiciara condições para o desequilíbrio qualitativo do ensino/pesquisa.
Um dos Problemas se encontra na teoria, pois é necessário um estudo mais aprofundado para um melhor conhecimento. A insuficiência de orientadores efetivos e recursos materiais, a ausência de pesquisa na área, a inexistência de uma política de estímulo, permitem uma disciplina estagnada. Por isso, o acréscimo de propostas de integrar especializações aos mestrados.
Alguns fatos significativos ocorreram de 1.987 a 1.991 ( “desenvolvimento do sistema” (surgimento de novas conquistas na área com crescimento lento e mais integração, diversificação e política), avanço na produção acadêmica(com definição de áreas de conhecimento) e melhoria da infra-estrutura do sistema.
Atualmente, os acadêmicos são mais multipolarizados, integrados, diversificados e politicamente mais organizados e menos corporativos.


Para avaliar a educação Física é necessária uma discussão mais aprofundada para suas perspectivas futuras. Trata-se de um objeto historicamente conformado e colado a práticas sociais, culturais, afetivas, ambientais. A à crise da Educação Física deve ser pensada com as premissas dialéticas e como um estado permanente, intrínseco ao objeto. As perspectivas para a área apresentam-se capazes de incorporar outras áreas de conhecimento: (ação motriz) - a despoluição também merecerá destaque diante da política diante da política e prática do lazer. E se tratando dos dispositivos, será importante o sistema de comunicação no mundo contemporâneo que continuarão sendo apreciados na educação Física.
A novidade será o desporto espetáculo, uma área parcialmente autônoma da Educação Física.


Conclusão


É muito importante a atual preocupação diante do profissional de Educação Física para o próximo século. Para que haja um avanço na área, o profissional deve buscar aperfeiçoar seu conhecimento com mais profundidade.
Procurar conhecer o corpo humano detalhadamente, buscar uma linguagem de fácil aprendizagem, mergulhar na filosofia. Não deve parar no tempo e sim, caminhar junto com a evolução.
É necessário conhecer o seu passado, buscar suas origens para que o presente seja melhor e o futuro mais garantido, buscando, assim, trabalho dentro da área, novos métodos de ensinar e de linguagem visando um sucesso maior para a Educação Física.

Palmiro Neto Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Educaçao Fisica.:.Capoeira Angola & SOMA

Capoeira Angola & SOMA

"Capoeira Angola, mandinga de escravo em ânsia de liberdade. Seu princípio não tem método e o seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista." Mestre Pastinha


A Capoeira Angola foi a manifestação mais decisiva no processo de resistência nos séculos de escravidão no Brasil. Ela nasceu para libertar o negro. A SOMA, uma terapia anarquista, também nasceu num período de resistência contra o autoritarismo, durante a ditadura militar, atuando sobre o indivíduo e sua liberdade de ser. Duas épocas, dois momento em que a natureza inventa formas criativas de reação contra aquilo que tenta bloquear seu desenvolvimento espontâneo.

Os negros africanos no Brasil, movidos por seu instinto de sobrevivência, reagiram desenvolvendo uma estratégia de luta: a Capoeira Angola. Disfarçando a luta em dança, o escravo pode treinar a única arma que possuia, o seu corpo. Os movimentos de ataque e defesa vieram da observação do funcionamento dos instrumentos de trabalho (martelo, foice), das formas de luta dos animais (coice de mula, rabo de arraia) e da cultura original mesclada a uma cultura estranha.

O desenvolvimento da SOMA é fruto da associação original de diversas áreas da ciência que estudam a vida e seus bloqueios, numa visão libertária. A SOMA buscou na Capoeira Angola um trabalho corporal bioenergético baseado nas idéias de Reich e acabou encontrando também Gestalt e a antipsiquiatria. A Angola trabalha a conscientização e a comunicação do movimento corporal, o aqui e agora da percepção clara da realidade e do equilíbrio energético alcançado. E depois de anos de pesquisa, descobrimos no jogo, na roda e na vida do angoleiro a mesma ideologia anarquista da SOMA.

A organização social que cria situações como a escravidão no período colonial ou a misérias nas sociedadesa atuais é a mesma. O autoritarismo de um senhor da Casa Grande querendo explorar outro homem, pois se considera superior e proprietário, é o mesmo de um empresário ou político corrupto que explora a miséria social em seu benefício. São os indivíduos autoritários que geram a sociedade autoritária. E é o anarquismo a ideologia que busca indivíduos livres, combatento todas as formas de autoritarismo. Indivíduos livres são amorosos, não são perversos. O homem livre busca e se relaciona solidariamente.

A capoeira depois da libertação dos escravos continuou a existir, sempre próxima as classes exploradas, aos marginais da sociedade. Ela evoluiu, modificou-se, mas sempre manteve sua ideologia de libertação. Hoje, só a Capoeira Angola preserva esta ideologia, com a mandinga, a estratégia, o jogo, o diálogo. A capoeira regional passou a ser esporte e competição em busca do melhor, da campeão. Na Angola não há melhor, não dá para comparar porque cada angoleiro é diferente do outro. Melhor não é a pessoa e sim a oportunidade.

Vicente Ferreira Pastinha, mestre Pastinha guardião da Capoeira Angola, costumava dizer que "cada um é cada um", mostrando sintonia com o anarquismo, pois o angoleiro leva a ética da roda para a sua vida. A SOMA tem o privilégio de relacionar a Capoeira Angola com o anarquismo e vice-versa. A ideologia da Natureza com uma estratégia vital.
Hoje só faz SOMA quem faz Capoeira Angola, porque temos certeza de que isto acelera o processo terapêutico, que significa mudança ideológica no cotidiano. Quem não faz SOMA também se beneficia do poder libertário da Capoeira Angola. Por isso, não queremos modificar, nem deturpar a capoeira e sim, pesquisar e jogar com os verdadeiros angoleiros.

O prazer de jogar capoeira só acontece num jogo com diálogo, troca, abertura, fechamento, desafio, brincadeira, um aprendizado, um relacionamento que também se deseja fora da roda. Um bom jogo é uma relação afetiva libertária, é uma relação produtiva autogestiva. Fora do jogo, sentado na roda ou nos instrumentos, puxando o corrido ou respondendo o coro, a relação de solidariedade que se procura desenvolver na Capoeira Angola é o jeito que os anarquistas querem a sociedade onde vivem. Sem autoritarismo, sem miséria social, sem escravidão. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Propaganda.:.O poder do invisível

O poder do invisível

Duas salas de cinema lotadas, mesmo filme e mesmo horário. No final da sessão, 60% das pessoas que estavam em uma delas se dirigiram a um quiosque que vendia um determinado produto e, sem pensar duas vezes, o consumiram. Das pessoas que estavam na
outra, um numero mínimo o fez. Esse é um fato antigo e bem conhecido, mas foi uma das primeiras experiências que comprovava a eficácia do uso dos subliminares na mídia. Desde então o uso dessas imagens "invisíveis" vem sendo amplamente discutido. É possível interferir na vida das pessoas de forma a modificar preferências, hábitos alimentares e de consumo? Seríamos capazes de manipular as opiniões políticas de uma sociedade somente pelo poder da imagem?
A resposta para todas essas questões é um sim que vai muito além de uma simples resposta afirmativa ou negativa e que reside dentro de uma outra pergunta: será ético, correto esse tipo de manipulação? Os subliminares são realmente capazes de transformar opiniões, influenciar pessoas, até uma sociedade inteira e seu uso não se restringe apenas às imagens, podem agir em qualquer um dos nossos cinco sentidos. O elemento subliminar pode ser, além de uma imagem, um som, um aroma, um sabor ou uma
textura e todos eles estão presentes na vida das pessoas, no seu dia-a-dia, só que de uma maneira natural. Quem nunca ficou com vontade de comer alguma coisa ao ouvir uma música ou sentir um cheiro qualquer? Ou então ao sentir um tipo de aroma lembrou de alguém especial? Isso são associações subliminares chamadas de sinestésicas (que estão associadas aos nossos cinco sentidos). Podem até ser inofensivas, o que vai depender sempre de como, onde e por que são usadas. A partir dessas definições o subliminar pode ser usado para influenciar qualquer pessoa e atingir os mais variados tipos de resultados.

Exemplo de posicionamento no momento de tirar uma fotografia. Pense bem, será que alguém serviria uma dose de qualquer tipo de bebida, segurando a garrafa desse modo. O que os homens seguram dessa maneira?
Subliminar embutido em líquido. Essa foto pode parecer natural, já que no anúncio de revista o líquido é pequeno no conjunto visual e não é o mais importante, mas aumentando é possivel perceber um pênis escondido no líquido.


A Imagem, estática ou em movimento, é um dos suportes mais usados para o emprego de subliminares e o resultado é sempre de uma eficácia incontestável. As fotos podem ser manipuladas, montadas ou produzidas com a finalidade de garantir uma venda maior para um determinado produto. Um dos elementos de influência subliminar mais usado é do apelo sexual, obtido, por exemplo, com a utilização de imagens dos órgãos genitais masculinos e/ou femininos ou partes do corpo humano que possuam apelo erótico.
Dentro de uma imagem, os subliminares podem aparecer nos lugares mais diversos e com mais frequência em locais onde são mais facilmente escondidos como: fumaças, líquidos, imagens com muitas luzes e/ou sombras, enfim, lugares onde uma interferência pode ser feita sem desconstruir a imagem fotografada. Essas alterações podem ser pré-fotográficas ou pós-fotográficas. Antes de fotografar: produzindo uma cena real com os elementos subliminares nos personagens, cenas, objetos, luz etc. Depois: fazendo uma montagem, desenhando algo sobre as fotos, interferindo em um ambiente, enfim, sempre manipulando-a em programas de tratamentos de imagens. Na imagem em movimento o uso do subliminar pode ser muito mais abrangente. Além da utilização de imagens, o uso do som como elemento de influência subliminar é bem forte. No cinema, faz com que as pessoas tenham suas emoções manipuladas de acordo com um conjunto visual e sonoro.





Subliminar feito direto no objeto fotografado. Pequena parte ampliada de um anúncio de revista para uma mistura de bolos. O público-alvo, homens, deveriam achar esse produto muito gostoso. Para isso foi modelado, na cobertura de chocolate do bolo, um clitóris.



Capa da revista Time onde a foto foi manipulada para receber subliminarmente as palavras Sex e Kill no rosto de Gaddafi. A foto da esquerda é a capa da revista impressa, a da direita mostra onde estão os subliminares embutidos nas luzes e sombras.


A exemplo disso pode-se citar o filme O Exorcista onde existe na trilha sonora, subliminarmente, sons de porcos sendo mortos, casais fazendo sexo, cachorros uivando, gatos no cio, entre outros. Esses sons não podem ser percebidos por estarem em uma frequência sonora que os ouvidos humanos não captam, somente o cérebro assimila e transmite reações para o corpo. Outros filmes que podemos citar seriam: O Silêncio dos Inocentes, Drácula - de Bram Stoker (92), Edward Mãos de Tesoura, De Olhos Bem Fechados, entre tantos outros e, muito antes disso, Cidadão Kane já os usava, mesmo sem saber de sua existência. Os elementos subliminares relacionados a imagens em movimento estavam ali. Nessas imagens, como no cinema ou video de um modo geral, outros elementos ajudam na "criação" de subliminares como: enquadramentos, pontuações, movimentações de câmera etc. Esse tipo de manipulação em produções cinematográficas, por vezes nao esbarram na ética, mas a partir do momento em que uma interferência é capaz de influenciar uma opinião, deve-se pensar até que ponto isso é correto.


Parte de uma foto amplida de um anúncio de cuecas. Público-alvo: homossexuais. O ombro do modelo foi manipulado para que exista uma associação com nádegas e a entrada do ânus. Esse tipo de sombra seria impossível de se conseguir naturalmente, já que não existe uma musculatura no ombro humano que cause esse relevo ou essa luz.






Acreditem ou não, o subliminar existe, funciona e usado em grande escala é capaz de criar líderes como Hitler, que usava subliminares sonoros em seus discursos. Sempre muito aclamado, moveu um exército, uma nação, de um modo objetivo e rápido demais. Como não se deixar influenciar com isso? O conhecimento. Esse é o único modo de se prevenir contra os subliminares. Saiba que essa possibilidade existe e quando você ficar extremamente interessado em algum produto, sentir uma emoção muito forte ao ver uma imagem, vivenciar as emoções de um filme etc, pode ter certeza que está sendo vítima de uma manipulação. Tudo a sua volta pode ser e pode ter um elemento subliminar. Este texto, por exemplo, possui um elemento de manipulação textual. O que vai passar na sua mente ao terminar de ler foi pensado e planejado, resta à você saber o que é. E somente descobrindo um elemento subliminar é que somos capazes de não nos deixar manipular por ele. Mas lembre-se o subliminar nunca é o óbvio. 1956, filme Picnic, no Brasil traduzido como Férias de Amor, com Kim Novac. Duas salas de cinema lotadas. No final da sessão, 60% das pessoas que estavam em uma delas consumiram Coca-cola.


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Indicações Bibliográficas: Propaganda Subliminar Multimidia - Flávio Mário de Alcântara Calazans - Summus Editorial - 1992 A Era da Manipulação - Wilson Bryan Key - Editora Scritta - 1996 Homem, Comunicação e Cor - Irene T. Tiski-Franckowiak - Editora Ícone - 1992


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quinta-feira, junho 16, 2011

Biologia.:.O Que é Aborto ?

Abortamento ou Aborto
Interrupção da gravidez antes que o feto alcance a fase da viabilidade. Pode ser espontâneo ou provocado.

Ao longo do tempo e principalmente em fins do século XX, declinou a incidência do abortamento em sua forma espontânea, ao mesmo tempo em que a descriminalização do abortamento provocado era um dos problemas que maiores controvérsias provocavam em muitos países. Em lugar de abortamento, é comum o uso do termo aborto, que, a rigor, designa o próprio feto morto em conseqüência de sua expulsão do útero.
Abortamento é a interrupção da gravidez antes que o feto se torne viável, ou seja, antes que tenha condições de vida extra-uterina. A viabilidade é usualmente definida em termos de duração de gravidez e/ou peso do feto. Tradicionalmente, considerava-se que ocorria abortamento quando o feto era expulso com menos de 28 semanas de gestação e pesando menos de um quilo. Só além desses limites haveria nascimento prematuro. No entanto, os avanços científicos reduziram progressivamente esses limites, em particular mediante o aperfeiçoamento dos métodos de tratamento intensivo dos prematuros.
Uma das grandes conquistas da medicina moderna é a drástica redução nos índices de abortamento espontâneo, graças sobretudo a uma política preventiva. A instituição do acompanhamento pré-natal, em que periodicamente se avaliam aspectos da saúde da mãe, importantes para o desenvolvimento do feto, tem papel central nessa política. O pré-natal abrange também recomendações dietéticas, exercícios físicos e todo um trabalho de esclarecimento e apoio emocional à gestante.
Do ponto de vista de sua causa, classifica-se o abortamento em dois tipos principais: espontâneo e provocado. Entende-se por espontâneo o abortamento ocorrido em conseqüência de causas naturais. Quando resulta de ato deliberado da própria gestante ou de outra pessoa, diz-se provocado.
Abortamento espontâneo. São numerosas as causas ditas naturais do abortamento. Uma delas é a implantação do óvulo fecundado em pontos anormais do corpo da mulher. É o que ocorre na gravidez ectópica -- tubária (ou falopiana), ovariana, abdominal e cervical. No primeiro caso, o óvulo implanta-se na trompa; no segundo, dentro de um folículo (pequena cavidade) ovariano; no terceiro, na cavidade peritoneal; no último, no canal cervical. É muito raro a implantação ocorrer inicialmente na cavidade peritoneal. Mais comumente, verifica-se uma implantação original tubária a que se segue ruptura de tecido e posterior implantação abdominal.
O abortamento espontâneo pode decorrer também de fatores genéticos. Sua influência foi comprovada mediante estudos cromossômicos de tecidos embrionários, que indicaram alterações incompatíveis com o desenvolvimento intra-uterino normal. Tais fatores podem ser transmitidos quer pelo pai quer pela mãe e podem explicar casos do chamado aborto habitual, caracterizado pela ocorrência de três ou mais abortamentos espontâneos consecutivos em uma mulher.
Os principais sintomas do abortamento espontâneo são dores no baixo ventre e perda de sangue. As dores são causadas pelas contrações com que o organismo tenta expulsar o óvulo. Ao fim do processo, essas dores tornam-se cólicas fortes. A intensidade da hemorragia depende da extensão da superfície de descolamento provocado na parede do útero.
A morte do feto pode ser causada igualmente por doenças infecciosas contraídas pela mãe. Caso típico é o da rubéola, que aumenta as probabilidades de abortamento espontâneo e pode causar malformações congênitas na criança. Por essa razão, alguns médicos recomendam o abortamento provocado quando a mãe contrai rubéola.
Fatores químicos também podem causar ou contribuir para o abortamento espontâneo. As substâncias químicas ingeridas pela mãe, seja com medicamentos ou sob outras formas, podem passar para o feto através da placenta. Algumas dessas substâncias causam malformações ou morte do feto. Um exemplo dramático foi o da talidomida, droga hipnótica muito usada na década de 1960; se tomada pela mãe no início da gravidez, podia causar focomelia e outras malformações. A focomelia é o desenvolvimento defeituoso dos braços ou pernas, ou ambos, de modo que pés e mãos ficam ligados ao corpo da criança, lembrando barbatanas de foca.
Outro risco reside nas radiações, inclusive os raios X, que podem causar morte ou alterações do feto. Embora não haja registro de abortamentos resultantes do uso dos raios X como instrumento de diagnóstico, seus efeitos nocivos potenciais contribuem para explicar a rápida popularização da ultra-sonografia. Essa técnica permite formar imagens do interior do corpo com o emprego de sons com freqüência superior a vinte mil hertz. São relativamente raros os casos constatados de abortamento em conseqüência de acidentes, como quedas, que provoquem traumatismos. O corpo da mulher protege muito bem o feto contra choques e são comuns os casos de crianças que nascem ilesas de mães que foram vítimas de acidentes graves durante a gravidez.
Abortamento provocado. A forma de encarar o abortamento provocado variou muito ao longo do tempo e de cultura para cultura e essas diferentes atitudes se refletiram em tratamentos jurídicos igualmente variados. Na antiguidade, registraram-se ordenamentos jurídicos indiferentes a essa questão, outros que puniam danos causados à gestante por terceiros quando estes lhe provocavam abortamento, sem no entanto punir o próprio abortamento, e ainda os que puniam quem provocava abortamento, por privar o pai da descendência de seu interesse -- também nesse caso sem punir o próprio abortamento.
O cristianismo, que equiparou o feto ao ser humano, inspirou legislações radicalmente contrárias ao abortamento. Algumas chegaram a equipará-lo ao homicídio. Foi este o entendimento de alguns estados americanos em relação ao abortamento do feto viável, entendido como aquele que, a critério do médico encarregado do caso, tivesse razoável probabilidade de sobrevivência extra-uterina, com ou sem ajuda de recursos artificiais. Originadas sob inspiração cristã, as legislações contrárias ao abortamento sempre contaram com o apoio de diferentes igrejas, que se opuseram tenazmente a todas as tentativas de legalizá-lo.
A proibição do abortamento teve suas exceções. Uma delas foi o chamado abortamento terapêutico, que é aquele recomendado por médicos como recurso extremo para salvar a vida da mãe. Na prática, tornou-se caso raro. Uma variedade do abortamento terapêutico, também conhecida como abortamento eugênico, é a que visa inviabilizar feto com alta probabilidade de apresentar defeitos congênitos. Isso ocorre, por exemplo, quando a mãe contrai determinadas infecções ou ingere certos tipos de substâncias.
A vasta transformação das idéias e dos costumes que se operou na segunda metade do século XX em grande parte do mundo, principalmente o industrializado, levou a novas posturas, baseadas no entendimento de que a mulher tem o direito de controlar o próprio corpo e, portanto, deveria ser livre para decidir a interrupção da gravidez. Esta posição, relacionada com as lutas das mulheres por seus direitos, veio a prevalecer em várias legislações.
Outro argumento em favor da legalização do abortamento eram os riscos a que se expunham as mulheres, à mercê de profissionais mal preparados e clínicas clandestinas, que operavam à margem dos controles das autoridades sanitárias. Esse problema era particularmente grave entre as populações de menores recursos, com índices alarmantes de mortes em conseqüência de abortamento.
Como toda intervenção cirúrgica, o abortamento, praticado em condições deficientes, às vezes acarreta vários problemas. O mais grave é a perfuração uterina, que pode causar peritonite (inflamação do peritônio, membrana que reveste o abdome) e morte. Outro risco grave é a hemorragia profusa, capaz de causar choque. E, finalmente, há uma série de infecções que, a depender das circunstâncias, podem se revelar graves e até mortais.
Em mulher suscetível, a interrupção da gravidez pode precipitar uma reação psiconeurótica ou mesmo psicótica grave. Para alguns psiquiatras, cada aborto é uma experiência carregada de riscos sérios para a saúde mental. A Igreja Católica sempre se colocou radicalmente contra a prática do abortamento, mesmo nos casos chamados terapêuticos, e a moderna doutrina católica considera que é por ocasião da fecundação que o novo ser adquire vida (alma).
Direito brasileiro. O código penal do Brasil prevê seis tipos de abortamento: o autoprovocado; o consentido; o provocado por terceiro sem consentimento da gestante; idem com o consentimento; o qualificado; e o legal.
No abortamento autoprovocado, que é punível, tem de estar presente o dolo. No consentido, a gestante não o pratica em si mesma, mas consente que outrem o faça; aquele que provoca o abortamento responde por pena mais severa que a da gestante e a pena para esta, em ambos os casos, é de detenção de um a três anos, cabendo ao júri o julgamento.
O abortamento provocado por terceiro, sem consentimento da gestante, comporta duas formas: não-concordância real, onde há violência grave, ameaça ou fraude e não-concordância presumida, caso da menor de 14 anos, alienada ou débil mental. A pena para o agente provocador é a de reclusão de três a dez anos. No caso de haver consentimento na prática do aborto, responde a gestante por crime previsto no crime de auto-abortamento, enquanto que o terceiro será punido com a pena de reclusão de um a quatro anos.
O abortamento qualificado é aquele de que resulte morte ou lesão. A pena é aumentada de um terço, se a lesão for grave, ou duplicada, se resultar a morte. O abortamento legal comporta duas formas: o terapêutico e o sentimental, ético ou humanitário, quando a gravidez resulta de estupro. Em ambos os casos, é impunível. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...